Os golpistas não dão trégua
Fernando Soares Campos
Impeachment, de Lula a Dilma: os golpistas procuram pelo em casca de ovo para encobrir rombos bilionários e assassinatos.
O
primeiro grande golpe contra o governo Lula, pelo menos o golpe aberto
ao conhecimento da Nação, ocorreu em meados de 2005, com o chamado
escândalo de “mensalão”. Hoje falam que, naquela ocasião, o golpe do
impeachment não se consumou porque o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso teria preferido fazer o presidente Lula “sangrar”, ou seja, Lula
teria sido poupado, naquele momento, apenas para que FHC tivesse
oportunidade de extravasar seu sádico instinto, ou desfrutasse do seu
doentio prazer de vingança.
Mas... vingança contra o quê?
Vingança
contra a ousadia de um “analfabeto”, um “jeca”, um “baiano”, um “peão”,
que se aproveitou de um momento de descuido das elites abastadas e não
cumpriu o ritual dos miseráveis que se arriscam em “aventuras”
políticas.
Entretanto
a verdade é outra. FHC et caterva amarelaram, botaram o rabo entre as
pernas e mudaram de plano. Essa história de “deixar sangrar” é balela.
Como assim, “ritual dos miseráveis que se arriscam em ‘aventuras’ políticas”? Amarelaram por quê?
Gente
da laia de FHC acredita que indivíduos da classe trabalhadora devem
fazer política como os militares das classes subalternas fazem suas
carreiras.
Nas
Forças Armadas, o indivíduo que iniciar carreira pelas classes
subalternas não têm o direito de alcançar postos de comando nem de
chegar aos mais altos postos da hierarquia militar.
Se
um brasileiro for admitido em qualquer das corporações das Forças
Armadas como recruta ou sargento, está ele destinado a alcançar, no
máximo, o coronelato. Raríssimos chegam aí. A grande maioria encerra a
carreira como sargento, alguns como suboficial. E de nada adianta
estudar para se tornar um general, almirante ou brigadeiro. A não ser
que o subalterno dê baixa ainda muito jovem, preste exames para uma das
academias militares, seja aprovado e inicie nova carreira militar (o que
ficou para trás conta apenas como tempo de serviço para efeitos de
aposentadoria/reforma).
Mas o que isso tem a ver com política?
Os
golpistas estão acostumados a lidar com gente não apenas subordinada,
mas submissa, capachos, inclusive pseudo-esquerdistas que fazem o jogo
político, conscientes de estarem fazendo o papel de rato para o gato, de
empregado para o patrão, de serviçal para o senhor de suas vontades.
São indivíduos que aceitam comer pelas beiras, servem para ordenhar as
vacas gordas e magras do Estado e, quando muito, se elegem para cargos
legislativos nos âmbitos municipal e estadual, ou, com muita sorte e
subserviência, conquistam uma vaga numa das casas do Congresso.
O
jogo sempre foi esse, até que ocorreu a ascensão de candidatos do
Partido dos Trabalhadores a importantes prefeituras de capitais e
cidades de grande porte. O PT cresceu, ganhou inicialmente aquilo que
precisava para chegar à Presidência da República e a governanças
estaduais: o apoio da classe média; em seguida vieram os trabalhadores
da base da pirâmide social.
Se
fôssemos teorizar aqui sobre as razões que fizeram Lula chegar à
Presidência da República, teríamos que nos estender em laudas e mais
laudas. Mas, em resumo: Collor foi eleito para que se evitasse Lula;
Lula, por sua vez, conseguiu chegar à Presidência porque, entre outros
fatores, precisavam evitar a ascensão de Brizola.
Quando
Collor foi eleito, no dia da eleição, reconhecida sua vitória, eu mesmo
disse em casa: “Os que colocaram ele lá são os mesmos que vão
derrubá-lo”. As cartas estavam marcadas e os trapaceiros sabiam usá-las.
