Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras. Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
quinta-feira, 31 de maio de 2018
PETROBRAS - Será que não existem mais militares nacionalistas no nosso país? Ou estão com medo de se manifestarem e seres chamados de comunistas, como aconteceu no golpe de 64?
O Fábio diz que seu pai participou da campanha "O Petróleo é Nosso".
Eu também participei. Quando tinha 12 anos, em 1952, ia, acompanhando meu avô,positivista e militar do exército, extremamente nacionalista, assistir as reuniões que eram realizadas no Clube Militar, na Cinelândia, onde se discutia a criação da Petrobras. Até o pai do entreguista FHC, General Cardoso, militar nacionalista, participava dessas reuniões.
Fui trabalhar na Petrobras em dois períodos: de 1976 a 1990 e, de 2012 a 2016. Ainda tive tempo de receber as cartinhas que o Pedro Malan Parente enviava à força de trabalho da Empresa e que continuam até hoje, tentando justificar o injustificável. O que recebia em troca eram comentários indignados com seu entreguismo. Uma vez cruzei no corredor com o Pedro Malan, e me segurei para não abordá-lo.
Voltando aos militares, a minha pergunta tem razão de ser, ao vê-los assistindo passivamente a entrega das nossas riquezas ao capital internacional, a privatização da Petrobras, da EMBRAER, da Eletrobrás, do satélite brasileiro, da Base de Alcântara, da suspensão da construção do submarino atômico brasileiro, da venda do pré-sal e outros ativos da Petrobras "à preço de banana", etc, etc.
Agora o governo golpista entreguista, coloca na fila para privatização, os Correios, o BB, a Caixa Econômica Federal. Cabe lembrar também do encerramento do Fundo Soberano, cujos recursos vão ser usados para pagar a dívida com nossos patriotas banqueiros, tão pobrezinhos. Acabaram de ter dívidas milionários perdoadas pelo governo golpista.
Leio hoje que o temerário entreguista, cortou verba da proteção às mulheres brasileiras, para garantir lucro de sócio privado na Petrobras.
Herdei do meu avô, Augusto de Araujo Dória, coronel do exército brasileiro, professor do Colégio Militar, amigo, por exemplo do Marechal Cândido Rondon, o qual conheci em sua casa, de Horta Barbosa, de Leopoldo Miguez, grandes nacionalistas, que dão nome a algumas das instalações da Petrobras, etc. meu interesse pelas causas nacionalistas e pela política.
Em homenagem a ele, tenho Augusto no meu nome.
Professor de francês do Colégio Militar, foi a última função que ocupou na sua carreira militar.
O petróleo é nosso 2.0, por Fábio de Oliveira Ribeiro
A crise aguda por que passa o país expõe uma dupla fragilidade do Brasil. A primeira diz respeito à democracia representativa. O usurpador Michel Temer se comprometeu com o plano de governo do PT, mas assim que conseguiu derrubar Dilma Rousseff e chegou à presidência ele decidiu impor ao país um modelo neoliberal de exploração do petróleo e de administração da Petrobras que não foi aprovado pelos eleitores em 2014.
A segunda, evidenciada pelo caos que foi provocado pela alta do preço do diesel, diz respeito à vulnerabilidade econômica brasileira às variações internacionais dos preços dos derivados de petróleo. O Brasil não está em condições de se dar ao luxo de exportar petróleo cru a preço baixo e importar gasolina e óleo diesel para garantir a máxima rentabilidade do capitalismo global. A Petrobras não é uma empresa privada. Ela também pertence aos brasileiros e sua administração deve necessariamente levar em conta o predomĩnio do transporte rodoviário de alimentos, matérias primas, máquinas, equipamentos e eletrodomésticos.
O conflito entre interesse nacional (estabilidade econômica, crescimento e aumento da arrecadação tributária) e o interesse privado (máxima lucratividade dos acionistas privados e fornecedores estrangeiros da Petrobras) se tornou evidente à medida que o governo quer ter uma liberdade que não lhe foi conferida pelas eleições: impor ao país uma política petrolífera que fere os interesses dos caminhoneiros e de todos os segmentos industriais que dependem do transporte rodoviário de cargas. A liberdade dos caminhoneiros e empresários de ter lucro foi cerceada pela do presidente da Petrobras que administrou a companhia ignorando os interesses e fragilidades nacionais.
Já que estamos falando de liberdade, nunca é demais levar em conta as palavras de Celso Furtado:
“A liberdade humana projeta-se, evidentemente, num plano epistemológico que escapa às ‘leis naturais’ explicativas de uma realidade a priori reduzida segundo as exigências dos métodos da ciência. Ou se funda no transcendente, como ocorre com a moral cristã ou kantiana, ou se refere a uma faculdade do homem de autotransformar-se. Como todo ato de criação, a liberdade não pode ser apreendida mediante o estudo de seus ingredientes. A eliminação do transcendente como fundamento da moral leva necessariamente seja ao aviltamento do homem, seja a seu enobrecimento. A idéia de um ‘contrato’ entre seres vivos, como fundamento da vida social, responde a esse desejo de enobrecer o homem. Se, como pensava Kant, a razão prática prevalece sobre o entendimento e os imperativos morais são categorias a priori, o aperfeiçoamento das regras de convivência social não será outra coisa senão a plena realização das faculdades humanas. Entre essas faculdades do sujeito transcendental kantiano e a visão hegeliana da História como transformação do caos em ordem racional existe uma perfeita continuidade. Não obstante as duras críticas que faz do racionalismo do século dezoito, o historicismo inscreve-se no mesmo quadro de busca de um pouco de apoio que desempenhe as funções dos antigos dogmas e ao mesmo tempo refira-se a razão. Nietzsche percebeu essa continuidade, daí tê-lo considerado simples ilusão que afastava o homem da confrontação consigo mesmo.” (Criatividade e dependência na civilização industrial, Celso Furtado, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1978, p. 163)
A crise dos combustíveis marcou um encontro inevitável entre o Brasil governamental (neoliberal desligado de qualquer compromisso eleitoral) e o Brasil real (cuja economia depende do fluxo constante de diesel a um preço razoável). Solucionar o problema imediato mediante a redução de impostos é uma medida paliativa, pois novas fontes de arrecadação terão que ser inventadas e isso acarretará mais desconforto. Além disso, não é justo o país ser acionista majoritário da Petrobras e subsidiar os lucros que serão embolsados pelos acionistas privados estrangeiros mediante a redução da arrecadação fiscal.
Meu pai participou da campanha “O petróleo é nosso” que levou à criação da Petrobras e à instituição do monopólio estatal da exploração petrolífera. O sucesso daquela campanha ecoa na política brasileira desde então. Nem o golpe de 1964 nem a redemocratização do país foram capazes de desfazer o consenso que existia no sentido de que o petróleo é um recurso estratégico que deve ser monopolizado e explorado pelo estado em benefício dos interesses nacionais.
