Agenda internacional: grupo islâmico declara califado no Iraque
Grupo ISIS declara califado na área sob seu controle, enquanto governo do Iraque tenta retomar Tikrit com ofensiva de blindados e artilharia.
Flávio Aguiar, de Berlim
Iraque
Grupo ISIS declara "califado" na área sobre seu controle, enquanto o governo do Iraque tenta retomar Tikrit com ofensiva de blindados e artilharia. Um “califa” (no caso o líder do ISIS, Abu Bakr al- Baghadi) é um governante considerado sucessor do profeta Maomé. O território sob controle do ISIS abrange o sul da Síria e o norte do Iraque, além de postos de fronteira com a Jordânia. O movimento do grupo visa obter mais apoio na Arábia Saudita, na Jordânia e no Líbano. A rotação política na região continua. O governo de Bagdá tem o apoio de Damasco e Teerã, sendo que este último enviou armamentos e conselheiros militares (como os estados Unidos). A Rússia enviou dez jatos de combate para o governo iraquiano. O governo de Israel manifestou-se favorável à independência de um território a ser governado pelos curdos.
Copa do Mundo
Enquanto prosseguem as eliminatórias, a mídia internacional debate o penâlti marcado contra o México, se houve ou se não houve. O próprio Robben, que alega que sofreu a falta, confessou que “fez cena” para ampliar o seu efeito, e também que em jogadas anteriores tentou cavar faltas. Para variar, o técnico holandês reclamou do calor, dizendo que jogar num clima daqueles (o de Fortaleza) é contraproducente para o futebol.
A revista alemã Der Spiegel denuncia, com base em declarações de um integrante da 'máfia das apostas' que pode ter havido manipulação do resultado do jogo entre Camarões e Croácia. O governo camaronês e o de Gana anunciaram que farão inquérito sobre o comportamento de seus jogadores, e o presidente da Nigéria interferiu pessoalmente para impedir uma greve dos jogadores de seu país, que nesta segunda jogam contra a França
Itália
A marinha italiana interceptou perto da Sicília um navio com 600 imigrantes a bordo, e 30 cadáveres no porão, provavelmente mortos por asfixia devido à superlotação. O número de refugiados já é considerado recorde até aqui: 60 mil em 2014. O tema deve entrar na pauta europeia da semana, pois a Itália cobra continuamente uma política unitária da U. E. quanto à questão.
Ucrânia
O governo Obama deu prazo até esta segunda-feira (30) para que o governo russo fizesse maior pressão sobre os separatistas do leste ucraniano, sob pena de novas sanções. Militantes pró-governo de Kiev estão coletando fundos para ajudar a equipar melhor o exército. Depois da assinatura de protocolo de livre-comércio com a União Europeia, presidente Petro Poroshenko tem o desafio de acertar-se com Moscou na questão do fornecimento de gás.
China
Haverá protestos em Hong Kong nesta terça-feira: manifestantes querem garantir maior autonomia em relação ao governo de Pequim. Atualmente o dirigente da cidade autônoma é escolhido por um colégio de 1.200 eleitores nomeados pelo governo chinês depois da reincoroporação. O movimento Occupy Central with Love and Peace esperam a adesão de 500 mil pessoas ao protesto.
Estados Unidos
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deve anunciar nesta segunda-feira multa de 8,9 bilhões de dolares contra o banco francês BNP Paribas, a maior já aplicada a um banco estrangeiro no país. As acusações envolvem sonegação, existência de contas secretas, e lavagem de dinheiro até mesmo em favor de cartéis do narcotráfico mexicano. Espera-se que o Banco se declare culpado para conseguir um acordo sobre o montante a ser pago e os prazos. O BNP Paribas já recebeu 7,5 bilhões de dólares do governo francês em consequência da crise de 2007/2008, que considerou o banco “grande demais para permitir sua quebra”.
Reino Unido
Depois da indicação de Jean-Claude Juncker para presidência da Comissão Europeia, David Cameron se conforma, mas tensão continua: o Reino Unido vai sair da União Europeia? Cameron ligou para Juncker cumprimentando-o pela indicação e dizendo que “pode negociar” com ele. Mas antes o primeiro-ministro britânico ameaçar antecipar o plebiscito sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, previsto para 2017. Se o plebiscito fosse realizado hoje provavelmente a saída da U. E. seria aprovada.
Japão
O primeiro ministro conservador Shinzo Abe tenta revogar a partir desta terça-feira artigo constitucional (9o.) que proíbe que o país se envolva em conflitos armados. Pesquisas indicam que 50% é contra a revogação e 34% a favor. Assim mesmo Shinzo Abe vai continuar tentando a manobra, primeiro em seu gabinete e depois no Parlamento, diante do crescente conflito com a China devido ao arquipélago das ilhas Senkaku. Também há forte pressão dos Estados Unidos em favor da revogação e das Filipinas. A China anunciou a assinatura em Xangai, na semana passada, com mais 10 países, de um protocolo de intenções para a criação de um novo Banco Asiático de Investimento em Infra-Estrutura que fizesse concorrência ao FMI, ao Banco Mundial e ao Banco Asiático de Desenvolvimento, com sede em Manila. O Banco teria um capital inicial de 100 bilhões de dólares e um dos principais projetos a ser criado seria o da construção de uma ligação terrestre
entre Pequim e Bagdá, reeditando a famosa “Rota da Seda” dos tempos de Marco Polo.
Argentina
A semana é decisiva para o país e para o governo de Cristina Kirchner. Teoricamente o governo tem prazo até esta segunda-feira para obedecera determinação do juiz Thomas Griesa, de Nova Iorque, para pagar, segundo a princípio da paridade, a dívida de mais de 2 bilhões de dólares aos credores que não aceitam o corte na dívida feito ainda no governo de Nestor Kirchner, que eliminou 70% do montante de 130 bilhões de dólares, na maior parte devido à farra de empréstimos do governo de Calros Menem e de seu ministro Domingos Cavallo. Caso a decisão do juiz seja obedecida, se o governo não pagar aqueles credores, ele não poderia seguir pagando os outros credores. O governo depositou 900 milhões de dólares correspondentes ao principal da dívida dos os credores intransigentes (na maior parte especializados em especulação) em juízo, mas deve procurar uma solução de longo prazo.
Entre as opções estão a de algum modo romper com o princípio da paridade (pari passu) invocado pelo juiz e a longo prazo parar de vender títulos na bolsa de Nova Iorque. Se a decisão judicial for obedecida, tudo indica que uma nova moratória ou um novo “default” será inevitável.
Suécia
Jacob Wallenberg, principal empresário e investidor na bolsa de Estocolmo declarou que haverá 'fuga de empresas e de capitais' caso o Partido Social-Democrata vença as eleições de setembro. O governo conservador está caindo nas pesquisas de intenção de voto. Segundo ele o empresariado teme a volta do “estatismo”, da intervenção do estado, os “retrocessos trabalhistas que virão”, a reestatização de escolas e hospitais que foram privatizados, etc. Esta mísica a gente conhece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário