quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

As mais lidas de Carta Maior em 2021

 

As mais lidas de Carta Maior em 2021

 

 
29/12/2021 18:15

(Arte/Carta Maior)

Créditos da foto: (Arte/Carta Maior)

 

Prestes a completar 21 anos de existência, Carta Maior mantém como destacado valor a variedade e a relevância dos temas que aborda e das visões que oferece à discussão. Uma passada d’olhos nas matérias e artigos mais lidos, mês a mês no ano que se encerra, certamente o confirmará.

Ao clicar nos títulos e ler as publicações, a cara leitora e o caro leitor formarão uma visão bastante distinta daquela patrocinada pela maioria dos meios de comunicação empresariais brasileiros. Boa leitura!

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Janeiro

Guaidó roubou 116 bilhões de dólares da Venezuela

O Washington Post desvendou o escândalo ao declarar que Juan Guaidó contatou dois empresários em Miami para obter dinheiro saqueando propriedades de todos os venezuelanos. Na Venezuela, as denúncias sobre o assunto foram amplamente divulgadas por Jorge Rodríguez, que atuou como Ministro da Comunicação e Informação do país.

Thomas Piketty: ''Para entender o que aconteceu no Capitólio, é urgente voltar à história''

Após a invasão do Capitólio, o mundo perplexo se pergunta como o país que há muito se apresenta como o líder do mundo "livre" pode decair tanto. Para entender o que aconteceu, é urgente sair dos mitos e da idolatria e voltar à história. Na realidade, a república estadunidense é atravessada desde o início por fragilidades, violências e desigualdades consideráveis.

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Fevereiro

Silêncio, medo e omissão diante da confissão do general Villas Bôas: assim morre a democracia e avançam as ditaduras

No livro recém lançado – General Villas Bôas, conversa com o comandante, organizado por Celso de Castro [FGV Editora] – o ex-Comandante do Exército confessou que a decisão de emparedar o STF para forçar a Suprema Corte a manter a prisão ilegal do Lula sentenciada pelo então juiz Sérgio Moro não foi uma decisão exclusiva dele, mas de todo Alto-Comando do Exército Brasileiro [EB].

Por que o 'mercado' não derruba Bolsonaro?

Eu li seu artigo de hoje, no jornal “O Globo”. Penso que você está expondo, honestamente, sua preocupação com o imobilismo da “elite econômica” diante do governo genocida e autoritário de Bolsonaro. A turma da “Faria Lima”, como você a chama, parece não ter sensibilidade alguma diante dos números de mortos e da queda do atual presidente nas pesquisas de opinião. E aí você tenta explicar para o “mercado” que retirar Bolsonaro seria melhor para a democracia, para a vida de todos nós e acusa-os de “covardia”.

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Março

Europa concede a palavra a Lula

Por que razão uma coletiva, em um sindicato de trabalhadores, de um ex-presidente recém-liberado das condenações que lhe tolhiam direitos políticos, deu origem a inúmeras matérias jornalísticas pela Europa?

Talvez a resposta esteja no alívio de que alguém terá potência suficiente para destronar o atual ocupante da presidência que, aos olhos da maioria, é uma ameaça mundial. Talvez haja certos limites civilizatórios que já não se pode transpor. Talvez não tenhamos, internamente ao Brasil, percebido, em outros tempos, a liderança mundial de Lula. Só a voz de um estadista ecoaria tão amplamente no Velho Continente.

Pelotão da Aeronáutica impediu o sequestro político de Lula?

O Congresso tem a obrigação de esclarecer os fatos que ocorreram no Aeroporto de Congonhas para abortar a tentativa de golpe de qualquer aventureiro.

Carta Maior relutou em transcrever o relato de autoria de Jari Mauricio da Rocha (leia a íntegra nesta pág.) que lança uma luz sobre o elo que faltava no episódio de condução do ex-presidente Lula ao aeroporto de Congonhas pela PF, em 04/03, a mando dos procuradores da Lava Jato.

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Abril

Carta de Paris: A tragédia brasileira assombra o mundo

«O Brasil tornou-se um pária global, visto como uma fábrica gigante de variantes desconhecidos dirigida por um irresponsável», diz Libération

Quando diferentes atores se uniram à mídia, em 2016, para afastar a presidente Dilma Rousseff, num processo de impeachment sem crime de responsabilidade, abriu-se a caixa de Pandora.

Nos cinco anos que se passaram, o país não parou de correr em direção ao abismo.

Eugenio Raúl Zaffaroni: ''Poder financeiro mundial virou uma organização criminosa''

Em entrevista, o juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos falou sobre o sistema penal na América Latina

A crise financeira de 2008 foi um estelionato astronômico, que custou bilhões (ou trilhões) de dólares aos contribuintes dos Estados Unidos, União Europeia e de outros países. O autor desse estelionato é um poder mundial que ainda explora trabalho escravo à distância, compra papeis de países endividados e depois os extorque. Esse poder busca enfraquecer os Estados e ocupar o lugar da política. O diagnóstico é do jurista argentino Eugenio Raúl Zaffaroni, que esteve em Porto Alegre na semana passada participando de um debate sobre a questão democrática e a midiatização do processo judicial, promovido pelo Instituto Novos Paradigmas (INP).