Collor, apesar de ter nascido na casa grande, no Rio de Janeiro, sua
raízes estão fincadas no Nordeste, e, para essa gente que se alternava
no poder há séculos, o Nordeste do início deste século 21 só tem
importância política do ponto de vista eleitoral, e coronéis de engenho
perderam espaço para os coronéis eletrônicos, estes hoje são
considerados demagogos mais eficientes que aqueles.
Caixa
dois, compra de voto, fraude em eleições, nada disso é novidade para
aqueles que usam essas armas para se eleger; mas são suficientes para se
evocar um falso moralismo capaz de derrubar quem quer que ouse cruzar
seus caminhos. Tiraram Collor do Planalto como quem diz: “Vá pra casa,
garoto, você já brincou bastante de presidente”.
Pensaram
que poderiam reeditar o teatro armado contra Collor. Acreditaram que
poderiam usar o argumento do caixa dois contra o PT e o governo Lula
(coisa utilizada por todos os políticos deste país, até porque a
legislação, de certa forma, obriga a isso). Quebraram a cara.
O
PT fez caixa dois como qualquer partido já fez, faz e fará. E, por isso
mesmo, os golpistas estavam tranquilos. Mandaram o Roberto Jefferson
espalhar que o caixa dois petista era “mensalão”, compra de voto de
parlamentares para aprovar projetos do governo Lula. O
pau-mandado-rabo-preso cumpriu sua parte e saiu de cena, sacrificou seu
próprio mandato e, apesar de ter apostado na impunidade, acabou pagando
com a própria liberdade. Dedo-duro falsificado se dá mal, os delatores
de hoje precisam ver nele um exemplo e não ser seguido, quem mentir ou
já mentiu vai tomar uma punhalada nas costas.
Deflagraram
o escândalo do “mensalão”. Até comemoraram: “Trinta anos sem essa raça
para atrapalhar nossos planos de venda do que restou depois de FHC”.
Prepararam o impeachment.
Mas aí o bicho pegou!
Como assim?!
Sentiram
que Lula não era Collor. Com Lula o buraco era mais embaixo. Lula tinha
o apoio do povo, apoio de gente disposta a defender o governo até as
últimas consequências.
Como assim?!
Pessoas dispostas a derramar seu próprio sangue por uma causa.
Como assim?!
Ora, disposição para matar ou morrer em defesa dos seus direitos.
Como assim?!
Como
em Honduras! Como em Cuba! Como na Venezuela! Como na Bolívia! Como no
Brasil nos tempos da “redentora”! Como as Farc na Colômbia! Como no
Vietnam! Como na China! Como na Nicarágua sandinista! Como no Chile, no
Uruguai, na Argentina, na Palestina, no Iraque, na Coreia, na Rússia, em
Angola... Enfim, como se derrama sangue em qualquer parte do mundo.
Depois disso, muitas foram as tentativas de enredar Lula num processo de impeachment.
Honduras,
com a destituição do presidente Manuel Zelaya, em 2009, foi laboratório
para nova onda de golpes, o golpe tipo institucional, que pode
acontecer via Congresso ou Judiciário, sem o aparente envolvimento
direto das Forças Armadas, que cumpririam o disciplinado papel de manter
a ordem, reprimir possíveis resistências. “Defesa da legalidade”,
alegariam.
Ainda
em 2009, antes de aplicaram a fórmula contra o presidente
democraticamente eleito Fernando Lugo, do Paraguai, o golpe-relâmpago,
dois fatos colocaram Lula no paredão do impeachment.
Um
dos argumentos esdrúxulos foi contra o auxílio humanitário que o
governo Lula prestou ao presidente Manuel Zelaya, deposto pelo golpe,
abrigando-o na Embaixada brasileira em Tegucigalpa.