A interferência estrangeira nessa dimensão da economia brasileira foi rechaçada de maneira enfática por Juarez Távora na década de 1950:
“A disputa pelo monopólio, ou, no mínimo pelo predomínio sobre as fontes de produção, usinas de beneficiamento e equipamentos de transporte e distribuição, já não opera apenas por conta dos próprios trustes interessados comercialmente em contratá-los, mas através dos bastidores dos Departamentos de Estado e Estados Maiores Militares, que orientam a política internacional das grandes potências mundiais.
A ambição desenfreada de lucro, açulada pelo incentivo de ações diplomáticas, a serviço do predomínio político e econômico das nações mais poderosas, tem levado os trustes internacionais do petróleo a escreverem uma das páginas mais sombrias da história econômica da humanidade.” (Petróleo para o Brasil, General Juarez Távora, Livraria José Olympio, Rio de Janeiro, 1955, p. 65)
Na década de 1970, em razão da crise do petróleo, do endividamento externo e das reservas petrolíferas nacionais serem minguadas, o governo militar chegou a pensar em abrir a exploração às empresas multinacionais mediante contratos de risco.
“O ambiente favorável aos contratos chegou, então, ao ponto de levantar a suspeita de que a escolha do presidente da Petrobrás, almirante Faria Lima, para ser governador da fusão Guanabara-Estado do Rio na verdade se destinava a facilitar a aprovação dos contratos pela empresa. Cópias de um documento anônimo atribuído a círculos militares eram distribuídas no Congresso, em setembro, advertindo para a suposta manobra concluindo com a lacônica ameaça de que ‘a cobra vai fumar’.
Segundo os jornais, o governo deveria tomar uma decisão sobre o assunto até o final do ano. Antes deste prazo, entretanto, surgiram as descobertas no litoral de Campos, arrefecendo temporariamente o entusiasmo dos defensores da solução finalmente adotada um ano depois. O grande exagero caracterizou os primeiros palpites dados por autoridades governamentais sobre a capacidade de produção das novas jazidas, apesar das repetidas explicações dos setores técnicos da Petrobrás quanto à total precariedade destas ‘estimativas’, acabou dando mais um ano de prazo à empresa para tentar resolver sozinha o problema.
O próprio presidente Geisel, em pronunciamento feito menos de um mês após a descoberta do campo de Garoupa, fazia apelo dramático aos técnicos da Petrobrás, no sentido de garantir sua entrada em produção em tempo recorde, diante da necessidade de pôr fim à sangria de divisas representada pelas importações de petróleo.
Tudo levava a crer que a Petrobrás teria no máximo dois anos para pelo menos aproximar o País da tão sonhada auto-suficiência. Se não conseguisse isso, ou, então, se não tivesse provado a impossibilidade da tarefa por meio de um número suficiente de perfurações fracassadas, o governo partiria para o recurso às empresas estrangeiras.” (Os contratos de risco e a Petrobras, Fausto Cupertino, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1976, p. 5-6)
Os militares cogitaram liberar a exploração petrolífera mediante contratos de risco não porque isso fizesse parte de um novo modelo econômico e sim porque havia se tornado uma necessidade contingente imposta pelas fragilidades brasileiras naquele momento. Assim que o país descobriu novas reservas de petróleo o projeto foi convenientemente esquecido, voltando a predominar a ideia de que o monopólio petrolífero e a exploração das reservas nacionais pela empresa estatal faziam parte da agenda de longo prazo da nação. Segurança militar, segurança energética e segurança econômica eram consideradas as três faces de um mesmo fenômeno político e sustentavam a preservação do modelo adotado pelo Brasil desde os anos 1950.
Não por acaso, os jovens e adolescentes eram educados para defender o modelo brasileiro:
“A Petrobrás é uma sociedade anônima cujo capital majoritário pertence obrigatoriamente à União, sendo que a participação minoritária deve obrigatoriamente pertencer a brasileiros natos ou naturalizados radicados no País. A Petrobrás, em virtude da mesma lei, detém os monopólios da pesquisa e exploração do petróleo e gases naturais no território nacional, do transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional e de derivados produzidos no País, bem como o transporte, inclusive de gases raros, por meio de oleodutos e de gasodutos.
Antes da instituição da Petrobrás, já existiam no Brasil várias refinarias particulares, bem como um oleoduto entre Santos e São Paulo, pertencente à Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Das refinarias particulares, cita-se a Ipiranga, firma gaúcha; Manguinhos, situada na Guanabara; União e Matarazzo, situadas em São Paulo; Sabba, localizada em Manaus. Estas empresas após a Lei no. 2.004, só podem se expandir para refinar para a Petrobrás.
A distribuição de subprodutos do petróleo não é monopólio da Petrobrás. Daí o motivo de ser ver postos de gasolina da Petrobrás como da Ipiranga, SHELL, ESSO, TEXACO, PETROMINAS, além de outras firmas.” (Brasil processo e integração - Estudos de problemas brasileiros, G. Galache e M. André, edições Loyola, 10a. edição, São Paulo, 1976, p. 411)
Mesmo quando imaginou ser necessário flexibilizar o monopólio do petróleo para admitir os contratos de risco, o governo militar não mudou o programa de ensino. Os estudantes brasileiros seguiram sendo ensinados e aprendendo que o nosso modelo de exploração petrolífera era baseado no monopólio do produto e na sua exploração pela empresa estatal. Naquela época, os militares também eram ensinados a encarar a exploração do petróleo e seu refino como um dos aspectos importantes da vida econômica nacional.
“A partir de 1970, a PETROBRÁS, resolveu atacar um vultoso programa no setor de refino, visando, entre outras metas, à ampliação da capacidade de processamento de petróleo, à melhoria operacional e à diversificação de sua produção, ajustando esta à necessidades do mercado e dando continuidade aos esforços no sentido de alcançar a auto-suficiência. Várias obras de grande porte foram então concluídas, estando em regime normal de operação, e outras encontram-se em fase final de construção.” (Os transportes no atual desenvolvimento do Brasil, coordenação do general João Baptista Peixoto, Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, p. 300-301)
Fiz questão de citar a obra do general João Baptista Peixoto porque ele enfatiza um detalhe importante. Não existe incompatibilidade entre o mercado (a ser atendido pela Petrobras) e a exploração do petróleo pela empresa estatal mediante regime de monopólio. O conflito entre mercado e monopólio estatal do petróleo é artificial. Ele foi inventado pelos neoliberais na década de 1980, quando alguns economistas passaram a defender a tese de que o Estado é incapaz de produzir bens e serviços com eficiência. Todavia, a ineficiência do neoliberalismo pode ser vista nos postos de gasolina e nas estradas brasileiras.
