Embraer: site divulga caso de traição e negociata
Nunca citei o nome do site O Antagonista neste blog. Como porta-vozes da direita, porém, fica claro que não é uma conspiração esquerdista.
Se são verdadeiros os documentos que divulgaram agora há pouco, estamos diante de um escândalo de proporções monstruosas, que exige, de imediato, a revogação da autorização do Governo para a venda da Embraer à Boeing.
Em resumo, os especialistas da Força Aérea Brasileira dizem que o negócio atende, exclusivamente, às necessidade da Boeing, que precisava, para manter sua viabilidade diante da Airbus, que comprou a canadense Bombardier, de jatos de porte médio, entre 100 e 250 passageiros.
O desenvolvimento de uma aeronave comercial leva perto de uma década para ser feito. E o relatório diz que isso seria “entregado pronto”, porque diz que “as aeronaves E-190 E-2 e E195 E-2 [da Embraer] supririam completamente as necessidades da empresa[a Boeing], concorrendo com o CS-100 e parcialmente com o CS-300 [da Bombardier, agora Airbus A 220-100 e A 220-300, com capacidade para 110 e 135 passageiros, respectivamente]”. Em parte, supririam também o “buraco” criado pelo mico do Boeing 737 Max, em razão dos acidentes recentes por falha do aparelho.
Pior: o documento revelado diz que, segundo os pareceres da Aeronáutica, a proposta de separar as duas áreas – aviação comercial e defesa – “irá eliminar o processo de investimento público brasileiro na inovação da Embraer Defesa, pois não será coerente investir recursos para novas tecnologias que serão transferidas para a Embraer Comercial”, que passou ao controle da Boeing.
Militares entregarem o interesse nacional, por dinheiro, a estrangeiros tem um nome: traição.
O presidente Jair Bolsonaro disse, no dia 10 de janeiro que, em “reunião com representantes do Ministérios da Defesa, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores e Economia sobre as tratativas entre Embraer (privatizada em 1994) e Boeing. Ficou claro que a soberania e os interesses da Nação estão preservados.’
Estão, diante deste relatório?
Ele foi entregue ao Presidente da República?
Quem ganhou dinheiro para trair o interesse nacional? Ou isso foi feito gratuitamente?
Até Jair Bolsonaro é capaz de compreender que isso é a renúncia a termos não só tecnologia aeronáutica comercial como tecnologia de defesa aérea do país.
Não há razão, agora que a Embraer é uma empresa privada, para manter sigilo sobre estes documentos.
Nem para que esta transação seja sustada até que se esclareçam os fatos que estão sendo levantados, antes que se tornem irreversíveis.
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