Carta Maior irá processar a Folha de São Paulo
A Carta Maior jamais recebeu qualquer quantia do Partido dos Trabalhadores. O grupo Folha deveria checar suas 'fontes' antes de fazer afirmações falsas.
Redação
Com obsessiva recorrência, o
oligopólio midiático que domina a sociedade brasileira desembainha armas
para fustigar qualquer ensaio de pluralidade na estrutura de
comunicação do país.
Interditar a participação, mesmo que tangencial, como acontece hoje, dos veículos progressistas na programação da publicidade estatal, é um dos carros-chefes dessa guerra diuturna.
Mais uma vez, o jornal Folha de São Paulo bateu continência nesse cerco, nesta 4ª feira, com a veiculação da reportagem ‘Sites alinhados ao governo foram beneficiados com gasto em publicidade’.
Nela, o principal diário da família Frias, cuja empresa ostentaria em seu histórico um intercurso explícito com órgãos de repressão da ditadura militar, exercita o que sabe fazer de melhor: a falsificação dos fatos em benefício de teses preconcebidas.
Estamos falando de uma expertise reconhecida.
Recorde-se o desconcertante episódio da ‘ficha falsa da Dilma’, de 2009.
Na edição de 5 de abril daquele ano, em aquecimento para a campanha presidencial de 2010, quando seu candidato eterno, o tucano José Serra, enfrentaria a então ministra Dilma Roussef, a Folha veiculou, junto com reportagem que tratava de um suposto plano de sequestro do então ministro Delfim Netto, durante a ditadura, um documento falso sobre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Meses depois, à fórceps, o jornal admitiria parcialmente que ‘a ficha’ publicada fora obtida por e-mail, e pinçada de um site de extrema-direita, ‘Ternuma’.
Não havia qualquer traço de veracidade no documento e, menos ainda, de responsabilidade jornalística na forma como a Folha o veiculou, dando como origem, não checada, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde estaria guardado com outros documentos do Dops.
Era mentira.
A mesma receita de jornalismo de cavalaria ligeira –vamos dizer assim-- repete-se agora na reportagem desta 4ª feira, com a qual o diário dos Frias lança uma sombra de suspeição sobre o que denomina ‘sites alinhados ao governo’ , que tiveram acesso a verbas de publicidade estatal.
De saída é forçoso reconhecer: a própria Folha estampa na reportagem números francamente desfavoráveis à sua tese.
A saber: nos últimos 14 anos, as estatais brasileiras investiram R$ 15,7 bilhões em publicidade. Desse total, oito veículos apontados como ‘alinhados’ pelo jornal – entre os quais ela inclui Carta Maior-- receberiam menos de R$ 75 milhões em publicidade.
Enquanto isso, paladinos daquilo que os Frias possivelmente qualifiquem como jornalismo isento, abocanharam enormes fatias dos gastos totais. Cerca de 1/3 do total dos R$ 15,7 bilhões, portanto, mais de R$ 5 bilhões, aterrissaram no caixa das Organizações Globo, por exemplo. Ao grupo Folha, sozinho, coube um fluxo de R$ 250 milhões, mais de três vezes o total direcionado ao conjunto dos denominados ‘sites alinhados’.
Abatida na aritmética, a tese da suspeição embutida na ‘reportagem’ investe então em outra frente.
Baseada em informações obtidas junto a fontes não declinadas da ‘oposição’ –a exemplo do que fez no episódio da ficha falsa da Dilma’, o jornal afirma que : ‘Acusados pela oposição de serem financiados pelo Palácio do Planalto e o PT, sites e publicações que adotam em linhas gerais uma posição de defesa do governo também receberam recursos de publicidade das principais estatais brasileiras nestes 14 anos’.
Carta Maior nunca omitiu sua linha editorial de esquerda, nem ocultou o apoio crítico aos governos progressistas que dirigem o país desde 2003.
Esse apoio crítico frequentemente se traduz na reprovação a medidas e políticas adotadas em Brasília.
A coerência com seus princípios editoriais está estampado em suas páginas sendo do conhecimento de seus leitores.
Esse veículo que a Folha agora denomina de "alinhado com o governo" foi seu parceiro de conteúdo durante longos quatro (4) anos, período em que centenas de matérias, produzidas pela Carta Maior, foram publicadas no Portal UOL, de propriedade do Grupo Folha.
