Bom, com o aumento no preço dos combustíveis que acompanhou a adoção da PPI, veio a insatisfação da população, que viu o preço de tudo aumentar (afinal, o transporte de mantimentos no Brasil é feito principalmente por caminhões). Enquanto isso, a Petrobras bateu recorde de lucro, o que agrada aos acionistas.
Adriano Pires não deve mexer nessa lógica, e é por isso que ele "chega para mudar e não alterar nada", como disse um dos entrevistados para a reportagem que você pode ler aqui. Na verdade, os entrevistados das nossas matérias disseram que ele está sendo colocado nesse posto para intermediar os interesses do mercado e as pretensões eleitorais de Jair Bolsonaro. Com a chegada de Pires, o presidente estaria ao mesmo tempo sinalizando para a sua base que não gosta do preço alto do combustível e mantendo o compromisso com a política que faz o preço subir. Assim os acionistas também agiriam pela reeleição de Bolsonaro, já que o ex-presidente Lula já disse que, se eleito, vai “abrasileirar” o preço dos combustíveis, o que poderia ser um risco ao lucro dos investidores.
E é por tudo isso que a Bolsa de São Paulo subiu, como você pode ler aqui. Esse aumento no valor das ações da Petrobras indica que os investidores acreditam que o próximo presidente vai seguir com o plano que prioriza o lucro da empresa e beneficia os acionistas. Ou seja, deve manter a política de preços que segue o dólar. Ah, e colaborou bastante também para o ânimo dos investidores a notícia de que Bolsonaro teria prometido a Adriano Pires agir pela privatização da Petrobras caso seja reeleito, que é algo que a entidade "mercado" adora.
No que depender de Bolsonaro e Adriano Pires, ao que tudo indica, a próxima luta da população vai ter que ser uma reedição de uma lá dos anos 1950. O petróleo vai continuar sendo nosso?
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