domingo, 31 de outubro de 2021

Exército monitorou redes sociais em busca de cidadãos comuns.

 


Exército monitorou redes sociais em busca de cidadãos comuns, diz jornal

Objetivo era identificar e neutralizar detratores de projeto de lei que reestruturou carreira militar, além de “ganhar narrativa” contra oposição

Jornal GGN – O Exército brasileiro monitorou as atividades em redes sociais de cidadãos comuns, parlamentares, jornalistas e blogueiros entre os meses de agosto e novembro de 2019, em estratégia para influenciar o andamento do projeto de lei que reestruturou as carreiras militares.

A informação consta de relatórios elaborados pela Divisão de Produção e Divulgação do Centro de Comunicação Social do Exército (Ccomsex), obtidos pelo jornal Correio Braziliense, que buscaram “acompanhar e analisar a tramitação do Projeto de Lei 1645/2019”.

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O andamento do Projeto de Lei 1645/2019foi marcado por tensão e protestos de representantes dos praças da reserva das Forças Armadas, que consideram que os maiores benefícios foram direcionados aos oficiais de alta patente, em detrimento dos soldados, cabos, sargentos e suboficiais.

Texto elaborado a partir de monitoramento realizado entre os dias 13 e 20 de novembro de 2019 destaca a preocupação com os partidos de oposição.

“Nesse momento, dado o cenário político polarizado somado o acirramento da pressão da opinião pública sobre o Congresso influenciando em decisões das Casas legislativas, é preciso que influenciadores com uma narrativa favorável ao PL atuem nas redes sociais com o intuito de que não ocorra ações semelhantes às propostas pela bancada do (tarja) durante a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados, quando parlamentares de oposição se aproveitaram da pauta criada pelas associações de praças para atacar o projeto de lei”, diz o material.

E foram justamente os parlamentares da oposição, e não os governistas, que mostraram apoio às demandas dos praças. O projeto foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ao mesmo tempo, o material divulgado pelo jornal coloca o ministro da Defesa, general Braga Netto, em contradição. Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, o ministro negou que o Exército faça monitoramento de políticos – embora o deputado Glauber Braga (PSOL) tenha afirmado ter informações de que ele era um dos monitorados.

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