A crise de desabastecimento da década de 1970 não ocorreu por causa do monopólio do petróleo e sim porque o país tinha reservam minguadas do produto (os campos petrolíferos no litoral começaram a ser descobertos naquela época) sendo obrigado a se endividar para importar o produto. A crise atual ocorre no momento em que o Brasil é auto-suficiente de petróleo e o explora como se o monopólio não fosse bom ou não existisse.
O neoliberalismo da dupla Michel Temer/Pedro Parente nos levou a exportar petróleo cru a preço de banana, a reduzir o refino no Brasil e a importar gasolina e óleo diesel a preços elevados. A lógica neoliberal atendeu ao critério da maximização dos lucros dos acionistas da Petrobras ao custo do caos, do desabastecimento e do aumento artificial e desnecessário da vulnerabilidade econômica brasileira num momento em que nada disso ocorreria se o petróleo fosse nosso e refinado aqui para atender nossos interesses.
A crise atual é o resultado de um novo ataque à Petrobras e ao ideal do monopólio estatal do petróleo que nos foi legado desde a campanha “O petróleo é nosso”. Essa é uma história antiga. Desde o debate sobre a necessidade ou não da exploração de petróleo mediante contratos de risco, os inimigos do Brasil usam basicamente o mesmo argumento.
“Os defensores dos contratos de risco gostam de dizer que a Petrobrás é ‘ineficiente’. O professor Adilson Gomes de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, resolveu checar isso. Ele verificou o seguinte: entre 1945 e 1962 as empresas americanas encontraram 50m3 de óleo por metro perfurado. Já a Petrobrás entre 1955 e 1979 obteve 46m3. ‘Ora, a ineficiência da Petrobrás é no mínimo igual à das multinacionais do petróleo nos EUA, que têm uma geologia mais favorável.’
Os entreguistas alegam que uma prova da ineficiência da Petrobrás é que a empresa produz apenas 200 mil barris/dia de óleo. Isso não passa de uma idiotice. É preciso não esquecer que a geologia brasileira não vem se revelando, até agora, muito favorável à descoberta de petróleo. Portanto, a Petrobrás tem que ser muito cautelosa nas áreas a perfurar para não jogar dinheiro fora irresponsavelmente. Eis o que diz a respeito o diretor de Exploração da Petrobrás, Carlos Walter Marinho Campos no trabalho A Pesquisa de Petróleo no Brasil:
‘O petróleo não está onde se quer, mas onde a natureza o criou e escondeu.
É muito importante perfurar, porém, mais importante ainda é fazê-lo apoiado em informações geológicas que sejam as mais completas possíveis. Assim, estaremos investindo bem, evitando perfurações ao acaso, apenas para engrossar estatísticas.’ ” (A farsa do petróleo, porque querem destruir a Petrobrás, Ricardo Bueno, editora Vozes, Petrópolis, 1980, p. 53-54)
Durante o governo Lula o Brasil descobriu o pré-sal. A imprensa alegou que a exploração dele não era economicamente viável. Durante décadas o Brasil investiu recursos escassos para se tornar auto-suficiente a fim de evitar choques de desabastecimento/endividamento como aquele que ocorreu na década de 1970. Agora que o pré-sal se tornou viável a Petrobras está sendo administrada não para abastecer o mercado interno ao menor preço e sim para garantir os lucros de alguns estrangeiros com o máximo de prejuízo para os caminhoneiros, empresários, cidadãos e contribuintes brasileiros. Isso é no mínimo insano.
A campanha “O petróleo é nosso”, da qual meu pai participou, foi estudada de maneira detalhada por Maria Augusta Tibiriça Miranda (Ipsis Gráfica e Editora, São Paulo, 2a. edição, 2004, 576 páginas, obra que recomendo a todos interessados na história da exploração do petróleo no Brasil). A crise em curso, que pode ser considerada uma manifestação do problema que não poderá ser resolvido enquanto houver conflito dentro da Petrobras entre os interesses nacionais e os interesses dos acionistas, sugere o relançamento daquela campanha.
Não somos e não devemos ser escravos dos acionistas da Petrobras. Eles não irão indenizar os prejuízos causados pela crise em curso aos empresário, comerciantes, trabalhadores e cidadãos brasileiros. O Brasil real precisa se encontrar novamente com o Brasil governamental. Isso deve ser feito da maneira mais democrática possível. O país não precisa ser tutelado por militares truculentos e/ou por juízes safados, nem tampouco deixar exclusivamente a decisão da questão nas mãos dos deputados, senadores e lobistas.
Todo poder emana do povo e neste caso o próprio povo brasileiro deve ter liberdade para decidir se o nosso petróleo será ou não explorado em condição de monopólio por uma empresa exclusivamente estatal. O plebiscito sobre o tema poderia ocorrer junto com as eleições de 2018. Se o monopólio do petróleo e a estatização da Petrobras forem aprovadas as empresas e acionistas prejudicados poderão ser indenizados ao longo da próxima década.
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Altamiro Borges: Parente Serpente, o responsável pelo caos
Altamiro Borges: Parente Serpente, o responsável pelo caos: Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo : O atual presidente da Petrobras, o tucano Pedro Parente, também conhecido como...
PETROBRAS - Manifesto de professores da UFRJ.
Economistas: ‘jênio” Parente deixa Petrobras ociosa e quer subsidiar diesel de fora?
POR FERNANDO BRITO · 30/05/2018
Nada menos que 25 professores de Economia da UFRJ divulgaram hoje um manifesto onde denunciam que o Governo vai subsidiar, por conta dos acordos feitos para cessar a greve dos caminhoneiros, em pelo menos R$ 3 bilhões a importação de diesel, enquanto Pedro Parente mantém um índice de 31% nas refinarias nacionais e faz a petrobras exportar petróleo bruto.
O texto, arrasador, mostra que o discurso de “eficiência” de Pedro Parente só se sustenta graças a “jornalistas amigos” e como se tornará insustentável em qualquer debate aberto, como o que pode acontecer na “CPI do Parente“, caso o Senado de fato a instale:
Recentemente, o Conselho de Administração da Petrobras, negligenciando os efeitos danosos da volatilidade no preço do petróleo para a atividade econômica, decidiu manter os preços dos combustíveis alinhados com os preços dos derivados no mercado internacional, independentemente dos custos de produção da companhia. Com essa política, a empresa passou a repassar os riscos econômicos da volatilidade dos preços para os consumidores com o objetivo de aumentar os dividendos de seus acionistas. A crise provocada pela reação dos caminhoneiros a essa política é fruto desse grave equívoco.
