Olá,
Pouco antes do 7 de setembro, os repórteres Amanda Audi e Fábio Bispo revelaram no Intercept que as mobilizações golpistas eram financiadas por ruralistas. Os dois mergulharam em grupos do Telegram e do WhatsApp e conversaram com pessoas que estavam organizando as ações com bandeiras como a dissolução do Supremo Tribunal Federal e a adoção do voto impresso. Descobriram que um dos grupos mais ricos do país ajudava a bancar o movimento: a Associação de Produtores de Soja.
Depois da nossa reportagem, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de R$ 20 milhões das contas bancárias da Aprosoja-MT e da Aprosoja Brasil — dinheiro que poderia ser usado para financiar atos antidemocráticos. Cantamos a bola no final de agosto, cumprindo nossa missão de dar nome aos bois.
Dias depois, fomos pra cima dos poderosos mais uma vez na reportagem corajosa de Hyury Potter. Ele mostrou que uma mineradora novata no meio da Amazônia já extraiu um volume de ouro 32 vezes maior que o estimado, com licença irregular. A empresa Gana Gold Mineração é investigada pela Polícia Federal e só opera porque a prefeitura de Itaituba atropelou a legislação. Mais uma vez, as instituições que deveriam proteger a Amazônia facilitam a mineração na região graças ao lobby com deputados e ministros do governo Bolsonaro.
Uma semana depois da publicação da reportagem, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) embargou as atividades da Gana Gold. A empresa foi multada em R$ 10 milhões e está proibida de funcionar. Embora não faltassem indícios da atividade irregular que acarreta em forte dano ambiental na Amazônia, só depois que denunciamos o caso as medidas para impedir a atuação da empresa foram tomadas. Isso é impacto!
Fazer jornalismo investigativo capaz de mudar a realidade é nossa missão e exemplos como esses nos motivam ainda mais. É o que nos faz continuar acreditando no tipo de jornalismo ao qual nos dedicamos incansavelmente. Casos como os que comentei aqui só reforçam a importância do nosso trabalho. Trabalho que você conhece, confia e que depende da ajuda de milhares de apoiadores para existir. Jornalismo combativo custa caro.
Precisamos de bons profissionais e precisamos garantir que eles possam trabalhar em segurança, com todo o respaldo jurídico. Também oferecemos a eles a estrutura para que façam o que for necessário para denunciar a corrupção e as injustiças, onde quer que elas estejam. Queremos fazer muito mais. Para que mensagens como essa, te contando novos impactos do nosso jornalismo, não parem de chegar, peço que você contribua, com quanto e como puder. QUERO AJUDAR A GERAR IMPACTO! →
Um forte abraço, |
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