quarta-feira, 20 de abril de 2016

POLÍTICA - E o Barbosão ficou chocado!

Joaquim Barbosa fica chocado com a falta de modos no golpe; e olha que a Economist nem notou o Partido da Mulher Brasileira

           
 

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Tem um certo tratamento, que é uma tentativa de desvalorizar, de diminuir, de colocar como sendo a mulher uma pessoa que não tem força para resistir à pressão, a mulher como um ser frágil. Isso é um absurdo e eu me rebelo contra isso. Dilma Rousseff, Palácio do Planalto, encontro com mulheres na rampa
O show de horrores e misoginia de domingo ainda teve outros capítulos. Dentre os deputados que não puderam comparecer a votação está Clarissa Garotinho, grávida de 35 semanas e que saiu de maca da última seção. A cada vez em que era citada recebia vaias. Uma mulher com 35 semanas de gestação não pode e não deve pegar avião por um motivo bem simples: a segurança do bebê que ela está quase parindo. Os homens não foram vaiados ou hostilizados. E isso em um plenário em que a maior parte dos votos foram justificados com o “pela minha família”. Carol Patrocinio, no HuffPost Brasil
por Luiz Carlos Azenha
Joaquim Barbosa está chocado. Faltaram modos ao golpe jurídico-midiático do último domingo. Barbosa expressou sua opinião em uma série de tuites. Ele, para decepção de muitos fãs, é contra o impeachment.
A ironia é que, com sua destemperada atuação de juiz-promotor durante o caso do mensalão, o ex-ministro assentou as bases do histrionismo judicial caçador de bruxas que hoje impede qualquer brasileiro de vestir vermelho nas ruas.
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Se Barbosa era um show no tribunal, o herdeiro espiritual dele, o juiz Sérgio Moro, elevou o espetáculo a um novo patamar: a cenografia inclui homens fortemente armados e a constante vigilância dos helicópteros da Globo, que promove e vive do show desinformador.
Aos olhos gringos, estamos em profunda decadência: eles, que sempre nos associaram à brilhante Carmen Miranda, ficaram bem menos impressionados com o espetáculo do Paulinho da Força, que com uma das mãos coçava as partes no plenário, domingo, enquanto empunhava com a outra o cartaz sexista e misógino Tchau Querida.
Há uma clara associação entre a cena e uma estatística.
A média mundial de mulheres nos parlamentos federais é de 22%, chegando a 41% nos países nórdicos, passando pelos 27% das Américas, 25% da Europa, 18% dos estados árabes e chegando aos 11,5% do Brasil.
Entendeu, Barbosa? Dilma é você, de saias.
Nós também lamentamos que o Brasil tenha se tornado motivo de deboche com a vitória do Golpe dos Ladrões.
Menos pelas piadas da mídia internacional, já que muitas são derivadas do desejo não expresso de nos condenar como indignos de qualquer protagonismo internacional.
O que nos envergonha de verdade é o imenso fosso na percepção de um mesmo fato pelos correspondentes internacionais e pelos jornalistas brasileiros. Muitos destes condenam a forma do golpe, mas não o golpe; uma derrubada de Dilma com a mesma falta de argumentos, mas preservando a dignidade do rito, seria aceitável.
Aqui se observa a grande contradição entre os defensores do golpe com modos e a necessidade dos grandes roteiristas, cenógrafos e marqueteiros da patacoada: os donos da mídia.
Como sabemos, não foi por acaso que Eduardo Cunha marcou o show para um domingo, dia em que milhões estão em casa.
O espetáculo, embora grotesco para os olhos de fora, não foi resultado do acaso.
Toda aquela encenação era necessária para esconder a falta de argumentos diante dos milhões de brasileiros cuja vida política se dá através das emissoras de TV. Os cartazes, os cânticos, a gritaria, os bonecos — era tudo para não tratar o problema de forma racional, com ponderação de pós e contras, pensando no melhor rumo a seguir.