Para superar essa crise, é indispensável rever essa política. No entanto, o governo decidiu preservá-la, propondo um subsídio para o diesel com reajustes mensais no seu preço. O governo estima que essas medidas custarão R$ 13 bilhões aos cofres públicos até o final do ano, dos quais mais de R$ 3 bilhões serão gastos para subsidiar o diesel importado. O ministro Guardia justificou essa medida econômica heterodoxa como necessária para preservar a competitividade do diesel importado.
O Brasil importou 25,4 milhões de barris de gasolina e 82,2 milhões de barris de diesel no ano passado, porém exportou 328,2 milhões de barris de petróleo bruto. Na prática, esse petróleo foi refinado no exterior para atender o mercado doméstico, deixando nossas refinarias ociosas (31,9%) em março de 2018. Nesse processo, os brasileiros pagaram os custos da ociosidade das refinarias da Petrobras e aproximadamente US$ 730 milhões anuais pelo refino de seu óleo no exterior. Não é racional que o Brasil subsidie diesel importado para absorver a capacidade ociosa de concorrentes comerciais.
A Petrobras foi criada para garantir o suprimento doméstico de combustíveis com preços racionais. Não é razoável que o presidente da Petrobras declare que o petróleo produzido no Brasil é rentável a US$ 35 dólares/barril e proponha oferta-lo aos brasileiros a US$ 70/barril.
Assinam a nota os os professores do Instituto de Economia da UFRJ: Adilson de Oliveira; Ary Barradas; Carlos Frederico Leão Rocha; David Kupfer; Denise Lobato Gentil;Eduardo Costa Pinto; Fernando Carlos; Isabela Nogueira; João Saboia; João Sicsú; José Eduardo Cassiolato; José Luís Fiori; Karla Inez Leitão Lundgren; Lena Lavinas Lucia Kubrusly; Luiz Carlos Prado; Luiz Martins; Marcelo Gerson Pessoa de Matos; René Carvalho; Ronaldo Bicalho e Victor Prochnik
PETROBRAS - Pedro Parente veio terminar o serviço iniciado pelo FHC.
O desastre americano da Petrobras, por André Araújo
As empresas estatais de petróleo foram criadas para exercer uma função estratégica na economia de seus países. São 13 estatais que estão entre as 20 maiores petrolíferas do mundo, sendo que nesta lista as 4 primeiras são estatais. O objetivo central para o qual essas companhias existem é atender às necessidades econômicas DE LONGO PRAZO de seus países, fazem parte da politica de Estado, da defesa de seus recursos energéticos, ao mesmo tempo que geram compras e empregos no Pais. Elas são, portanto, instituições nacionais e não simples firmas comerciais e são geridas como um fundamental ativo de cada Pais.
O critério vale tanto para países que dependem da exportação de petróleo como a Arabia Saudita (SAUDI ARAMCO), Kuwait (KUWAIT OIL CO.), Irã (NIOC-NATIONAL IRANIAN OIL CO.), Iraque (IRAQ NATIONAL PETROLEUM CO.), Angola (SONANGOL), como de paises emergentes de economia diversificada como México (PEMEX), Algéria (SONATRACH), Rússia (RUSSNEFT), chegando a países ricos como a Noruega onde opera a grande estatal de petróleo, a STATOIL, são companhias que servem a um projeto nacional , não podem servir ao mercado financeiro ao mesmo tempo porque as estratégias e os objetivos são completamente diferentes.
Ao listar a PETROBRAS na Bolsa de Nova York, o grupo de neoliberais que dominava o Governo FHC pretendia exatamente isso, tirar o papel estratégico da PETROBRAS, já que para essa ideologia até a própria noção de Projeto Nacional era obsoleta. Para o mercado financeiro global a única referência é o lucro, nacionalismo é coisa do passado, o mercado é tudo, analise que a História desde 2008 já demonstrou que é uma fantasia de lunáticos.
A função de servir a um projeto nacional foi a razão para ser criada a PETROBRAS em 1953, por iniciativa de um Presidente com ampla visão de Estado, o maior estadista brasileiro do Século XX, Getúlio Vargas. A criação teve ENORME oposição dos chamados “círculos conservadores”, avôs dos atuais neoliberais, com Eugênio Gudin à frente, apoiado pela mídia de então, como o jornal O GLOBO, os Diários Associados de Assis Chateaubriand e outros. A reação violenta da DIREITA de então esteve no pano de fundo da campanha contra Vargas, que no ano seguinte o levou ao suicídio, usando o velho e conhecido instrumento da Direita, a CRUZADA MORALISTA operada por uma “campanha anti-corrupção" contra um homem que não deixou herança além de um pequeno apartamento na Tijuca.
Vargas criou a PETROBRAS para proteger o Brasil da dependência total da importação de combustíveis dominada pelas “majors” de então, especialmente Esso, Shell, Gulf e Texaco, que garantiam ao governo que NÃO HAVIA PETROLEO NO BRASIL, usando como prova o chamado Relatório Link. Walter Link era um geólogo americano que não encontrou vestígios de petróleo no Brasil, relatório que era usado pela direita como arma contra a criação da Petrobras, lembrando que Vargas criou na mesma época o BNDE e a ELETROBRAS.
A PETROBRAS foi obra da visão de grandes brasileiros e foi imensamente fortalecida no Governo Militar de 64, esse crédito deve ser colocado na conta dos Presidentes militares, um dos quais, Geisel, foi também presidente da Petrobras. Nessa trajetória, a PETROBRAS construiu 11 refinarias, milhares de quilômetros de oleodutos e gasodutos, enormes estações de tancagem e distribuição, uma grande frota de navios tanques, fábricas petroquímica e de fertilizantes, explorou gás na Bolívia para o qual se construiu um gasoduto binacional de 3.800 quilometros e explorou petróleo na África e no Iraque, tornando-se ao fim do Século XX a 8ª empresa de petróleo do mundo.
O PRIMERIO GRANDE ATAQUE Á PETROBRAS
O governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso desviou completamente a Petrobras de seu papel estratégico, o que é uma ironia, a família Cardoso esteve na linha de frente pela criação da Petrobras em 1953. FHC se cercou completamente de um circulo de “neoliberais cariocas” formados na PUC Rio e com cursos nos EUA, com fé cega no mercado e inimigos da existência de empresas estatais achando que todas deveriam ser privatizadas já que na ideologia fanática deles o “mercado tudo resolve”, algo que não se acredita nem nos Estados Unidos. Esse grupo conhecido hoje como “Casa das Garças“ incluía nomes depois mediáticos, entre os quais Pedro Parente, todos com uma visão muito particular de Pais que começava no Leblon e terminava em Nova York.
Em função dessa ideologia privatista, não havendo condições politicas para vender a PETROBRAS porque isso jamais passaria no Congresso, conseguiram montar a primeira etapa de um projeto para a privatização futura da PETROBRAS, abrir seu capital para estrangeiros e listar as ações na Bolsa de Nova York. Para o público tudo foi vendido como coisa boa e moderna mas foi um DESASTRE para a Petrobras que NÃO LEVANTOU CAPITAL, apenas deu liquidez em dólar a ações já emitidas.
