“Se eu pudesse matava vocês”, disse seguidor de Bolsonaro a repórter da Globonews em Aparecida

12/10/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
“Se eu pudesse matava vocês”, disse seguidor de Bolsonaro a repórter da Globonews em Aparecida

 O repórter cinematográfico da GloboNews, Leandro Matozo, levou de um bolsonarista uma cabeçada no nariz, que ficou sangrando | Imagem reprodução Twitter


PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO

O agressor ofendeu a equipe com xingamentos “diante de policiais militares que faziam a segurança do evento”. O bolsonarista “se aproximou” do profissional da mídia e “deu uma cabeçada em seu rosto” causando “sangramento no nariz”

O repórter cinematográfico Leandro Matozo, da Globonews, foi covardemente agredido por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça-feira (12) no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo“, tuitou o Sindicato dos Jornalistas SP, em seu perfil oficial na rede social Twitter. Leia a sequência:

O agressor se chama Gustavo Milsoni e trabalha como professor na Escola Estadual Cid Boucault, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.

Matozo estava acompanhado pelo repórter Victor Ferreira, também da Globonews. Eles estavam se preparando para fazer um link ao vivo para a emissora quando foram abordados pelo agressor.

O agressor ofendeu a equipe com xingamentos e afirmou: “se eu pudesse, matava vocês”. Diante de policiais militares que faziam a segurança do evento, se aproximou de Matozo e deu uma cabeçada em seu rosto. O repórter cinematográfico teve sangramento no nariz, mas passa bem.

Os policiais militares conduziram o agressor e os jornalistas até uma companhia da PM e registraram apenas uma Notificação de Ocorrência. Não quiseram levar o agressor para a delegacia, apesar do flagrante do ato. E ainda levaram o agressor de volta ao santuário em uma viatura.

O ato covarde se insere num contexto de intimidação cada vez mais recorrente de profissionais de imprensa que estão nas ruas para cumprir a função social de levar informação às pessoas.

A agressão é um ato de ataque à liberdade de imprensa. Atinge a ponta mais exposta nesse processo, que é o profissional da comunicação. Um trabalhador que, no Dia das Crianças, deixou seu filho em casa para trabalhar e é agredido de maneira covarde.

O Sindicato dos Jornalistas exige da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e do governo de João Doria que esta agressão não seja relativizada ou negligenciada para que, desta forma, o agressor responda judicialmente na medida de seus atos.

Exige, ainda, que episódios como esses sejam investigados com rigor e que os responsáveis sejam punidos.

É urgente que se interrompa essa escala de violência contra os trabalhadores da comunicação antes que algo mais grave aconteça”.