Kakay critica foro privilegiado e diz que Moro é juiz de exceção
Para o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, "o foro, dito privilegiado, é uma prática pouco republicana sob todos os sentidos"; ele diz ter conversado com políticos para criticar o processo como é hoje; sobre a Lava Jato, o advogado afirma que "temos um juiz com uma nomeação exclusiva para julgar a Lava Jato, o que, sob o meu ponto de vista, significa um juiz de exceção. Nenhum juiz pode ser designado só para uma causa"Em entrevista à Coluna do Estadão nesta segunda-feira 27, ele afirma que "o foro, dito privilegiado, é uma prática pouco republicana sob todos os sentidos. Não é bom para a sociedade, não é bom para o STF".
"Acho que o Supremo só deve tratar das questões criminais quando elas chegam lá, na forma de habeas corpus, ou em situações muito específicas. A instrução do processo seguramente não é a especialidade da Corte", avalia, lembrando que até para o recebimento de uma denúncia no caso do Supremo é em forma de colegiado, o que demanda mais tempo.
Ele diz ter conversado com políticos para criticar o processo como funciona atualmente, e tem visto resistência. "Do ponto de vista da defesa, eles se beneficiariam, pois teriam direito a julgamento em mais de uma instância, e não em instância única", observa.
Ao comentar sobre a Lava Jato, o advogado critica o que chama de "juiz de exceção" no caso de Sergio Moro. "Nós temos um juiz com uma nomeação exclusiva para julgar a Lava Jato, o que, sob o meu ponto de vista, significa um juiz de exceção. Nenhum juiz pode ser designado só para uma causa. Isso é claramente inconstitucional. Nós estamos vivendo um momento de espetacularização do poder Judiciário".
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