O Brasil pagou um altíssimo preço por essa alegada vantagem. A PETROBRAS ficou submetida à LEGISLAÇÃO AMERICANA, ninguém informou isso ao distinto publico na época mas, para os privatistas, era a glória deixar a PETROBRAS vulnerável ao Governo dos EUA, historicamente inimigo de empresas estatais de petróleo e aliado deles. Os neoliberais levaram a Petrobras à boca do lobo, enfraqueceram a governança da companhia em beneficio do estrangeiro.
Foram as empresas estatais de petróleo que impuseram as duas grandes crises do petróleo do Século XX com altas coordenadas de preço e são essas empresas que comandam, através de seus governos a OPEP, o cartel que controla a produção e comercialização de petróleo no mundo, uma estrutura de grande peso politico, um dos players do poder mundial de hoje.
Está claro portanto que as EMPRESAS ESTATAIS DE PETROLEO tem um papel estratégico na geopolítica do mundo atual, não são descartáveis como querem fazer crer os neoliberais brasileiros mal informados e mal intencionados que estão vendendo a PETROBRAS em pedaços sob a alegação de que o mercado tudo resolve e que empresa estatal é coisa do passado.
Na esteira dessa caminhada para vender a PETROBRAS, o Governo FHC colocou na presidência da companhia figuras do mercado financeiro que não entendiam nada de petróleo mas entendiam de Bolsa de Nova York, como Francisco Gros, diretor no Brasil do banco Morgan Stanley e Henri Philippe Reichstul, um francês e economista especializado em café que só conhecia gasolina no posto, depois sócio do Banco SRL. A ideia do grupo SEMPRE foi privatizar a companhia. Até globalizar o nome tentaram, nasceu a PETROBRAX, um nome bonito para americanos, criado por uma consultoria de marcas para tirar o caráter brasileiro e nacional da empresa mas a reação popular foi negativa e a ideia abandonada.
Essa leviandade de submeter a PETROBRAS à Lei Americana já custou US$2,95 bilhões pagos por conta de acordo sumário e sem maiores discussões com os ACIONISTAS MINORITARIOS AMERCANOS, antes mesmo de qualquer sentença, o mesmo valor que vai custar o acordo com 2 milhões de caminhoneiros em greve em maio de 2018. O Governo e a mídia tratam esse valor da concessão aos caminhoneiros como um terremoto financeiro que vai abalar o Brasil mas quando o MESMO VALOR foi pago a achacadores americanos DISFARÇADOS DE “ACIONISTAS MINORITARIOS” a mesma mídia e o mesmo governo fizeram cara de paisagem.
Ainda está pendente a MULTA do Departamento de Justiça contra a PETROBRAS, processo montado no Brasil com a ajuda de delatores brasileiros e plena colaboração com procuradores americanos que vieram até Curitiba interrogá-los, sem que o Governo brasileiro exercesse qualquer pressão diplomática sobre o Governo americano, algo perfeitamente normal e admitido em Washington, a PETROBRAS deixou a coisa correr solta e fácil.
No caso dos acionistas minoritários QUE NÃO SÃO ACIONISTAS INOCENTES, são fundos “”ABUTRES” que compram ações para processar empresas, é o negocio deles, conduzido por escritórios de advocacia especialistas nessa trapaça, um dos mais conhecidos é a Rosen Law Firm, esse tipo de processo comum nos EUA onde é tratado como “negócio de mau cheiro” em Wall Streetm foi conduzido com displicência e ar de desimportância, apesar de ter custado mais de DEZ BILHÕES DE REAIS à Petrobras, que chora tostões quando se trata de óleo diesel.
No Brasil, a mídia desinforma dizendo que e PETROBRAS apenas compensou velhinhas aposentadas do Oregon, sem expor a máfia das “class actions” que até meninos de Nova York conhecem como um dos negócios mafiosos de Wall Street. A Petrobras pagou o acordo bilionário com grande alegria e satisfação do dever cumprido, sob aplausos das Miriam Leitão e da mídia brasileira, que elogiaram a presteza e correção da Petrobras com seus “acionistas” estrangeiros tão virtuosos e bonzinhos que acreditaram na empresa, coitados.
A submissão da Petrobras à Lei Americana foi um dos dois maiores erros do Governo FHC pelos quais estamos pagando caro hoje. O segundo erro desse governo, na mesma linha de ‘ VAMOS AUMENTAR A COMPETIVIDADE “ foi o PROER, o programa de reorganização do sistema bancário que levou à absurda concentração do setor em três bancos particulares, quando, em 1990 no Brasil tinham 600 bancos. Banco com grandes redes e nichos especiais de mercado, como o BAMERINDUS, que atendia pequenos empresários, com problemas perfeitamente sanáveis foram forçados à venda para banco estrangeiro, Pedro Malan tinha fascínio por estrangeiros porque iriam “modernizar” a economia, coisa de vira-lata comum a todos os “neoliberais cariocas” que adoram qualquer coisa ou pessoa não-brasileira, porque tem horror do Brasil como nação, o Brasil é o atraso, o estrangeiro é a modernidade.
Na mesma linha liquidou-se o segundo maior banco do Pais, o histórico BANESPA, por causa de problemas em algumas operações. Foi liquidado s vendido a estrangeiros, sob protestos do governador Mario Covas, um homem integro que disse ser absurdo liquidar um banco daquele porte por causa de algumas operações pequenas mal liquidadas. Na mesma safra de loucura ideológica, foram liquidados outros bancos públicos importantes como Estado do Paraná, Crédito Real de Minas Gerais, Estado de Minas Gerais, perdendo o Pais uma grande rede de bancos regionais que impulsionavam a economia brasileira, mesmo que com eventuais erros de gestão, comuns também a bancos privados por todo o planeta.
O GOVERNO DO PT
Os governos de Lula e Dilma cometeram GRAVES erros na gestão da Petrobras, coloque-se na conta do débito MAS, em compensação, cometeram acertos IMENSOS, que os “neoliberais cariocas” jamais ousariam. O grande acerto foi investir pesadamente no PRÉ-SAL, acreditando nesse projeto quando os neoliberais e sua mídia vassala diziam que o pré-sal era uma fantasia.
Se nomearam diretores ruins também trouxeram para o comando do pre-sal o pai dessa ideia, o engenheiro Guilherme Estrella, dirigente que foi desde o inicio a alma do pre-sal, detestado pelos neoliberais. Então a gestão do PT teve erros e um grande ACERTO, o pre-sal.
