EUA e a possibilidade de implosão do Sistema Internacional. Por Gilberto Maringoni
Biden quer a expulsão da Rússia do G-20. Faz o papel de miliciano global: se o país sai de determinado esquadro com o qual o Império não concorda-se, cancele-se o equivalente a seu CPF. Corte-se qualquer possibilidade de diálogo ou negociação. O que restará depois disso?
Não se trata de defender Putin, um nacionalista autoritário de direita, mas de salvaguardar o sistema internacional e impedir que se instale em suas instâncias lógica semelhante à da OTAN, um grupo de 30 países com 70% do orçamento militar planetário a ameaçar potencialmente outros 165.
Os Estados Unidos implodiram a Liga das Nações no início dos anos 1920 e fizeram aberta campanha contra a ONU no início dos anos 1950. Isso se deu após a China – que havia acabado de realizar uma revolução socialista – não ceder sua posição no Conselho de Segurança, constituído pelos vitoriosos da II Guerra. Os EUA não agem como um país a mais, mas como Império, acima de qualquer tentativa de regramento num sistema anárquico por definição.
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É inócuo reiterar os crimes contra a Humanidade cometidos por Washington no último século. Vale sim constatar a ameaça real colocada diante da manutenção de um sistema construído a partir de Vestfália, há 373 anos, suficientemente flexível para atravessar um sem número de tragédias globais e metamorfoses do sistema capitalista. O perigo de implosão do sistema com consequências inimagináveis foi colocado no horizonte pelo mandatário estadunidense.
Não estamos diante de um Fla-Flu entre Moscou e Washington. Significa não transformar o mundo num caos hobbesiano, uma terra de ninguém, sem lógica, sem acordos possíveis, sem normas e sem limites que não o poder das armas.
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