Foi somente no ano de 2006, na crispação da disputa eleitoral, é que o UOL parou de publicar matérias da Carta Maior, atendendo a um pedido do então candidato José Serra, segundo informações de "congressistas da oposição ".
Mais que isso.
Durante mais de 10 anos o Jornal Folha de São Paulo publicou uma excelente coluna do jornalista Nelson de Sá, denominada TODA MÍDIA, recentemente extinta. Pois bem, esse insuspeito jornalista, na sua insuspeita Coluna Toda Mídia, publicou mais de 300 textos remetendo a Carta Maior, o indigitado veículo de esquerda agora "alinhado ao governo, segundo o jornal. Veja, abaixo, alguns desses links de matérias recomendadas pela coluna da Folha(*).
Carta Maior não mudou.
Ontem como hoje, sua independência se assenta em uma transparência de propósitos políticos claramente assumidos em sua página. Entre eles, o de contribuir para o debate progressista no Brasil e a construção de uma verdadeira democracia social no país.
Avulta assim inaceitável a afirmação da reportagem da Folha de que Carta Maior –a exemplo dos demais veículos arrolados pelo jornal-- se enquadra naquilo que fontes não declinadas afirmam serem sites e publicações ‘ financiados pelo Palácio do Planalto e o PT’.
Diante da fraude mais uma vez ancorada em fontes anônimas – não checadas, insista-se, a exemplo do que se fez deliberadamente com a ‘ficha falsa da Dilma’ pinçada de um site de extrema –direita— a direção de Carta Maior decidiu acionar a Justiça para que interpele o diário dos Frias sobre suas afirmações, nos seguintes termos:
‘Na data de hoje foi veiculada uma notícia (em anexo) dando conta de que a empresa Carta Maior teria recebido dinheiro do Partido dos Trabalhadores. “Congressistas” seriam a fonte de tal informação.
A Carta Maior (através do seu advogado abaixo assinado) vem por meio dessa solicitar a Vossas Senhorias, em razão dessa afirmação falsa, as seguintes providências:
a) o Grupo Folha deve informar, não só à Carta Maior, mas aos próprios leitores de Vossas Senhorias, quem são os “congressistas” anônimos que fizeram tal afirmação falsa;
b) O Grupo Folha deve publicar matéria com o mesmo destaque dado à informação falsa, informando aos seus leitores que Carta Maior JAMAIS recebeu qualquer quantia do Partido dos Trabalhadores.
Cordiais saudações,
Carta Maior
Interditar a participação, mesmo que tangencial, como acontece hoje, dos veículos progressistas na programação da publicidade estatal, é um dos carros-chefes dessa guerra diuturna.
Mais uma vez, o jornal Folha de São Paulo bateu continência nesse cerco, nesta 4ª feira, com a veiculação da reportagem ‘Sites alinhados ao governo foram beneficiados com gasto em publicidade’.
Nela, o principal diário da família Frias, cuja empresa ostentaria em seu histórico um intercurso explícito com órgãos de repressão da ditadura militar, exercita o que sabe fazer de melhor: a falsificação dos fatos em benefício de teses preconcebidas.
Estamos falando de uma expertise reconhecida.
Recorde-se o desconcertante episódio da ‘ficha falsa da Dilma’, de 2009.
Na edição de 5 de abril daquele ano, em aquecimento para a campanha presidencial de 2010, quando seu candidato eterno, o tucano José Serra, enfrentaria a então ministra Dilma Roussef, a Folha veiculou, junto com reportagem que tratava de um suposto plano de sequestro do então ministro Delfim Netto, durante a ditadura, um documento falso sobre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Meses depois, à fórceps, o jornal admitiria parcialmente que ‘a ficha’ publicada fora obtida por e-mail, e pinçada de um site de extrema-direita, ‘Ternuma’.
Não havia qualquer traço de veracidade no documento e, menos ainda, de responsabilidade jornalística na forma como a Folha o veiculou, dando como origem, não checada, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde estaria guardado com outros documentos do Dops.
Era mentira.
A mesma receita de jornalismo de cavalaria ligeira –vamos dizer assim-- repete-se agora na reportagem desta 4ª feira, com a qual o diário dos Frias lança uma sombra de suspeição sobre o que denomina ‘sites alinhados ao governo’ , que tiveram acesso a verbas de publicidade estatal.
De saída é forçoso reconhecer: a própria Folha estampa na reportagem números francamente desfavoráveis à sua tese.