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Maio

Entrevista com Vladimir Safatle: ''não houve eleição em 2018''

''A gente tem um processo de natureza revolucionária sendo capitaneado pela extrema-direita (...) É necessário uma radicalização dos dois polos. O polo da extrema-direita já se radicalizou''

Em entrevista exclusiva a Carta Maior, o escritor, professor de filosofia e psicanalista Vladimir Safatle constata a morte da esquerda brasileira. “O projeto de esquerda nacional que começa lá no Partido Comunista Brasileiro acabou. Para recuperar sua capacidade de organização e de mobilização é preciso que ela entenda por que morreu”.

Quão democrática é a China?

Assim como os Estados Unidos, a China é uma república e, como os Estados Unidos, diz que é democrática, mas quão democrática é a China? Uma olhada na história é sempre um bom ponto de partida. Aqui está Mêncio [1], o maior discípulo de Confúcio, sobre a relação do Estado com o povo: “o Estado é secundário e o Governante é o menos importante: só quem for do agrado do povo pode governar”.

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Junho

A verdade sobre os Fujimori que a imprensa brasileira não conta

Para tornar menos controverso o apoio à candidatura da direita no Peru, alguns meios ocultam ou tergiversam partes da extensa ficha criminal do ex-ditador, e até mesmo os problemas judiciais da sua filha presidenciável

A cobertura da mídia brasileira sobre as eleições no Peru deixa a desejar em vários aspectos, quase todos eles ligados ao favoritismo em favor da campanha de Keiko Fujimori, a candidata da direita e filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000).

https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Barbarie-golpe-e-guerra-civil/4/50746

Um dos possíveis pontos de partida da modernidade no Brasil foi a Revolução de 30 e o Governo de Getúlio Vargas que, durante a ditadura de 1930 a 1945, e durante seu governo democrático de 1950 a 1954, lançou as bases de um projeto de industrialização nacional com proteção social, conforme a Legislação Trabalhista da CLT.

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Julho

A estranha (ou talvez não tanto) participação de mercenários estrangeiros no assassinato do presidente do Haiti

Polícia local confirmou a participação de 28 pessoas no crime, das quais 26 são colombianos e 2 são estadunidenses que também possuem nacionalidade haitiana. Em 2020, foram denunciados dois planos de magnicídio com uso de mercenários dos EEUU, na Venezuela e na Bolívia - o primeiro fracassou, o segundo não chegou a ser executado

Cuba resiste!

Poucos ignoram minha solidariedade à Revolução Cubana. Há 40 anos visito com frequência a Ilha, em função de compromissos de trabalho e convites a eventos. Por longo período intermediei a retomada do diálogo entre bispos católicos e o governo de Cuba, conforme descrito em meus livros "Fidel e a religião" (Fontanar/Companhia das Letras) e "Paraíso perdido – viagens ao mundo socialista" (Rocco). Atualmente, contratado pela FAO, assessoro o governo cubano na implementação do Plano de Soberania Alimentar e Educação Nutricional.

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Agosto

Enquanto os EUA saem do Afeganistão, a China faz aliança com o Talibã

Em 18 de julho de 2021, na cidade chinesa de Tianjin, Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, se encontrou com uma delegação visitante do Afeganistão. O líder da delegação era Mullah Abdul Ghani Baradar, cofundador do Talibã e chefe da sua comissão política. O Talibã tem tido ganhos territoriais significativos ao passo que o exército dos EUA bate em retirada do Afeganistão. Durante a reunião, Wang Yi da China disse a Mullah Baradar que a política dos EUA no país da Ásia Central havia falhado, já que os EUA não foram capazes de estabelecer um governo que fosse estável e pró-ocidente. Na realidade, Imran Khan, primeiro-ministro paquistanês, também enfatizou esse ponto e disse em uma entrevista à PBS em 27 de julho que os EUA tinham “estragado tudo” no Afeganistão. O governo em Cabul – liderado pelo presidente Ashraf Ghani – permanece preso em um conflito armado com o Talibã, que provavelmente chegará em Cabul até o próximo verão.

Chafurdando na lama

A nós cabe a certeza de que o péssimo ainda pode piorar

Tomamos conhecimento, através de reportagem da revista Fórum, que a partir de 2019, com a entrada em vigor da Lei 13.954, o Brasil ganhou centenas de novos marechais. Esta lei não revogou normas anteriores, nem mesmo aquela que em 1967 extinguiu essa patente. Em 1980, com a promulgação do Estatuto dos Militares, a possibilidade de se atingir esse grau na carreira militar foi ressuscitada, mas apenas em tempos de guerra. A nova lei sancionada por Bolsonaro trata de questões previdenciárias das Forças Armadas e, por ela, cerca de 215 militares, entre generais, brigadeiros e almirantes, viram-se alçados, e com isso seus soldos, pensões e pensões de dependentes, a marechais, marechais do ar e almirantes, conforme a arma que lhes encha os bolsos no fim do mês.

