Bolsonaro é uma tragédia, não uma comédia
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Mário Magalhães, em seu blog, faz uma interessante reflexão sobre o potencial eleitoral de Jair Bolsonaro, comparando-o ao que teve Plínio Salgado, o líder integralista, nas eleições de 1955.
Ambos se situam na faixa dos 8%. Vale a pena a leitura do texto, mas eu tenho certas divergências.
Acho que, dado o processo de estupidificação do país, Bolsonaro está ainda longe do teto eleitoral que pode atingir.
O que tem, Bolsonaro “comeu” do PSDB e continuará comendo, com a entrada do partido no governo golpista de Michel Temer, onde – querendo ou não – será sócio das medidas impopulares e da crise política permanente que com a usurpação de instalará.
O clima de conflito, que anda um pouco arrefecido com o espetáculo da votação da Câmara, tende a se reacender e Temer terá de se equilibrar numa corda-bamba, acuado pela esquerda e pela direita, esta a extrema.
Vejam que a evolução dos índices de Bolsonaro, no Datafolha, com a radicalização crescem: de 4% em dezembro, dobrou seu cacife na primeira quinzena de abril. Nada impede que o dobre outra vez, porque onde é mais conhecido – entre os mais escolarizados, com nível superior, chega a 15% e entre os mais bem remunerados chaga a passar de 20%, o que dá um quarto dos votos válidos.
Nestes segmentos, sempre fica à frente dos tucanos, inclusive de Aécio Naves, o mais bem situado.
Bolsonaro está longe de ser uma piada eleitoral, porque à sua ascensão corresponde uma queda vertiginosa dos tucanos: no mesmo período Aécio desce de 27% para 17%; Alckmin de 14% para 9% e Serra de 15% para 11%.
Claro que – e tenho repetido aqui – é muito cedo para se considerar pesquisas eleitorais para a Presidência como mais que referências de potencial. Mas é bom quem pensa que a radicalização “queimará” Bolsonaro refletir um pouco mais se não é essa, exatamente, a intenção do fascistóide.
Tudo o que a sociedade brasileira vinha absorvendo naturalmente em matéria de mudanças de posturas morais e discriminatórias foi abalado por este processo de radicalização.
E estes preconceitos, por razões históricas, educacionais e tradicionais, são mais fortes onde Bolsonaro ainda é fraco: as camadas mais humildes da população.
Bote aí uma eventual aliança com confissões evangélicas neopentecostais, com comunicadores do gênero “mata e esfola” e você terá um coquetel explosivo a enfrentar.
A extrema-direita brasileira saiu do armário e não se enxerga no PSDB ou no DEM.
Quando a máquina de comunicação perceber que ele é um risco e partir para demoli-lo pode ser tarde demais.
Mário Magalhães, em seu blog, faz uma interessante reflexão sobre o potencial eleitoral de Jair Bolsonaro, comparando-o ao que teve Plínio Salgado, o líder integralista, nas eleições de 1955.
Ambos se situam na faixa dos 8%. Vale a pena a leitura do texto, mas eu tenho certas divergências.
Acho que, dado o processo de estupidificação do país, Bolsonaro está ainda longe do teto eleitoral que pode atingir.
O que tem, Bolsonaro “comeu” do PSDB e continuará comendo, com a entrada do partido no governo golpista de Michel Temer, onde – querendo ou não – será sócio das medidas impopulares e da crise política permanente que com a usurpação de instalará.
O clima de conflito, que anda um pouco arrefecido com o espetáculo da votação da Câmara, tende a se reacender e Temer terá de se equilibrar numa corda-bamba, acuado pela esquerda e pela direita, esta a extrema.
Vejam que a evolução dos índices de Bolsonaro, no Datafolha, com a radicalização crescem: de 4% em dezembro, dobrou seu cacife na primeira quinzena de abril. Nada impede que o dobre outra vez, porque onde é mais conhecido – entre os mais escolarizados, com nível superior, chega a 15% e entre os mais bem remunerados chaga a passar de 20%, o que dá um quarto dos votos válidos.
Nestes segmentos, sempre fica à frente dos tucanos, inclusive de Aécio Naves, o mais bem situado.
Bolsonaro está longe de ser uma piada eleitoral, porque à sua ascensão corresponde uma queda vertiginosa dos tucanos: no mesmo período Aécio desce de 27% para 17%; Alckmin de 14% para 9% e Serra de 15% para 11%.
Claro que – e tenho repetido aqui – é muito cedo para se considerar pesquisas eleitorais para a Presidência como mais que referências de potencial. Mas é bom quem pensa que a radicalização “queimará” Bolsonaro refletir um pouco mais se não é essa, exatamente, a intenção do fascistóide.
Tudo o que a sociedade brasileira vinha absorvendo naturalmente em matéria de mudanças de posturas morais e discriminatórias foi abalado por este processo de radicalização.
E estes preconceitos, por razões históricas, educacionais e tradicionais, são mais fortes onde Bolsonaro ainda é fraco: as camadas mais humildes da população.
Bote aí uma eventual aliança com confissões evangélicas neopentecostais, com comunicadores do gênero “mata e esfola” e você terá um coquetel explosivo a enfrentar.
A extrema-direita brasileira saiu do armário e não se enxerga no PSDB ou no DEM.
Quando a máquina de comunicação perceber que ele é um risco e partir para demoli-lo pode ser tarde demais.
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