domingo, 31 de outubro de 2021

"Promessa de pária".

 


Vergonha: No G20, Bolsonaro cumpre “promessa de pária”, diz jornalista. “Em 21 anos nunca cena tão constrangedora”

por Luiz Müller

Da URBS MAGNA

No G20, Bolsonaro cumpre “promessa de pária”, diz jornalista. “Em 21 anos nunca vi cena tão constrangedora”

Matéria estrangeira, “Um Presidente Fora de Lugar”, insinua que o líder brasileiro nem deveria ter chegado onde chegou, ao repercutir texto de Jamil Chade: “Num canto daquela sala em Roma, não era um homem que parecia isolado, mas um país que tinha perdido seu lugar no mundo”

Sob o título “Um Presidente Fora de Lugar“, o portal estrangeiro de notícias ‘News Weep repercutiu uma matéria do jornalista brasileiro, Jamil Chade, no UOL deste domingo (31), sobre a qual o colunista afirma, em rede social, que em seus 21 anos de profissão “nunca havia visto uma cena tão constrangedora” referindo-se a Bolsonaro no G20: “Num canto daquela sala em Roma, não era um homem que parecia isolado, mas um país que tinha perdido seu lugar no mundo“.

A mídia transcreve os principais trechos da argumentação de Chade relatando a atmosfera do encontro a partir da antessala onde Bolsonaro estava, “em um canto“, parecendo “sem interlocutores para debater política” e parecendo “não ter amigos para conversar“.

Cada um dos líderes presentes, “ao entrar no local e antes do início da cúpula oficial, encontraria rapidamente um velho amigo, um aliado ou um parceiro de negócios. Quando o brasileiro chegou, não teve opção: atravessou a sala e foi direto para uma mesa onde os garçons serviam café. Nesse caminho, ele não foi cumprimentado por ninguém, ele não parou para apertar as mãos“, relata Chade.

Até um garçom sentiu vergonha de Bolsonaro, segundo o jornalista, quando ele puxou conversa: “Está todo mundo italiano aí?”. Então, o empregado “apenas acenou com a cabeça“, mas o presidente insistiu, certamente seguro de sua autodeclarada ‘popularidade’, e “falou de suas origens italianas“, sem, contudo, conseguir “chamar a atenção“. Em nova tentativa, “começou a brincar sobre a final entre Brasil e Itália, da Copa do Mundo de 1970” e “ninguém entendeu“.

Sem sucesso e “fora de lugar“, como afirmou o portal estrangeiro, Bolsonaro avistou grupos que “falavam com entusiasmo” e, “por longos minutos sozinho”, apontou “o dedo para aqueles que pensava reconhecer“, até que um de seus seguranças italianos se aproximou e, devido à aparência do homem, o presidente disse, em plena Itália: “máfia”.

Ao conversar com o presidente da Turquia, Bolsonaro não conseguiu arrancar sequer um sorriso dele e tampouco demonstrou interesse no país, apenas contando “um monte de mentiras” sobre a economia brasileira e a Petrobras, escreve Chade.

Na mesma roda, estava Olaf Scholz – o provável novo chanceler da Alemanha“, relata o jornalista. O líder foi ignorado por Bolsonaro e, por isso, decidiu virar-lhe as costas e ir conversar com outros mais atentos.

Após novas tentativas de aproximação com outros chefes de Estado, em que os assessores do presidente buscavam ajudá-lo a encontrar “mais amigos“, ele encontrou “Alberto Fernandez, presidente da Argentina e contra o qual Bolsonaro chegou a fazer campanha por ser de esquerda“.

Alguns apertos de mão aqui e ali, “logo estava sozinho de novo. E a solução foi se dirigir até um sofá ainda mais distante de todos os demais líderes para sentar ao lado de Paulo Guedes (Economia) e esperar”.

Chade afirmou também que, “ao ver que a coluna” de seu jornal “estava no local, os assessores de Bolsonaro chamaram a segurança do evento e um dos guarda-costas insistia em se mover diante do presidente para bloquear a reportagem de fazer uma foto“.

Bolsonaro era o tempo todo “alvo de desconfianças internacionais” e estava “desconfortável, sem interlocutores e simplesmente deslocado“. Bolsonaro era “o retrato de um líder que, depois de quase três anos no poder, não consegue construir uma inserção positiva para o país no mundo“, descreveu o jornalista. “Não era um homem que parecia isolado. Mas um país que tinha perdido seu lugar no mundo“.

O presidente perdeu diversas oportunidades, relata Chade. “Na manhã de domingo, ele não se deu sequer ao trabalho de ir junto com outros líderes visitar a Fontana di Trevi. Ali estavam Angela Merkel, Boris Johnson, Mario Draghi, Pedro Sánchez, Narendra Modi, Scott Morrison e outros“.

Poucas horas depois, na primeira reunião do dia do G20, com o príncipe Charles, uma vez mais Bolsonaro não estava presente. A cadeira do Brasil foi ocupada pelo chanceler Carlos França. Questionado, o serviço de imprensa da presidência não explicou a ausência do chefe de estado”.

Sem amigos, sem aliados, sem admiradores, curiosos, sequer interessados, cumpria a promessa de pária, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro”, pontua Jamil Chade

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