Jornal GGN - O deputado Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista reveladora ao portal da revista Info Money, na qual diz que gostaria de ser postulante a presidente da República pelo PP, seu partido, mas na impossibilidade, aceitaria ser candidato a vice-presidente na chapa do senador Aécio Neves (PSDB).
Bolsonaro, que defende um "regime autoritário", afirmou que simpatiza com as propostas de Aécio, pois são muito mais "agressivas" que as ideias de Eduardo Campos (PSB). Aécio, segundo o deputado, representa melhor a oposição e a direita brasileira.
"Eu sou uma oposição muito melhor que qualquer um dos dois, mas, se eu não for candidato, simpatizo muito mais com o Aécio, que é o representante da direita atualmente. Se eu não conseguir me candidatar, quero ser vice do Aécio Neves. Claro, nada disso nunca entrou em pauta e bunca ninguém falou sobre isso, mas seria uma grande honra", disse.
Na entrevista de Arthur Ordones publicada nesta quinta-feira (22), Bolsonaro afirmou que apesar de conservador, defenderia ideias liberais para a economia, seguindo a linha do presidenciável tucano. Para a educação, entretanto, o deputado pensa em um ministro "general do Exército", pois, segundo ele, todo pai e mãe gostaria de ver o filho estudando em uma escola militar.
"Se eu me candidatasse a deputado, ganharia fácil pela sétima vez. Mas de que adianta ser deputado e ficar assistindo o país afundar? Tenho que fazer alguma coisa", comentou o deputado.
Bolsonaro disse que falta coragem a Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, para  lançá-lo candidato à presidência. Ciro pretende declarar apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT).
Conservador, mas de acordo com o liberalismo econômico
Na publicação do Info Money, Bolsonaro apresentou algumas de suas ideias para a economia nacional. Questionado sobre como avalia o liberalismo no setor, ele disse que tem simpatia com as propostas da "direita liberal", como cortar a carga tributária, defender a meritocracia e o livre mercado. "Mas claro que não é tudo, afinal, eu sou a favor de um governo autoritário. O governo não pode perder a mão e deixar tudo no [setor] privado, senão vira palhaçada."
Sobre suas propostas para a macroeconomia, Bolsonaro assumiu o tom de candidato e afirmou que vai "estimular a produtividade", pois a consequência é a redução da inflação. "O foco tem que ser na produtividade, não no consumo."
Ele disse ainda ser contrário a privatizações, mas que pior que privatizar é "PTizar" o Estado. "Dá para manter no controle do governo, mas sem destruir as empresas, como o PT fez com a Eletrobras, a Petrobras e muitas outras." 
Aécio Neves ainda não definiu quem ocupará o posto de vice-presidente em sua campanha. Nos bastidores, ventila-se que o nome será de São Paulo, um dos maiores colégios eleitorais do país, e do PSDB. Criticos afirmam, porém, que a legenda precisa buscar apoio externo para consolidar a chapa.