terça-feira, 19 de dezembro de 2017

ARGENTINA - Repressão brutal.

Ah, se fosse na Venezuela: mais de 70 presos na Argentina por protestar contra reforma

Uma pesquisa da Universidade de San Martín mostrou que dois em cada três argentinos rejeitam mudanças na Previdência propostas por Macri

MANIFESTANTE FERIDO NO PROTESTO HOJE. FOTO: EL DESTAPE
Da Redação
19 de dezembro de 2017, 00h08
   

Mais de 70 pessoas já foram presas até agora por ordem do governo argentino por protestar contra a reforma da Previdência em discussão no Congresso. Como Michel Temer, o presidente de direita Mauricio Macri quer prejudicar os trabalhadores com mudanças na aposentadoria, e o povo foi às ruas aos milhares se manifestar. Qual a resposta? Violência absurda da polícia e a prisão de manifestantes. Ah, se fosse na Venezuela…
site da Correpi, entidade de direitos humanos que fiscaliza a violência policial, está atualizando hora a hora o número de presos. As cenas de selvageria da polícia são dantescas. Já há mais de 80 feridos. Carros e motos da polícia atropelavam pessoas no meio da rua.


Policiais motorizados perseguiam manifestantes nas imediações do Congresso disparando como se estivessem em um tiro ao alvo.


Os policiais jogaram gás em idosos parados na rua…


…e dentro da estação de metrô. A polícia do tucano Geraldo Alckmin está fazendo escola.


Policiais também entraram em ônibus para revistar e intimidar manifestantes.



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Mi madre, agremiada en SUTEBA, me manda fotos donde la Policia bonaerense para y pesquisa el micro en el que se dirigen al Congreso Nacional. ¡UN MICRO LLENO DE DOCENTES! Explícame la necesidad

Até mesmo o “diário oficial” de Macri, o jornal Clarín, está noticiando que houve “mais de meia centena de detidos”, mas, ao contrário do que fazia nos protestos contra Maduro na Venezuela, destaca, em vez da violência policial, o uso de estilingues e de bombas caseiras contra a polícia. Quando o governo é direita, já se sabe: os “manifestantes” viram “vândalos” imediatamente.
Enquanto a violência aumentava do lado de fora do Congresso, deputados de oposição pediam a suspensão da sessão. “Pedimos que reflitam. É uma situação grave, gravíssima. Tomemos a decisão de suspender esta sessão como forma de evitar a violência na Argentina”, disse o deputado opositor Agustín Rossi, da coalizão kirchnerista Frente para a Vitória.
O que vemos é a resposta repressiva do governo frente a alguns grupos. Estamos vendo agentes sem identificação arrastando pessoas pelas ruas. A responsabilidade é do presidente da nação, Maurício Macri
O pedido para suspender a sessão também ganhou o apoio de alguns aliados de Macri, como a deputada governista Elisa Carrió, da coalizão do presidente. “Estamos fazendo discurso entre nós e lá fora há uma batalha campal”, alertou a deputada Cecilia Moreau, do partido Unidos por uma Nova Argentina.
“O que vemos é a resposta repressiva do governo frente a alguns grupos. Estamos vendo agentes sem identificação arrastando pessoas pelas ruas. A responsabilidade é do presidente da nação, Maurício Macri”, afirmou o deputado Guillermo Carmona, do partido Frente para a Vitória. No entanto, o presidente da Câmara, Emílio Monzó, da coalizão Cambiemos, base da administração Macri, decidiu manter a sessão. Ela está acontecendo neste momento.
A proposta em votação muda a forma de cálculo do reajuste das aposentadorias. A argumentação é que essa nova fórmula, acrescida de abonos que seriam concedidos em 2018, vai beneficiar os aposentados. A oposição e organizações sindicais discordam e alegam que a fórmula vai trazer perdas salariais frente à evolução da inflação.
61,7% dos argentinos consideram que é papel do Estado assegurar o bem-estar dos cidadãos; 81,4% consideram que o Estado deve garantir aposentadorias dignas para todos
A Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central operária da Argentina, convocou nesta segunda-feira (18) uma greve nacional de 24 horas. Uma pesquisa da Universidade de San Martín divulgada este mês mostrou que dois em cada três argentinos rejeitam a reforma da Previdência de Macri. 54,7% dos entrevistados disseram que vai beneficiar principalmente os empresários; só 10,6% acham que vai ser boa para os trabalhadores. O estudo também mostrou um perfil estatizante do argentino: 61,7% consideram que é papel do Estado assegurar o bem-estar dos cidadãos; 81,4% consideram que o Estado deve garantir aposentadorias dignas para todos.
Com informações da Agência Brasil

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