Conteúdo nacional sob ataque
Fonte: Monitor Mercantil e Site 247
Autor: Rogério Lessa
A
idéia de se construir navios e plataformas no Brasil gera emprego e
renda no país, mas desagrada muita gente. Outros querem abrir o nosso
mercado para empreiteiras estrangeiras.
Segundo
o jornalista Sergio Barreto Motta, do Monitor Mercantil, as críticas,
antes limitadas ao Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), após o
escândalo Petrobrás, passaram a ser generalizadas. "É bom lembrar que o
preço de uma plataforma está em torno de US$ 1 bilhão, ou seja, dá
margem a muitas comissões para intermediários nas importações", diz o
colunista.
"Nos oitos anos de
governo do PSDB, a Petrobras lançou o programa Navega Brasil, que sequer
implicou a construção uma única unidade no país, enquanto dois navios
usados, com nomes típicos brasileiros, foram importados da Coréia do
Sul: Ataulfo Alves e Cartola. Seus nomes eram, respectivamente, Mega
Eagle e Mega Hawk. O que é melhor, fazer esses navios no país, pagando o
Custo Brasil – onerado com política cambial que supervalorizou o real –
ou simplesmente comprá-los na Ásia?
Em editorial desta
quarta-feira, com o título de “Monumento ao desperdício do dinheiro
público”, O Globo chama o conteúdo local de “programa anacrônico de
substituição de importações”, no “figurino da ditadura militar”.
Qualifica a Sete Brasil de empreendimento-símbolo de dirigismo estatal,
embora seja obrigado a citar que dela participam gigantes privados, como
Bradesco, Santander e BTG Pactual. Garante que apenas cinco das sondas
começaram a ser montadas.
No próprio jornal, um
anúncio da Sete Brasil corrige números e fatos. Diz que 29 sondas serão
usadas no pré-sal, únicas no mundo a atender aos requisitos de conteúdo
local. Em vez de cinco, estão em construção 16 sondas, sendo que duas
80% prontas. Explica que os pagamentos iniciais seriam prática usual,
para compensar gastos em projeto e encomendas a subfornecedores. Informa
Sete Brasil que está em curso processo de auditoria interna, para
apurar ligações com a operação Lava Jato. Querem aproveitar um escândalo
para minar, a qualquer custo, um projeto de pleno sucesso, que é a
política de conteúdo local", finaliza Barreto.
Já o jornal site 247
aponta que "O Globo, dos irmãos Marinho, decidiu pegar carona na
Operação Lava Jato" para defender uma antiga bandeira do governo dos
Estados Unidos: a abertura do mercado brasileiro de engenharia a
empresas internacionais. "Reportagem publicada neste domingo no jornal,
com destaque na primeira página, afirma que a abertura às empreiteiras
internacionais será inevitável."
Um dos fatores que
poderia acelerar a abertura do mercado brasileiro seria uma eventual
declaração de inidoneidade das empreiteiras brasileiras. Como a Lava
Jato atinge praticamente todas as construtoras nacionais, como
Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, além de Mendes Júnior,
UTC e Engevix, uma solução radical poderia inabilitar o trabalho de
praticamente todas as empreiteiras com órgãos públicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário