sábado, 2 de abril de 2022

#DiadaMentira

 


#DiadaMentira: Presidente já deu 5.140 declarações mentirosas ou distorcidas

por Luiz Müller

De acordo com o site Aos Fatos, a mentira sobre o fim da corrupção em seu governo ocupa o 1º lugar no ranking. Para Bolsonaro, parece que todo dia é 1º de abril, dia da mentira

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Esta semana, depois da explosão do escândalo de cobrança de propina e até ouro em troca de verbas para o ensino no Ministério da Educação (MEC), o presidente Jair Bolsonaro (PL), repetiu pela 191ª vez a mentira de que no seu governo não tem corrupção.

A mentira sobre o fim da corrupção no governo é a primeira no ranking das inverdades ditas pelo presidente desde janeiro de 2019, quando tomou posse, segundo o site Aos Fatos. O balanço semanal do site, divulgado na quarta-feira (30), totaliza 5.140 mentiras nos 1.184 dias de Bolsonaro na Presidência da República.

No caso do MEC, Bolsonaro chegou a dizer que colocaria não apenas a mão, mas a cara no fogo pelo ministro-pastor Milton Ribeiro, que acabou pedindo demissão do cargo. E após a exoneração do amigo, continuou mentindo.

“Tenho certeza que cada vez mais estaremos levando o Brasil para aquilo que é certo. Acabou o tempo da demagogia, da mentira e da corrupção”, disse nesta quarta-feira.

A verdade é que, mais preocupado em se defender de denúncias como o caso de sua funcionária fantasma Wal do Açaí, além dos familiares e aliados envolvidos em graves denúncias de corrupção, Bolsonaro trabalha para interferir na autonomia das instituições, como a Polícia Federal (PF), e enfraquecer os órgãos de controle como a Controladoria Geral da União (CGU), criada pelo ex-presidente Lula.

O Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) registrou no ano passado, o menor porcentual de demandas feitas pelos órgãos de controle para o tema corrupção ante outros ilícitos na comparação com dados desde 2014, quando teve início a série histórica, segundo o jornal O Estado de S Paulo. E no ano passado, diz a Folha de S. Paulo, Bolsonaro cortou verba que seria destinada pelo Coaf à modernização do seu principal instrumento de identificação de crimes como corrupção lavagem de dinheiro.

Primeira mentira do ranking

Sobre as 191 vezes em que Bolsonaro mentiu sobre não haver corrupção em seu governo, o site Aos Fatos destaca essa: “Três anos e três meses em paz nessas questões [corrupção].”

E afirma que a declaração do presidente é falsa, porque integrantes e ex-integrantes do seu governo são alvos de investigações e denúncias de casos de corrupção e outros delitos ligados à administração pública.

O texto segue dizendo: Em março de 2022, a PF  abriu dois inquéritos para apurar suspeitas de crimes como corrupção, tráfico de influência e prevaricação no Ministério da Educação, sob o comando de Milton Ribeiro. A investigação foi pedida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) após a imprensa noticiar uma possível influência de pastores na distribuição de recursos da pasta para prefeitos.

Além disso, o relatório da CPI da Covid-19 pediu o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de seis ministros e ex-ministros por prevaricação, emprego irregular de verbas públicas, falsificação de documento particular, charlatanismo, crime contra a humanidade, crime de responsabilidade e epidemia com resultado de morte.

Outros agentes do governo também foram indiciados por envolvimento em um suposto esquema para a compra da vacina indiana Covaxin.

Por fim, atuais e antigos integrantes do governo são investigados pela PF (Polícia Federal) ou pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção, como o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), Ricardo Salles, ex-titular do Meio Ambiente, Marcelo Álvaro Antônio, que comandou a pasta do Turismo, e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secretaria de Comunicação Social.

Mentira que ocupa o segundo lugar no ranking

Em segundo lugar no ranking de mentiras de Bolsonaro, repetida por ele 99 vezes, está a falsa afirmação de que o governo combateu a pandemia do novo coronavírus juntamente com o desemprego.

‘Sempre falei: atacar o vírus, a doença, mas também atacar o desemprego”, destacou o site Aos Fatos.

Nesta quarta, o Brasil totalizou em  659.570 pessoas mortas em consequência de complicações causadas pela Covid-19. Muitas poderiam ter sobrevivido se o governo não fizesse campanhas contra as restrições, que visavam conter a disseminação da doença e tivesse comprado mais rapidamente as vacinas oferecidas centenas de vezes pela Pfizer, por exemplo.

Quanto ao desemprego, Bolsonaro também nada fez e o resultado são mais de 12 milhões de trabalhadores sem emprego no país.

De acordo com o site aos Fatos, o que de fato aconteceu, é que, desde o início, o presidente tem destacado que a pandemia traria dois problemas ao Brasil, um de saúde pública e um econômico, e que os dois deveriam ser tratados simultaneamente.

Em levantamento feito nas redes, Aos Fatos encontrou declarações do tipo ao menos desde o dia 15 de março de 2020, data de uma entrevista à CNN Brasil.

O presidente, porém, não tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início da crise, tem minimizado os efeitos da Covid-19. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer, em discurso realizado no dia 18 de setembro de 2020, que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. Durante a pandemia, o presidente também desrespeitou recomendações sanitárias ao causar aglomerações e circular sem equipamento de proteção e se posicionou contra as vacinas, única forma conhecida de atenuar os riscos da doença. A declaração, portanto, foi classificada como FALSA.

Com Informações da CUT BRASIL

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