As motivações de Venina, a postura da Globo e a resposta não dada por Lula
Por Carlos Henrique
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Venina no Fantástico
Nada mais natural que o Fantástico, a revista dominical da Rede Globo, escalasse uma repórter de variedades [Glória Maria] para entrevistar a Barbie. Sim, pois foi tal como se apresentou na TV a denunciante Venina Velosa Fonseca, na sala com móveis excessivamente requintados do belo apartamento. Da pulseira no tornozelo às mechas no cabelo, passando pelo vestidinho sexy, que deixava à mostra pernas malhadíssimas, não lhe faltou sequer o recurso técnico de olhar para a câmera, com ar de vítima, no momento preciso em que se disse ameaçada e desafiou os colegas da “PETOBRÁS” (sic) a que se juntem a ela na missão de salvar a Companhia.
Faltou dizer que Venina Velosa está afastada da gerência que ocupava, desde o mês passado, por decisão de uma Comissão de Investigação Interna que concluiu por sua participação em irregularidades na diretoria comandada pelo delator Paulo Roberto Costa. Que de todas as suas alegações imprecisas e ininteligíveis acerca do “esquartejamento” de editais e indícios de “coisas absurdas”, a única que se sustentava nos fatos diz respeito a serviços pagos mas não entregues na área de comunicação de abastecimento – e o funcionário responsável por isso foi demitido há tempos.
Por último, a demonstrar que o compromisso do Fantástico com o divertissement é bem maior do que com o jornalismo, a apresentadora do programa anunciou que o ex-presidente Lula, citado na entrevista, preferiu não se manifestar. Ora, por quem sois! Referida citação teria se dado quando o ex-chefe de dona Venina, Paulo Roberto Costa, sentindo-se por ela ameaçado, indagou-lhe apontando o retrato presidencial que ornava seu gabinete: ”Você quer derrubar todo mundo?”. O Fantástico queria porque queria uma resposta cabal de Lula ao dedo que lhe apontava o retrato.
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