POR MARINA DIAS
Quando o segundo turno em São Paulo foi oficialmente definido entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), por volta das 20 horas deste domingo (7), dois personagens centrais da disputa comemoraram.
O ex-presidente Lula e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (PSD), viam nesse o "cenário perfeito" para as próximas três semanas.
Como revelou Terra Magazine, Lula confidenciou a aliados que seria "constrangedor" enfrentar Celso Russomanno em um eventual segundo turno. Isso porque, segundo o ex-presidente, o PRB é aliado do governo Dilma Rousseff e ele, pessoalmente, tem uma relação próxima com o presidente do partido e coordenador-geral da campanha de Russomanno, Marcos Pereira.
Além disso, disseram interlocutores de Lula, vencer o PSDB em São Paulo seria "uma vitória pessoal do ex-presidente".
Outros petistas também afirmaram que Serra era o melhor adversário para Haddad. "No fundo, todo petista gostaria de enfrentar Serra nesse segundo turno", declarou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Kassab, por sua vez, afirmou a assessores próximos que uma disputa entre Serra e Haddad no segundo turno seria boa para "comparar os dois governos". O prefeito está à frente da cidade desde 2006 e foi um dos principais cabos eleitores de Serra na disputa pela sua sucessão.
Pesquisas internas
O cenário do segundo turno era conflitante pela ótica das pesquisas internas de PT e PSDB. Na manhã de domingo (7), petistas acreditavam que Russomanno e Haddad seguiriam para mais três semanas de campanha, enquanto o QG de Serra apostava no tucano contra o candidato do PRB.
Após algumas horas, no meio para o fim da tarde, serristas já admitiam que era Haddad quem enfrentaria Serra num eventual segundo turno, enquanto os petistas também começavam a acreditar no mesmo cenário.
José Serra terminou a eleição com 30,75% dos votos válidos, Fernando Haddad com 29,98% e Celso Russomanno com 21,60%.
Nesta segunda-feira (8) começam as reuniões no PT e PSDB para definir as novas estratégias para mais 21 dias de corrida eleitoral na maior cidade do país