A saber: nos últimos 14 anos, as estatais brasileiras investiram R$ 15,7 bilhões em publicidade. Desse total, oito veículos apontados como ‘alinhados’ pelo jornal – entre os quais ela inclui Carta Maior-- receberiam menos de R$ 75 milhões em publicidade.
Enquanto isso, paladinos daquilo que os Frias possivelmente qualifiquem como jornalismo isento, abocanharam enormes fatias dos gastos totais. Cerca de 1/3 do total dos R$ 15,7 bilhões, portanto, mais de R$ 5 bilhões, aterrissaram no caixa das Organizações Globo, por exemplo. Ao grupo Folha, sozinho, coube um fluxo de R$ 250 milhões, mais de três vezes o total direcionado ao conjunto dos denominados ‘sites alinhados’.
Abatida na aritmética, a tese da suspeição embutida na ‘reportagem’ investe então em outra frente.
Baseada em informações obtidas junto a fontes não declinadas da ‘oposição’ –a exemplo do que fez no episódio da ficha falsa da Dilma’, o jornal afirma que : ‘Acusados pela oposição de serem financiados pelo Palácio do Planalto e o PT, sites e publicações que adotam em linhas gerais uma posição de defesa do governo também receberam recursos de publicidade das principais estatais brasileiras nestes 14 anos’.
Carta Maior nunca omitiu sua linha editorial de esquerda, nem ocultou o apoio crítico aos governos progressistas que dirigem o país desde 2003.
Esse apoio crítico frequentemente se traduz na reprovação a medidas e políticas adotadas em Brasília.
A coerência com seus princípios editoriais está estampado em suas páginas sendo do conhecimento de seus leitores.
Esse veículo que a Folha agora denomina de "alinhado com o governo" foi seu parceiro de conteúdo durante longos quatro (4) anos, período em que centenas de matérias, produzidas pela Carta Maior, foram publicadas no Portal UOL, de propriedade do Grupo Folha.
Foi somente no ano de 2006, na crispação da disputa eleitoral, é que o UOL parou de publicar matérias da Carta Maior, atendendo a um pedido do então candidato José Serra, segundo informações de "congressistas da oposição ".
Mais que isso.
Durante mais de 10 anos o Jornal Folha de São Paulo publicou uma excelente coluna do jornalista Nelson de Sá, denominada TODA MÍDIA, recentemente extinta. Pois bem, esse insuspeito jornalista, na sua insuspeita Coluna Toda Mídia, publicou mais de 300 textos remetendo a Carta Maior, o indigitado veículo de esquerda agora "alinhado ao governo, segundo o jornal. Veja, abaixo, alguns desses links de matérias recomendadas pela coluna da Folha(*).
Carta Maior não mudou.
Ontem como hoje, sua independência se assenta em uma transparência de propósitos políticos claramente assumidos em sua página. Entre eles, o de contribuir para o debate progressista no Brasil e a construção de uma verdadeira democracia social no país.
Avulta assim inaceitável a afirmação da reportagem da Folha de que Carta Maior –a exemplo dos demais veículos arrolados pelo jornal-- se enquadra naquilo que fontes não declinadas afirmam serem sites e publicações ‘ financiados pelo Palácio do Planalto e o PT’.
Diante da fraude mais uma vez ancorada em fontes anônimas – não checadas, insista-se, a exemplo do que se fez deliberadamente com a ‘ficha falsa da Dilma’ pinçada de um site de extrema –direita— a direção de Carta Maior decidiu acionar a Justiça para que interpele o diário dos Frias sobre suas afirmações, nos seguintes termos:
‘Na data de hoje foi veiculada uma notícia (em anexo) dando conta de que a empresa Carta Maior teria recebido dinheiro do Partido dos Trabalhadores. “Congressistas” seriam a fonte de tal informação.
A Carta Maior (através do seu advogado abaixo assinado) vem por meio dessa solicitar a Vossas Senhorias, em razão dessa afirmação falsa, as seguintes providências:
a) o Grupo Folha deve informar, não só à Carta Maior, mas aos próprios leitores de Vossas Senhorias, quem são os “congressistas” anônimos que fizeram tal afirmação falsa;
b) O Grupo Folha deve publicar matéria com o mesmo destaque dado à informação falsa, informando aos seus leitores que Carta Maior JAMAIS recebeu qualquer quantia do Partido dos Trabalhadores.
Cordiais saudações,
Carta Maior
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