Temer e companhia no velório de Teori
Por Henrique Cartaxo, no site Jornalistas Livres:
A presença Temer e seus homens no velório de Teori Zavascki foi fotografada com empenho especial pela imprensa ali presente. O evento prometia as tais imagens de mil palavras.
Cumpriu a promessa, como era inevitável. E o Brasil já vê, e bem lê, o grupo de engravatados, Michel Temer, Alexandre de Moraes, Eliseu Padilha, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, José Serra, velando um caixão coberto com a bandeira do Brasil. A foto não é a coisa fotografada: a imagem se descola da sua realidade e dá espaço para abstrações do simbolismo da cena.
O triste fato, porém, é que ali se vela o corpo de uma pessoa. Muitas são as suspeitas em torno da morte do Ministro do STF, indicado por Dilma Rousseff, que estava para abrir os trabalhos com a famigerada delação da Odebrecht e que poderia trazer mais dor de cabeça para o governo golpista.
É evidente o alívio que a tragédia trouxe exatamente àquela corja, com a perspectiva da indicação de um novo relator para operação Lava Jato, e as suspeitas em torno da queda do avião em que viajava Teori são, mesmo que ainda careçam de embasamento, mais que justas, dado o tenebroso contexto político em que nos encontramos.
Sendo assim, Temer, que evita a todo custo aparecer em qualquer tipo de evento para não ser constrangido com os onipresentes gritos de Fora Temer, não poderia deixar de comparecer. Alexandre de Moraes, já cotado para assumir o lugar de Teori no Supremo, também não. O protocolo ordena o luto. O luto foi protocolar.
Eis então a sinuca: a ausência suscitaria todo tipo de comentário, das suspeitas de conspiração ao entendimento da vitória política que significa para o governo a possibilidade de indicar um substituto. Ao mesmo tempo, a presença proporcionaria essa ampla coleção de imagens, que já começou a circular na internet com as mais variadas legendas, exatamente do mesmo teor da percepção que se buscou evitar!
Pra sair dessa, só pedindo penico.
Do lado de cá, seguimos atentos às investigações do suposto acidente de avião.
A presença Temer e seus homens no velório de Teori Zavascki foi fotografada com empenho especial pela imprensa ali presente. O evento prometia as tais imagens de mil palavras.
Cumpriu a promessa, como era inevitável. E o Brasil já vê, e bem lê, o grupo de engravatados, Michel Temer, Alexandre de Moraes, Eliseu Padilha, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, José Serra, velando um caixão coberto com a bandeira do Brasil. A foto não é a coisa fotografada: a imagem se descola da sua realidade e dá espaço para abstrações do simbolismo da cena.
O triste fato, porém, é que ali se vela o corpo de uma pessoa. Muitas são as suspeitas em torno da morte do Ministro do STF, indicado por Dilma Rousseff, que estava para abrir os trabalhos com a famigerada delação da Odebrecht e que poderia trazer mais dor de cabeça para o governo golpista.
É evidente o alívio que a tragédia trouxe exatamente àquela corja, com a perspectiva da indicação de um novo relator para operação Lava Jato, e as suspeitas em torno da queda do avião em que viajava Teori são, mesmo que ainda careçam de embasamento, mais que justas, dado o tenebroso contexto político em que nos encontramos.
Sendo assim, Temer, que evita a todo custo aparecer em qualquer tipo de evento para não ser constrangido com os onipresentes gritos de Fora Temer, não poderia deixar de comparecer. Alexandre de Moraes, já cotado para assumir o lugar de Teori no Supremo, também não. O protocolo ordena o luto. O luto foi protocolar.
Eis então a sinuca: a ausência suscitaria todo tipo de comentário, das suspeitas de conspiração ao entendimento da vitória política que significa para o governo a possibilidade de indicar um substituto. Ao mesmo tempo, a presença proporcionaria essa ampla coleção de imagens, que já começou a circular na internet com as mais variadas legendas, exatamente do mesmo teor da percepção que se buscou evitar!
Pra sair dessa, só pedindo penico.
Do lado de cá, seguimos atentos às investigações do suposto acidente de avião.
Continuamos de olho no prosseguimento da Lava Jato e no trato das delações da Odebrecht.
E a Alexandre de Moraes, se indicado pro STF, não daremos sossego.
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