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Setembro

A grande transformação no século 21

“EUA estão em decadência porque são a nação que mais promove guerras na história.” J. Carter, 2020

O mundo vive a grande transformação no século 21, com o esgotamento da hegemonia ocidental. Nos últimos 250 anos, a hierarquia do sistema-mundo se fundamentou no tripé da revolução industrial e tecnológica, do padrão monetário libra/dólar e do poder das armas.

A furiosa e disfarçada guerra pela Água no Brasil



Milhares de municípios, abastecidos por empresas públicas, serão forçados a considerar propostas de privatização. Maiores mananciais do mundo são cobiçados por corporações como Coca-Cola e Nestlé. Congresso entrega - e mídia se cala

O país atravessa uma crise hídrica que afeta diretamente o nível dos reservatórios dos subsistemas elétricos. De acordo com o último boletim divulgado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), divulgado em 10/09/21, os reservatórios das Usinas Hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste estão operando com apenas 22,7% de sua capacidade de armazenamento. Esses reservatórios, que são responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, apresentam os níveis mais baixos dos últimos 91 anos. Os especialistas mencionam redução do nível dos reservatórios que pode chegar à 10%, o que seria muito grave, já que o sistema elétrico brasileiro nunca operou abaixo de 15%.

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Outubro

Byung-Chul Han: ''O celular é um instrumento de dominação. Age como um rosário''

Filósofo sul-coreano, uma das estrelas do pensamento atual, se aprofunda em sua cruzada contra os smartphones. Acredita que se transformaram em uma ferramenta de subjugação digital que cria viciados. Em entrevista, Han afirma que é preciso domar o capitalismo, humanizá-lo

Quem são os 9 políticos brasileiros relacionados nos Pandora Papers?

Embora o consórcio indique a ligação de nove políticos brasileiros a empresas em paraísos fiscais, seus nomes ainda não foram revelados

É preciso ser muito estraga-prazeres para não estar a soltar rojões com os Pandora Papers. Tal desconfiança tem origem em vazamentos passados que deixaram a impressão de que as revelações costumam ser seletivas e o alegado “princípio do interesse jornalístico e do interesse público” teria se tornado palavra ao vento.

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Novembro

Marcia Tiburi: ''Eu perdi meu país''

A escritora analisa o complexo de vira-lata brasileiro e a dor do exílio

Além de escritora best-seller, Marcia Tiburi é professora de filosofia e artista plástica, autora de alguns livros de sucesso. “Como conversar com um fascista” lançou um inflamado debate no pós-golpe, em 2016.

Corajosa, ela deu um salto arriscado: lançou sua candidatura ao governo do Estado do Rio pelo PT, em 2018. Com a vitória do capitão e o clima de ódio instalado no país, sua vida no Rio ficou inviável. Ameaçada de morte, teve que se exilar.

Petrobras: de locomotiva do desenvolvimento a vaca leiteira dos acionistas

Gabrielli fala sobre a mudança do foco da empresa para o curto prazo, o abandono dos fertilizantes, dos biocombustíveis, das fontes alternativas de energia, da distribuição de combustíveis e gás

“O petróleo, o gás natural e seus derivados não são mercadorias quaisquer. E ainda vão ser muito importantes por muitas décadas”

“A Petrobras está abandonando sua função fundamental do início da sua construção que era garantir o suprimento e o abastecimento do país.”

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Dezembro

Maierovitch, da Fiocruz, fala sobre as festas, a Ômicron, os casos, os óbitos…

Como estão e o que indicam as curvas de novos casos e óbitos por Covid no Brasil? O que se sabe sobre a variante Ômicron? Como andam os esforços para descobrir remédios eficazes para a doença e para as sequelas, a chamada Covid longa? Qual a importância das doses de reforço da vacina? A Fiocruz tem conseguido fazer seu trabalho? Quais cuidados são aconselháveis para as festas de final de ano?

Vai, Chile, vai e vence

Há quase 50 anos esperamos este momento, sabendo que ele retornaria. Ele voltou, e desta vez não haverá mais bombas que consigam nos parar

Peço licença para escrever pela primeira vez na primeira pessoa do singular, peço desculpas sem saber muito bem porque esse procedimento se impôs no assunto em questão. Mas chega um momento da vida que se começa a confiar no que não se tem clareza, um pouco como quem aceita esse espírito que um dia Pascal descreveu como uma mistura de incapacidade de, ao mesmo tempo, provar totalmente e abandonar completamente algo.

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