O
presidente Lula, no discurso de abertura da 64ª Assembleia Geral da
ONU, em setembro de 2009, afirmou que a "comunidade internacional exige
que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, reassuma
imediatamente a presidência" daquele país. Lula acrescentou que a
comunidade internacional também "deve estar atenta à inviolabilidade da
missão diplomática brasileira na capital hondurenha". "Sem vontade
política continuarão a proliferar golpes de Estado como o que derrocou o
presidente constitucional de Honduras, José Manuel Zelaya, que se
encontra, desde segunda-feira, refugiado na Embaixada do Brasil em
Tegucigalpa (capital de Honduras)". Quase todos os representantes dos
192 países membros da Organização das Nações Unidas aplaudiram o
presidente Lula, expressando que estavam de acordo com o governo
brasileiro. E os golpistas ainda insistiram nessa investida por mais
algumas semanas, mas não colou.
No final de 2009, teve ainda o caso Cesare Battisti.
Estadão:
“O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, disse que Lula pode sofrer
processo de impeachment caso se recuse a entregar Battisti à Itália:
‘Por que o presidente da República cumpre uma decisão? Não é porque será
eventualmente afastado do cargo se não vier a cumpri-la. Porque
respeita a Constituição. Sabemos que as condições políticas para seu
afastamento são extremamente difíceis. Precisaria haver um processo
instalado pelo procurador-geral da República e uma aprovação por dois
terços da Câmara dos Deputados.’ A declaração, feita na sessão, provocou
estranhamento entre ministros.”www.estadao.com.br/estadaodeho…/20091114/not_imp466328,0.php
Agora,
depois do fracasso golpista das eleições, com fraudes em pesquisas
eleitorais, campanha midiática escancaradamente pró-oposições (tem para
todos os gostos) e decisões judiciais passíveis de suspeição, a
presidenta Dilma, reeleita, é a bola da vez.
Brasil
247 - Jornal Estado de S. Paulo, da família Mesquita, pede, em
editorial, que a presidente Dilma Rousseff seja enquadrada pelo
Congresso Nacional por crime de responsabilidade e cassada num processo
de impeachment; "Dilma Rousseff de tudo participou como ministra de
Minas e Energia e da Casa Civil e, depois, como presidente da
República"; um dos herdeiros do grupo, Fernão Lara Mesquita,
recentemente foi às ruas com um cartaz onde se lia "Foda-se a
Venezuela"; no sábado, em nota, o PSDB sugeriu punição à presidente
Dilma; começa a campanha pela derrubada de uma presidente reeleita há
menos de um mês no Brasil.
Leia completo...https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/160629/Estado-%C3%A9-primeiro-grupo-de-m%C3%ADdia-a-propor-golpe.htm
GGN - A Operação Apocalipse encontra a Operação Toffoli-Gilmar
TER, 25/11/2014
Luis Nassif
Luis Nassif
Anunciada esta semana, a Operação Apocalipse é o penúltimo ato preparatório para a futura tentativa do Ministro Gilmar Mendes, através do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de conseguir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Como
já descrito no post "Armado por Toffoli e Gilmar, já está em curso o
golpe do impeachment" a tática utilizada será a tese da contaminação do
Caixa 1 - levantando eventuais pagamentos de empresas da Lava Jato à
última campanha de Dilma. Havendo, o TSE poderia julgar a legitimidade
da eleição de Dilma.
Leia completohttp://jornalggn.com.br/noticia/a-operacao-apocalipse-encontra-a-operacao-toffoli-gilmar
Deu
na Folha de S. Paulo: Candidato a vice-presidente da República, na
chapa de Aécio Neves, o senador Aloysio Nunes afirmou que o PSDB vai
entrar com representação contra a presidenta Dilma Rousseff por suposta
fraude na CPI da Petrobras. [Aloysio Nunes, o que mandou o repórter pra
“puta que te pariu”, só porque este lhe perguntou o que ele tinha a
dizer sobre seu suposto envolvimento nas denúncias de corrupção no caso
“Trensalão” paulista.]
Por
tudo isso, convidamos todas as pessoas interessadas na manutenção do
processo democrático no nosso país a participar da comunidade “Não
Aceitaremos Golpe TODOS COM DILMA Rousseff”.
https://www.facebook.com/pages/N%C3%A3o-Aceitaremos-Golpe-TODOS-COM-DILMA-Rousseff/872895789396384
Não passarão!
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