Não, o resultado estava pre-determinado e o show tinha o objetivo de mascarar que ele nasceu de um gol com a mão.
Nada neste golpe, aliás, tem sido por acaso. A tela dividida nas TVs, com o voto seguido de vibração popular, foi o grande momento confirmador — por isso era preciso tirar o som das vozes discordantes, introduzir repórteres quando elas se manifestavam, esconder as multidões que não interessavam.
O objetivo era construir o consenso entre a classe média e a grande maioria silenciosa, para a qual o repórter famoso, o palhaço e o deputado são todos celebridades, apenas com capacidades distintas na hora de dar cambalhota.
Em vez do debate politizador, uma contagem literalmente regressiva.
Se vivemos num simulacro, que pelo menos seja divertido:
A lista da Economist, compartilhada em inglês 19 mil vezes mundo afora:
Pelo aniversário de minha neta
Pelos fundamentos da Cristandade
Por Bruno e Felipe
Pelos maçons do Brasil
Para os produtores rurais, porque se eles não plantarem não haverá almoço nem jantar
Contra a proposta de mudança de sexo de crianças em idade escolar
Para acabar com as vantagens de ser desempregado ou vagabundo
Pela Congregação Quadrangular
Pelos velhos e as crianças
Pelo fim da dependência do Bolsa Família
Para minha mãe Lucimar
Pela Renovação Carismática
Pelos médicos brasileiros
Para acabar com a CUT e seus líderes
Pelo amor ao País
Pelo fim do escândalo da Petrobras e daqueles que lucraram com ele
Pela República de Curitiba
Em memória do meu pai
Por Campo Grande, a morena mais adorada do Brasil
Pelo controle das armas
Porque comunismo é o que ameaça este País
Para o povo pioneiro e sem medo de Rondônia
Pela BR 429
Por todos os corretores de seguros
Para minha filha que vai nascer, Manoela
Para minha mãe de 93 anos de idade que está em casa
Em homenagem ao fundador de minha cidade
Pela paz em Jerusalém
Para o melhor estado, Tocantins
Pela minha mãe, que está lutando pela sua vida
Pelo setor que gera riqueza, o agronegócio
Para o meu filho Breno e a amada Polícia Militar de São Paulo
Pelos militares que assumiram o poder em 1964
Para que a gente não se torne vermelho como a Venezuela e a Coreia do Norte
Para o meu pai de 78 anos que me ensinou a palavra de Deus
Para Sandra, Erica, Vitor, Jorge e meu neto que vai nascer
Para o meu estado de São Paulo, governado nos últimos 20 anos pelos políticos honestos de meu partido (risos generalizados)
Para minha mulher e filha, meu melhor eleitorado
Um tributo às minhas verdadeiras riquezas, minhas filhas
Por um fim aos coroneis
Para os soldados das Forças Armadas que agora são aposentados sem salário
Em lembrança a meu pai Roberto Jefferson
Para Carlos Alberto Ustra, o terror da Dilma
Para os sem teto que dormem na rua, nascem na rua, morrem na rua
Para que o governo defenda outra vez a nação de Isael
Pela ciência e tecnologia
Pela minha mulher Mariana e minha pequena filha Mariana
Contra a ditadura bolivariana
Pelos caminhoneiros
Por homens livres e honestos
Pela honra do povo de Minas Gerais
Pela Cançao Nova e pelos brasileiros dependentes de drogas
Pela minha tia Eurides, que cuidou de mim quando eu era pequena
Para você, mãe
Pelas tradições libertárias de Minas Gerais
Esquedi de citar meu filho, para voce, Paulo Henrique, beijo
Pelo hospital do câncer
Em tributo às vitimas da BR 251
Pela honra da bandeira de Minas Gerais
Sou líder da maioria, não sou líder da minoria

Se serve de consolo ao Joaquim Barbosa, fique tranquilo: os britânicos da Economist passaram batido pelo Partido da Mulher Brasileira, cujo único parlamentar é homem.

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