STJ anula por incompetência decisão de Moro que condenou João Vaccari Neto

06/10/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
STJ anula por incompetência decisão de Moro que condenou João Vaccari Neto

 O ex-juiz Sergio Moro em foto de Cristiano Mariz e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na ocasião do trâmite da ação do ex-juiz contra ele, sendo conduzido pelo famoso ‘Japonês da Federal’ e outros agentes da instituição, em foto de Geraldo Bubniak/AGB | Sobreposição de imagens


PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO

Agora, em uma aventura “ególatra”, o ex-juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba volta a se interessar pela possibilidade da candidatura a Presidente porque teme que uma vitória de Lula vá reescrever o seu papel na história

A quinta turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou nesta terça-feira (5) uma ação penal com decisão do ex-juiz Sergio Moro que condenou a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto o ex-tesoureiro do PT (Partido dos Trabalhadores), João Vaccari Neto, após os ministros analisarem o recurso do advogado Luiz Flávio D’Urso, que defende o bancário e sindicalista, e acatarem a alegação que sustentou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar o caso.

De acordo com o Conjur, Moro considerou, na ocasião, que provas orais, e não só de delatores, convergem ao indicar como participante do esquema de empréstimos irregulares o nome do ex-tesoureiro, cuja defesa já havia apresentado, em 2018, recurso ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) alegando a incompetência do juízo de Curitiba, mas a Corte rejeitou a tese.

Novamente em 2019, Luiz Flávio D’Urso apresentou novos recursos, especiais e extraordinário, às duas cortes máximas superiores da Justiça, STJ e STF, argumentando que o processo tratava de suposto crime eleitoral e, diante disso, a competência do julgamento deveria ser do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Agora com a vitória de seu cliente, Vaccari, o advogado D’Urso afirmou em nota que “a anulação da sentença condenatória e deste processo ocorrida no julgamento do STJ desta data, restabelece, por meio dos inúmeros recursos impetrados pela defesa, a almejada Justiça”.

Juiz ególatra

A anulação representa mais uma derrota para o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, que por ter assumido cargo no governo Bolsonaro foi julgado parcial, pelo STF, para julgar os casos do ex-presidente Lula, que foi penalizado injusta e intencionalmente tendo sido retirado do processo eleitoral de 2018 para atender a interesses pessoais de Moro e de outros setores da política e da sociedade brasileira.

A Justiça derrubou todas as condenações proferidas pelo ex-herói nacional com a ajuda dos procuradores da Lava Jato e, agora, Lula aponta, favorito como sempre foi, nas intenções de voto medidas em todos os cenários pesquisados na nova corrida eleitoral de 2022.

Com o peso de suas derrotas, Sergio Moro tenta ressurgir das cinzas de seus fracassos relacionados ao ex-presidente e de suas malsucedidas tentativas no campo político.

De acordo com Thomas Traumann, na Veja, ao se candidatar para a Presidência do Brasil em 2022, o ex-juiz entra em uma “aventura ególatra”, tendo voltado a se interessar pela possibilidade de sentar na cadeira do Palácio do Planalto porque “teme que uma vitória de Lula vá reescrever o seu papel na história”.

Para o colunista, Moro não deseja “apresentar um projeto de país que seja diferente do de Bolsonaro e do de Lula”.

“Moro não era o salvador da Pátria em 2018 e não será em 2022”, diz Traumann.

“O ex-juiz é odiado com a mesma intensidade por petistas e bolsonaristas e ainda é rejeitado pela maioria do Congresso e do Supremo Tribunal Federal”, escreve.