Dilma domina o tempo de TV
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio
do Kotscho:
Quebrou a cara quem apostou no desgaste da presidente Dilma Rousseff,
candidata à reeleição, a ponto de provocar uma debandada de aliados na véspera
do início oficial da campanha eleitoral, na próxima semana. Em lugar da
violência dos protestos e do caos da infraestrutura nas cidades-sede, previstos
pela oposição e pela mídia familiar para dar um cavalo de pau nas pesquisas, a
Copa no Brasil está sendo festejada aqui e no mundo todo como o melhor e mais
bem organizado evento da Fifa, tanto dentro como fora do campo.
Ainda não se tem notícias de novo Ibope ou Datafolha, pesquisas que antes eram praticamente semanais, mas os levantamentos publicados nesta quinta-feira sobre o tempo de televisão destinado a cada candidato, que é o que mais importa na campanha presidencial, dão uma ampla vantagem à presidente, com as alianças praticamente já definidas.
Com 9 minutos e 41 segundos já garantidos, podendo chegar a 11min25s em cada bloco de 25 minutos, Dilma tem o triplo do tempo do seu principal adversário, o tucano Aécio Neves (3min10s), e cinco vezes o de Eduardo Campos, do PSB, que ficou com um número (1min46s) bem próximo dos nanicos.
Ou seja, a candidata à reeleição poderá ter quase a metade de todo o tempo reservado aos candidatos para presidente da República, que ela pretende ocupar mostrando o que foi feito no seu governo e nos dois mandatos de Lula para melhorar a vida dos brasileiros - o seu grande trunfo eleitoral -, fazendo uma comparação com as administrações anteriores.
No início da semana, quando o PTB de Roberto Jefferson pulou do barco governista para apoiar Aécio, festejou-se nos arraiais da oposição midiático-partidária-empresarial como se esta fosse uma tendência inexorável na base aliada. Não foi o que aconteceu: pelas últimas contas, Dilma tem o apoio de nove partidos, um a menos do que na aliança vitoriosa de 2010, mas com mais tempo na TV porque as bancadas aliadas têm agora maior número de deputados.
Como o prazo para a formação de alianças termina no sábado e a propaganda eleitoral no rádio e na televisão só começa em agosto, pode-se dizer que Dilma Rousseff, que mantem a liderança folgada em todas as pesquisas até aqui divulgadas, larga com grande vantagem na corrida presidencial.
Pode-se também discutir os métodos empregados nos acordos feitos para conquistar esta maioria, com a troca de ministros e a entrega de cargos para assegurar apoios partidários, mas o fato é que a candidata do PT conseguiu sobreviver, sem perder o favoritismo, a um primeiro semestre bastante difícil, tanto na economia como na articulação política, enfrentando críticas de setores do próprio partido, que só agora desistiram do "volta Lula".
Sobre os métodos utilizados para conquistar aliados, tanto no plano federal como nas campanhas estaduais, porém, ninguém poderá falar nada de ninguém, já que princípios programáticos, ética e fidelidade partidárias não são propriamente características dos políticos brasileiros (ver no post anterior: "Orgia partidária é a falência do sistema político"). A não ser que aconteça alguma tragédia, este cenário deverá permanecer congelado até a bola parar de rolar em campo, mas na campanha eleitoral, assim como na Copa, não dá ainda para dizer quem vai ganhar.
Ainda não se tem notícias de novo Ibope ou Datafolha, pesquisas que antes eram praticamente semanais, mas os levantamentos publicados nesta quinta-feira sobre o tempo de televisão destinado a cada candidato, que é o que mais importa na campanha presidencial, dão uma ampla vantagem à presidente, com as alianças praticamente já definidas.
Com 9 minutos e 41 segundos já garantidos, podendo chegar a 11min25s em cada bloco de 25 minutos, Dilma tem o triplo do tempo do seu principal adversário, o tucano Aécio Neves (3min10s), e cinco vezes o de Eduardo Campos, do PSB, que ficou com um número (1min46s) bem próximo dos nanicos.
Ou seja, a candidata à reeleição poderá ter quase a metade de todo o tempo reservado aos candidatos para presidente da República, que ela pretende ocupar mostrando o que foi feito no seu governo e nos dois mandatos de Lula para melhorar a vida dos brasileiros - o seu grande trunfo eleitoral -, fazendo uma comparação com as administrações anteriores.
No início da semana, quando o PTB de Roberto Jefferson pulou do barco governista para apoiar Aécio, festejou-se nos arraiais da oposição midiático-partidária-empresarial como se esta fosse uma tendência inexorável na base aliada. Não foi o que aconteceu: pelas últimas contas, Dilma tem o apoio de nove partidos, um a menos do que na aliança vitoriosa de 2010, mas com mais tempo na TV porque as bancadas aliadas têm agora maior número de deputados.
Como o prazo para a formação de alianças termina no sábado e a propaganda eleitoral no rádio e na televisão só começa em agosto, pode-se dizer que Dilma Rousseff, que mantem a liderança folgada em todas as pesquisas até aqui divulgadas, larga com grande vantagem na corrida presidencial.
Pode-se também discutir os métodos empregados nos acordos feitos para conquistar esta maioria, com a troca de ministros e a entrega de cargos para assegurar apoios partidários, mas o fato é que a candidata do PT conseguiu sobreviver, sem perder o favoritismo, a um primeiro semestre bastante difícil, tanto na economia como na articulação política, enfrentando críticas de setores do próprio partido, que só agora desistiram do "volta Lula".
Sobre os métodos utilizados para conquistar aliados, tanto no plano federal como nas campanhas estaduais, porém, ninguém poderá falar nada de ninguém, já que princípios programáticos, ética e fidelidade partidárias não são propriamente características dos políticos brasileiros (ver no post anterior: "Orgia partidária é a falência do sistema político"). A não ser que aconteça alguma tragédia, este cenário deverá permanecer congelado até a bola parar de rolar em campo, mas na campanha eleitoral, assim como na Copa, não dá ainda para dizer quem vai ganhar.
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