sexta-feira, 18 de maio de 2018

POLÍTICA - "Ninguém" lidera a disputa eleitoral.

SEM LULA, “NINGUÉM” LIDERA: CANDIDATOS SEM VOTO E ELEITORES SEM CANDIDATO

Chegamos ao final da semana, a quatro meses e meio das eleições, na situação escalafobética resumida no título desta coluna.
Não mudou quase nada na nova pesquisa CNT/MDA em relação às últimas divulgadas por Datafolha e Ibope, mas um índice ficou meio escondido nas análises.
Sem Lula na lista, quem continua na frente é o candidato “Ninguém”, com 45,7% dos entrevistados, ou seja, a soma de brancos e nulos (29,6%), mais os indecisos (16,1%).
É quase metade do eleitorado que não tem em quem votar, algo que nunca aconteceu antes nas eleições presidenciais, a tão pouco tempo da abertura das urnas.
Bem distante, depois de “Ninguém”aparece o candidato da bala, Jair Bolsonaro, com 18,3%.
Um segundo turno entre PT e PSDB, como aconteceu nas últimas quatro eleições, parece cada vez mais impossível.
De um lado, mesmo preso e interditado pela Justiça, Lula continua com 32,4%, a léguas de Bolsonaro, mas na outra ponta o tucano Geraldo Alckmin aparece com apenas 4%, embolado com os nanicos.
Este é o resultado esdrúxulo de uma disputa entre candidatos sem voto e eleitores sem candidato, dois anos depois do golpe parlamentar que tirou o PT do poder.
Entre os golpistas dos partidos no governo, o desespero é tamanho que o grão-tucano FHC agora prega uma união dos candidatos do “Centrinho” (PSDB, MDB, PTB e PPS), em oposição ao velho “Centrão” de Eduardo Cunha formado pelas bancadas BBB por uma penca de pequenos partidos.
O único problema é que faltam votos para todos os presidenciáveis até agora lançados pelos aliados de FHC.
Mesmo com Lula fora da disputa no momento, os dois candidatos da aliança governista abaixo de Alckmin não chegam a 1%: Meirelles tem (0,5%) e Rodrigo Maia pontua 0,4%.
Mais esperto que todos eles, Michel Temer já desistiu da reeleição e só pensa em escapar da Justiça ao final do mandato.
Na falta de outra opção, o presidente agora admite até fazer aliança com o desafeto Alckmin, a piada pronta do abraço de afogados.
E os tucanos, sem saber o que fazer para desatolar Alckmin, já pensam até numa chapa “puro sangue” com João Doria de vice. Dá para acreditar?
Não resta mais tempo para FHC inventar outro Luciano Huck, Joaquim Barbosa fugiu da raia e não há novo “outsider” à vista.
Correndo por fora, Marina Silva, nossa resiliente “fadinha da floresta”, continua no bloco de cima, sem sair do lugar, candidata apenas dela mesma, sem partido formado, alianças, recursos e tempo de TV. É um mistério.
Do lado oposto da disputa, a oposição de esquerda também está numa encruzilhada, à espera de uma definição do PT, que continua bancando a candidatura de Lula.
Com isso, Ciro Gomes não encontra campo para deslanchar e consome suas energias na busca de alianças que possam unir o bloco.
Na extrema direita, Jair Bolsonaro continua atirando para todo lado, mas está empacado há bastante tempo, sem conseguir passar dos 20% do eleitorado.
Lamento, mas é o que temos para o momento. E não há nenhum risco de melhorar. A temperatura deve esfriar ainda mais, congelando este cenário.
Bom final de semana pra todos.
Vida que segue.

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