A PETROBRAS jamais esteve quebrada, sempre teve crédito nos mercados internacionais por toda a gestão do PT. Dois anos antes da Era Parente a PETROBRAS fez seis emissões de bônus no mercado internacional com demanda três a cinco vezes maior do que a oferta, inclusive fez uma emissão de CEM ANOS de prazo, algo que só super “blue chips”, só empresas “prime” conseguem vender e essas emissões de bônus pré- Era Parente foram lideradas pelos maiores nome da banca global, como J.P. MORGAN e DEUTSCHE BANK, que jamais patrocinariam uma empresa quebrada. Já fizemos dois artigos específicos sobre essa lenda da “Petrobras quebrada” que é a base justificadora da VENDA DE ATIVOS A QUALQUER PREÇO da gestão Parente. A PETROBRAS jamais esteve remotamente quebrada porque seu fluxo de caixa em reais e em dólares se manteve estável por todo o período entre 2014 e 2016.
Empresas de petróleo com GRANDES RESERVAS dificilmente quebram, mesmo nos piores cenários, o que nem de longe jamais aconteceu com a Petrobras, que sempre teve fila de ofertas de crédito de bancos e países para todas suas necessidades de curto e longo prazo.
Mas o “mito da PETROBRAS quebrada” era necessário para o projeto Pedro Parente de liquidação de ativos a jato, afinal ele dizia que a empresa estava super endividada, mas isso não o impediu de pré- pagar uma divida com o Banco J.P.Morgan CINCO ANOS antes do prazo. Não só essa. A Petrobras antecipou o pagamento de empréstimos porque estava com caixa folgado MAS era essencial espalhar a ideia da “Petrobras falida”, tarefa com que contou com o suporte fundamental do Grupo GLOBO, especialmente de Miriam Leitão e seu time de Sardenbergs, Borges, Cruzes, Camarottis, todos como um coral de sapos repetindo o mantra. Aliás a própria direção da Petrobras ao repassar essa ideia de “Petrobras quebrada” operou CONTRA A IMAGEM da companhia, um pecado imperdoável para dirigentes de empresas, que jamais devem jogar contra a empresa para beneficiar seu projeto pessoal.
A LENDA DA PETROBRAS QUEBRADA FOI FUNDAMENTAL PARA JUSTIFICAR A VENDA RAPIDA DE ATIVOS EM CLIMA DE LIQUIDAÇÃO
A GESTÃO PEDRO PARENTE
É uma gestão que é um retorno da trajetória do governo FHC, sua missão é uma só, privatizar a PETROBRAS, seja de qual jeito for, uma “privatização branca” vendendo ativos a toque de caixa a preços de liquidação , é vender por vender porque diz que precisa pagar divida, grossa mentira, a PETROBRAS tem ANTECIPADO o pagamento de dividas que iriam se vencer anos à frente, empresa que faz isso está com dinheiro sobrando, nunca esteve quebrada, a desculpa todavia é necessária para justificar vendas de ativos fundamentais sem licitação.
Mas na crise dos combustíveis que gerou a greve dos caminhoneiros os pecados foram muito maiores. DOLARIZOU-SE o preço dos combustíveis na bomba por dois motivos:
Primeiro, a gestão Parente AUMENTOU SUBSTANCIALMENTE a importação de diesel e gasolina com finalidades sinistras, estimular a concorrência CONTRA A PETROBRAS para que esses concorrentes fiquem incentivados para comprar as refinarias da Petrobras que ele quer vender rápido. Parente está OPERANDO CONTRA A PETROBRAS para cumprir seu plano ideológico de privatizar a empresa, essa é sua missão, está descumprindo sua missão de administrador de companhia a favor de um outro projeto que não é o da empresa.
A segunda razão e poder dizer aos acionistas americanos que os preços de venda de combustível seguem o padrão-dolar e assim garantem paridade cambial para as receitas e dividendos da PETROBRAS, atender aos interesses dos acionistas estrangeiros é crucial e prevalece sobre os interesses do Pais a quem a PETROBRAS deveria servir.
O PREÇO DO DIESEL
O preço de diesel está sendo calculado como se o barril do petróleo estivesse cotado no mercado internacional a 140 dólares, quase o dobro da cotação atual, a aberração do preço do diesel na bombas NÃO É POR CAUSA DOS IMPOSTOS, é por causa da politica de dolarização da Petrobras, que agora quer fazer crer que o problema são os impostos e não ela.
Essa anomalia merece uma “ CPI PARA INVESTIGAR A POLITICA DE PREÇOS DA PETROBRAS” que é francamente lesiva ao Pais e benéfica aos acionistas minoritários estrangeiros, aqueles para os quais a PETROBRAS está sendo administrada em primeiro lugar.
Um gestor de empresa executar uma politica ideológica PARA CRIAR CONCORRENTES visando atender a um projeto politico fora da empresa vai contra os interesse do Pais, do Estado acionista controlador, de seus consumidores e de seus empregados, é uma gestão CONTRA os interesses da empresa, segundo a Lei das Sociedades Anônimas.
O PROJETO DE LIQUIDAÇÃO DA PETROBRAS
Esse “projeto” de desmonte, liquidação e venda a preços mínimos da PETROBRAS vem do Governo FHC, quando foi testada mudança do logo para PETROBRAX, visando tirar a marca nacional do nome, tentaram e não passou pela barreira politica, houve uma forte reação popular que indicava uma impossibilidade legal para a privatização naquele momento.
Com a queda do governo Dilma abriu-se de repente uma janela imprevista para tocar o “projeto Petrobras New York”, que começou em 1998 com a irresponsável venda de 36% das ações da União na Bolsa de Nova York, ações velhas que não renderam nenhum capital novo para a empresa e o dinheiro obtido pela União foi para o orçamento geral e prontamente gasto nas despesas de custeio, venderam a joia da coroa para pagar o vinho.
Esse passo desastroso colocou a PETROBRAS sob a jurisdição americana, o que até agora já custou muito caro à Petrobras e ao Pais, como já demonstramos.
Nesta etapa 2016-2018 o “projeto Petrobras New York” teve ações preparatórias para levar adiante o projeto de desmonte, liquidação e venda da empresa, a saber:
- A demonização da empresa pela Lava Jato, visando mostrá-la como um antro de corrupção apenas esquecendo que durante o governo petista a produção do pré-sal deu um salto e a empresa não parou de investir no aumento de sua produção de cru, tornando o Brasil PRATICAMENTE AUTO SUFICIENTE EM PETRÓLEO. A “escandalização” sobre corrupção na PETROBRAS derrubou a cotação das ações, não foi a corrupção e sim o escândalo, a corrupção deveria ter sido combatida e processada, como fez a Halliburton na mesma época, sem que suas ações fossem afetadas minimamente, O COMBATE À CORRUPÇÃO NÃO FOI USADO COMO ARMA POLITICA.
