Relatório do PSDB sobre CPMI da Petrobras peca por parcialidade e politização
Jornal GGN - O PSDB disponibilizou na internet o relatório paralelo que o deputado federal Carlos Sampaio apresentou, nesta quarta-feira (16), à CPI Mista que investigava casos de corrupção e erros de gestão prejudiciais à Petrobras. Os tucanos, apoiados por outras legendas como PPS e PSB, argumentaram que o relator da Comissão, Marco Maia (PT), produziu um relatório final inócuo e frustrante por quase não sugerir o indiciamento de empresários, executivos e políticos citados na Operação Lava Jato. Eles decidiram produzir um documento "independente e aprofundado", mas que chama a atenção, ao final, pela parcialidade e a politização com que o caso Petrobras foi tratado.
No que tange figuras máximas do PT, o relatório (disponível abaixo) pede a responsabilização civil dos membros do Conselho Administrativo da Petrobras pela aprovação de projetos que causaram "prejuízo" à estatal, caso da Refinaria de Pasadena. A presidente Dilma Rousseff (PT) fez parte do Conselho, e também é citada no documento do PSDB como uma das responsáveis por trabalhar junto ao ex-presidente Lula para dar continuidade a algumas obras que o Tribunal de Contas da União havia sugerido que fossem paralisadas.
O partido do ex-presidenciável Aécio Neves lista dezenas de nomes que, em sua visão, deveriam ser investigados pelo Ministério Público. Eles incluíram o ex-presidente nacional da legenda, Sérgio Guerra. Já falecido, Guerra foi citado pelo ex-diretor da Petrobras como um dos políticos que receberam propina com dinheiro da companhia. A maioria dos nomes, entretanto, é de políticos e pessoas ligadas ao PT, PP e PMDB.
Sampaio iniciou o relatório "contextualizando" o caso Petrobras. Para ele, o esquema é um novo capítulo na corrupção praticada por governos petistas no plano federal. O "Petrolão", segundo contou, surgiu depois do chamado mensalão. Mas diferente do escândalo revelado em 2005, o objeto da Lava Jato não concentra mais todo o poder de desviar e distribuir dinheir em mãos petistas. Dessa vez, apontou o deputado, o PT deu mais espaço aos partidos aliados - reflexo da distribuição de cargos públicos.
O parlamentar ignorou, nesse tocante, a conclusão do Ministério Público de que a corrupção na Petrobras existe ao mesmo desde 1990 - atingindo, portanto, os anos de PSDB do cargo máximo do Planalto. A omissão dessa informação compromete o relatório e frusta tanto quanto a versão entregue por Marco Maia, mas pela parcialidade e politização.
O documento ainda ratifica criticas feitas à Comissão mista do ponto de vista operacional. Técnicos que participaram dos trabalhos no Congresso disseram à imprensa que a CPMI serviu apenas para repercutir o que os grandes jornais noticiaram sobre a Lava Jato, sendo que boa parte do que foi discutido é fruto de delações premiadas, de depoimentos resguardados por segredo de Justiça e de difícil averiguação nessa fase da Operação.
Para embasar o relatório, Carlos Sampaio chegou a citar trechos da reportagem que Veja publicou a dois dias do segundo turno presidencial para tentar implicar a presidente Dilma e Lula no esquema.
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