segunda-feira, 23 de junho de 2014

POLÍTICA - Velhos fantasmas contra o PT.

Oposição e mídia ressuscitam velhos fantasmas contra o PT na disputa eleitoral


 

Realizada no fim de semana prolongado a bonita convenção nacional do PT que oficializou, em Brasília, a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, oposição e sua mais fiel aliada, a midia, voltam suas preocupações, agora, para fustigar mais do que nunca o principal inimigo delas, o PT. Sem sucesso nas tentativas que empreenderam até agora de desestabilizar à candidatura da presidenta, sepultado o “volta Lula”, ressuscitam velhos fantasmas e a história agora é de que o partido retoma discurso mais à esquerda e que a cúpula petista quer influenciar na campanha.
Nem uma coisa nem outra. O PT está onde sempre esteve e nada mais lógico, nem natural que o comando do partido, diretamente e por representantes que designa, integre o comitê central e todas as instâncias da campanha. Afinal é por ele que a presidenta concorre e registra a candidatura e é ao seu partido que ela recorre e que cabe defendê-la em cada momento de dificuldade e no dia a dia da rotina do governo. Nada mais justo, portanto, do que o partido participar e tomar a frente das iniciativas e do comando da campanha.
Nem chega a ser o tom mais à esquerda imprimido á disputa e nem a cúpula do PT participar da campanha e designar representantes para participarem o que mais incomoda a oposição e a mídia, mas sim algumas bandeiras escolhidas pelo partido para explorar na corrida eleitoral com maior destaque, como a regulação dos meios de comunicação e a reforma política.
Temem que o PT consiga emplacar o “nós contra ele” e as comparações
Incomoda, principalmente, o tom imprimido à disputa, a linha já ditada pelo ex-presidente Lula, por outras lideranças petistas e pelo próprio dia-a-dia da disputa se travar em um clima de “nós contra eles”. Isso é o que realmente incomoda e assusta a oposição/mídia porque no fundo leva a polarização da disputa com o candidato tucano ao Planalto, senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, principalmente, enseja comparações entre os governos do PT e os do tucanato, com nítida desvantagem para eles – principalmente no social – como a prática já demonstrou.
A polarização contra Aécio Neves, um dos candidatos da mídia – o outro, Eduardo Campos, do PSB, não conseguiu quebrar a polarização PT-PSDB, não emplca como a 3ª via, e sua candidatura não decola – é o leva os do outro lado a demonizarem o PT e a fomentarem o ódio que ameaça marcar a campanha eleitoral deste ano.
É o que leva, também, articulistas como Fernão Lara Mesquita a publicar artigo contra o PT em seu jornal hoje, no qual se identifica apenas como jornalista (ele é um dos herdeiros do Estadão). No texto ele acusa: o PT usa intimidação, monta justiça paralela, junta companheiros “dispostos a tudo”, estimula “mentir, inventar e trair”, “ser desonesto”, e assim por diante.
Herdeiro do Estadão fala em “beco sem saída do ódio” x “porta da esperança”
Ao final, diz para o leitor (eleitor) pensar se quer o caminho que conduz “ao beco sem saída do ódio” e aquele que “deixa aberta a porta da esperança”. “Sua escolha vai decidir o destino de toda uma geração”, afirma. Como disse há dias o ex-presidente Lula na convenção estadual do PT paulista, como viemos registrando aqui no blog – enquanto o ex-ministro José Dirceu espera autorização da justiça para voltar a fazê-lo – é este o tom da disputa e da campanha eleitoral em que entramos. Ditado por eles, por Fernão Lara Mesquita e seus companheiros, embora acusem a nós de fazê-lo.
Lara Mesquita exagera nos ataques contra o PT. Como o fez aliás, dias atrás, em artigo que publicou na Folha de S.Paulo, quando comparou o decreto da presidenta Dilma que criou os conselhos de Participação Popular junto a órgãos de governo às ameaças que haveria no país no pré-64 e com as quais eles justificaram o golpe militar. Naquele artigo Mesquita quase conclamou a ida às ruas para derrubar o decreto.
O herdeiro da família Mesquita pode carregar nas tintas um pouco neste artigo de hoje contra o PT, mas é por aí que eles, a mídia e seus candidatos da oposição, pretendem conduzir a campanha.

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