- A propagação da lenda PETROBRAS QUEBRADA pelo Sistema Globo, completa falsificação da realidade porque nesse período o FLUXO DE CAIXA se manteve estável, o ENDIVIDAMENTO era compatível com o balanço, o mercado internacional se ofereceu para comprar os bônus novos da empresa em volume três a quatro vezes maior que o ofertado, inclusive bônus de cem anos de prazo e o MERCADO SECUNDÁRIO manteve firme a cotação dos bônus já emitidos, nesse período a PETROBRAS não teve qualquer problema de crédito apesar da campanha da GLOBO e da própria nova gestão da PETROBRAS visando demolir o credito e a imagem da empresa, que inclusive pagou dividas a se vencer em 2022 com o banco JP Morgan.
- O desmonte proposital da cadeia integrada entre produção, refino, transporte e distribuição, QUEBRANDO CRIMINOSIMENTE a unidade fundamental do Sistema Petrobras, desintegrando suas operações que levaram décadas para montar e que são essenciais para qualquer grande companhia de petróleo, ativos que integrados valiam 200 bilhões de Reais, aos pedaços foram vendidos por 27 bilhões, a DESINTEGRAÇÃO NÃO TEM JUSTIFICATIVA ECONÔMICA e foi uma ação temerária da atual gestão que mereceria uma ação contra os administradores pela Lei das Sociedades Anônimas por dilapidação do patrimônio da empresa.
- A atual gestão passou a direcionar a produção do pré-sal para venda como petróleo bruto, o que tem menor valor, invés de refiná-lo em suas próprias refinarias e para suprir o mercado nacional, sua função principal, e invés disso passou a COMPRAR combustível de terceiros no mercado americano, a preços internacionais, levando à ociosidade suas refinarias e elevando em 56% os preços no mercado interno em apenas um ano, medidas sem lógica comercial, encarecendo o “mix” de preços da companhia, ao mesmo tempo deixando ociosas suas próprias refinarias, AÇÕES QUE NÃO TEM JUSTIFICATIVA ECONÔMICA à luz de uma gestão racional de empresa. A lógica seria produzir combustível a partir de sua própria extração e refiná-lo em suas próprias refinarias e só comprar no mercado externo o complemento que não fosse possível produzir no Pais, volume que pelos números deveria estar entre 10 e 15% das necessidades do mercado brasileiro e não 80% como se dá no diesel.
A DESINTEGRAÇÃO e a PREFERENCIA POR IMPORTAÇÃO só tem lógica se o objetivo for o de vender toda a empresa em PEDAÇOS, deixando uma casca vazia, como ocorreu com a TELEBRAS e ao fim realizar um LEILÃO de liquidação para o pré-sal.
Em resumo, a atual gestão da PETROBRAS está contra os interesse do Brasil, do Estado acionista controlador, dos consumidores, dos empregados e da própria empresa.
A atual gestão da PETROBAS é uma continuação da politica neoliberal privatista do Governo do PSDB na gestão FHC, representando uma traição aos eleitores de 2014 que votaram pelo fortalecimento da PETROBRAS e não de seu desmonte, liquidação e venda.
Essa é a raiz do atual movimento dos caminhoneiros e de suas consequências e reflexos.
terça-feira, 29 de maio de 2018
POLÍTICA - Ninguém mais assina carteira de trabalho.
IBGE: desemprego cresce no trimestre e atinge 13,4 milhões!
Contratação com carteira assinada despenca! Um colosso!
Do IBGE:
A taxa de desocupação (12,9%) no trimestre móvel de fevereiro a abril de 2018 cresceu 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de novembro de 2017 a janeiro de 2018 (12,2%). Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, fevereiro a abril de 2017 (13,6%), houve queda de 0,7 ponto percentual.
A população desocupada (13,4 milhões) cresceu 5,7% em relação ao trimestre anterior (12,7 milhões). No confronto com igual trimestre do ano anterior, quando havia 14,0 milhões de desocupados, houve queda de 4,5%.
A população ocupada (90,7 milhões) no trimestre de fevereiro a abril de 2018 caiu 1,1% em relação ao trimestre de novembro de 2017 a janeiro de 2018. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (fevereiro a abril de 2017), quando havia 89,2 milhões de pessoas ocupadas, houve crescimento de 1,7%.
Assim, o nível da ocupação (53,6%) caiu 0,6 ponto percentual frente ao trimestre anterior (54,2%). Em relação a igual trimestre de 2017, quando o nível da ocupação foi de 53,2%, houve acréscimo de 0,4 p.p.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,7 milhões) caiu 1,7% frente ao trimestre anterior (novembro de 2017 a janeiro de 2018), uma redução de 567 mil pessoas. No confronto com o trimestre de fevereiro a abril de 2017, a queda foi de -1,7% (-557 mil pessoas).
O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (10,9 milhões de pessoas) apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, cresceu 6,3% (mais 647 mil pessoas).
A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,0 milhões de pessoas) ficou estável na comparação com o trimestre de novembro de 2017 a janeiro de 2018. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 3,4% (mais 747 mil pessoas).
O rendimento médio real habitual (R$ 2.182) no trimestre de fevereiro a abril de 2018 ficou estável tanto frente ao trimestre anterior (R$ 2.185), como em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.165).
A massa de rendimento real habitual (R$ 193 bilhões) ficou estável tanto quando comparada ao trimestre móvel de novembro de 2017 a janeiro de 2018 como frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
PETROBRAS - Greve dos petroleiros.
Petroleiro convoca a greve e peita a Globo
Tezeu: Globo criminaliza quem enfrenta o mercado!
A greve que os petroleiros anunciaram para a próxima quarta-feira, 30/V, começou nesta segunda com atos e mobilizações em diversos lugares do Brasil.
Os trabalhadores exigem a redução do valor da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, além da manutenção dos empregos e da retomada da produção interna de combustíveis.
A greve está programada para durar 72 horas (a partir das 0h da quarta-feira).
O coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Tezeu Bezerra confirma a greve e denuncia o papel da Rede Globo na tentativa de criminalizar a mobilização desses trabalhadores:
PETROBRAS - Desmonte da Petrobrax.
Desmonte da Petrobrax não para na Greve
publicado 29/05/2018
Por Adaedson Costa, secretário-geral da Federação Única dos Petroleiros, no Viomundo:
Petroleiros tentam hoje suspender venda sem licitação, a preço vil, da maior e mais nova malha de gasodutos do País
Nesta terça-feira (29/05), a soberania nacional estará em jogo mais uma vez.
Enquanto o país segue acompanhando a greve dos caminhoneiros, fruto da política desastrosa dos presidentes Pedro Parente, da Petrobrás, e Michel Temer, do Brasil, os petroleiros tentam impedir um crime de lesa-pátria junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Pedro Parente quer entregar para o capital estrangeiro o controle da maior malha de dutos do País, deixando o povo brasileiro refém do empresário que irá controlar o preço das tarifas, com consequência direta no preço do gás e dos combustíveis!
A 4ª Turma do TRF da 5ª Região vai julgar o recurso interposto na Ação Popular movida pelos petroleiros ligados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), contra a decisão que negou a liminar para suspender a venda da TAG, sem licitação e por preço de banana, para a multinacional Engie.
TAG é a Transportadora de Gás Associada, subsidiária da Petrobrás, proprietária da maior malha de dutos de transporte do país, ou seja, as malhas do Norte e Nordeste.
Reprodução: Viomundo
Muito lucrativa, só, em 2016, a TAG teve lucro líquido de R$ 7 bilhões.
Mesmo assim, está sendo entregue de mão beijada a Engie, por preço equivalente a 4 anos de seu lucro!
As negociações encontram-se em estágio avançado, o que justifica a concessão da liminar para suspender o negócio.
É até que o judiciário julgue o mérito da ação e declare a sua ilegalidade, por não observar a Lei 9491/97 e nem sequer o Procedimento Licitatório Simplificado da Petrobras (Decreto 2745/98), bem como a lesividade ao patrimônio público.
O feliz ganhador terá lucro garantido:
a) Comprará por valor equivalente a quatro anos de lucro a maior malha de dutos do país, recém-construída e de alta qualidade, operando com baixo custo de manutenção.
b) Em seguida, ele alugará essa mesma malha de dutos para a Petrobrás por meio de um contrato de longo prazo com uma cláusula de “Ship-or-Pay”, ou seja, receberá por toda a capacidade de transporte da companhia, mesmo que não seja utilizada.
A dupla Temer/Parente afirmou no anúncio da venda da TAG, que se trata do mesmo tipo de negócio efetuado na venda da NTS — Nova Transportadora do Sudeste –, outra subsidiária da Petrobrás.
A NTS era dona de toda a malha de dutos do Sudeste, e por onde será escoada a produção do pré-sal.
Pedro Parente, porém, escondeu que a NTS foi negociada por preço equivalente a cinco anos de seu lucro líquido e que sua venda representou um imenso prejuízo para a Petrobrás.
Isso está devidamente demonstrado no Relatório ao Mercado Financeiro (RMF), da Petrobrás, referente ao segundo trimestre de 2017 (http://www.investidorpetrobras.com.br/pt/resultados-financeiros/holding).
O item 6 das Informações Adicionais do RMF mostra que dentre as receitas operacionais lançadas no relatório a Petrobrás contabiliza-os:
“Ganhos apurados na venda da participação na Nova Transportadora do Sudeste (NTS), no montante de R$ 6.279 milhões, e na remensuração ao valor justo dos ativos remanescentes (R$ 698 milhões)”
Por outro lado, no mesmo item 6 do RMF, é destacado que houve aumento de 63% nas despesas de vendas em relação ao trimestre anterior, chegando a um valor de R$ 3.889 milhões, contra os R$ 2.390 milhões no primeiro trimestre de 2017, e que esse aumento é decorrente de:
“Despesas de vendas de R$ 3.889 milhões 64% superior ao 1T-2017 (R$ 2.390 milhões) devido ao aumento dos gastos logísticos, em função do pagamento de tarifas a terceiros pela utilização dos gasodutos, a partir da venda da NTS (R$ 1.010 milhões)”.
Em outras palavra: 1/6 do valor efetivamente recebido pela Petrobrás devido à venda da NTS foi gasto com o aluguel dos próprios gasodutos em apenas um trimestre.
Isso significa que, mesmo não levando em consideração nenhuma taxa de desconto ou correção monetária, todo o valor recebido pela venda da NTS será gasto no pagamento de alugueis de gasodutos em apenas 18 meses.
Esse mesmo tipo de negociata está em andamento agora no caso da venda da TAG .
Esperamos que, nesta terça-feira, às 13h30, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região julgue procedente o nosso pedido de liminar.
A concretização da venda da TAG trará consequências desastrosas à soberania nacional.
Tornará o País e o povo brasileiro reféns de uma grande multinacional que terá o poder de fixar o preço que quiser pelo aluguel dos dutos, de modo a garantir seu lucro.
Os custos com o aluguel desses dutos influem diretamente no preço do gás e dos combustíveis!
Pedro Parente, portanto, está fazendo jogando gasolina na fogueira do aumento de preços!
E quem vai pagar por isso mais uma vez é o povo, em especial o mais pobre.
Aliada à venda da TAG, dupla Parente/Temer colocou também à venda, sem licitação, quatro refinarias: Landulfo Alves (Rlam) e Abreu e Lima (Rnest), no Nordeste; Alberto Pasqualini (Refap) e Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Sul do Brasil.
Juntas, elas são responsáveis por 36% da capacidade nacional de refino.
Ora, um dos problemas do preço dos combustíveis é que não temos capacidade de refino de todo o óleo extraído e, assim, temos que importar combustível a preços altíssimos.
É preciso também por ponto final na farsa das “dificuldades financeiras” da Petrobrás como justificativa para a acelerada depredação do patrimônio da Empresa, em sucessivas vendas de ativos realizadas sem licitação e a preços irrisórios.
Em Fato Relevante, da 15ª Rodada de Licitação da Agência Nacional de Petróleo ( ANP), divulgado ao mercado em 29 de março de 2018, está dito: a Petrobrás informou à ANP que adquiriu sete blocos de óleo e gás por R$2,2 bilhões e que este valor representa 0,9% dos investimentos previstos no Plano de Negócios e Gestão 2018/2022. Se esses R$ 2,2 bilhões equivalem a 0,9% da capacidade de investimentos da Petrobrás, a simples conta R$ 2,2 bilhões / 0,009 revela que a petroleira brasileira possui recursos que montam a R$ 244 bilhões.
Isso mostra que a política de Desinvestimento da Petrobrás, assim como a sua política de preços, servem apenas aos interesses das grandes empresas petroleiras internacionais e não à população brasileira.
É contra a destruição da Petrobrás e o aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis que os petroleiros estão lutando, tanto no Judiciário, como na mobilização direta da categoria.
Nesta semana, essa luta tem dois momentos decisivos:
– O julgamento pelo TRF da 5 Região, em Recife, do pedido de suspensão liminar da venda da TAG.
– A greve nacional petroleira, que começa na quarta-feira, 30 de maio.
Diante disso, nós, petroleiros, convidamos a população, entidades, sindicatos, centrais, estudantes a se somarem a esta luta, que é de todo o povo brasileiro.
Não ao aumento do gás e da gasolina!
Fora Exército das refinarias, Temer, da presidência da República e Parente, da Petrobrás!
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