A remoção do diretor da Veja Eurípides Alcântara chegou com anos de atraso, e a rigor não significa quase nada exceto o desespero da Editora Abril.
É como um time de futebol que troca o técnico diante da ameaça do rebaixamento.
O novo diretor, André Petry, embora com uma longa passagem pela Veja no passado, é menos comprometido com o jornalismo criminoso adotado pela revista na Era PT.
Para mudar alguma coisa verdadeiramente você teria que mudar os donos da Abril, os Civitas.
E mesmo assim seria virtualmente impossível reconquistar a credibilidade destruída semana após semana. Recuperar a credibilidade jornalística é como recuperar a virgindade.
Há aspectos financeiros e comerciais no movimento. A Veja de 2016 não tem mais nenhuma condição de pagar o salário de um diretor como Eurípides, promovido nos dias de fausto da Abril.
Também deve ser considerada a esperança de voltar a receber dinheiro do governo mediante publicidade. Depois da capa indecente pró-Aécio no fim de semana da eleição, o Planalto, com fabuloso atraso, parou de anunciar na Veja e na Abril.
Nenhuma empresa jornalística brasileira sobrevive sem o governo, tanto mais na Era Digital. É uma dependência visceral, coisa de bebê com mãe.
Recentemente, um representante da Abril foi a Brasília pedir – suplicar – pelo retorno das verbas suprimidas. A missão foi um fracasso, naturalmente. Como dar dinheiro a uma revista e a uma empresa tão empenhadas num golpe a qualquer preço?
É presumível que a Abril retorne em breve a Brasília para mais uma vez mendigar recursos públicos, mas agora com um “fato novo”, um gesto de boa vontade.
Para que haja alguma chance, por absurdo que seja dar nova oportunidade a uma empresa com uma folha de crimes de tal monta, a Veja teria que ser reinventada imediatamente.
Aí começam os problemas.
O que você faz com os leitores de hoje, que se habituaram a um jornalismo primitivo, manipulador, sob medida para analfabetos políticos ávidos por bater panelas, ir para a Paulista embalados em camisas da seleção e pedir coisas como a volta do regime militar?
O que você faz com símbolos editoriais de tudo isso, como Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes?
Há um toque de comédia em tudo isso. Eurípides vivia, pelas páginas da revista, anunciando a queda de Dilma.
Mas quem caiu foi ele.
Foi, de longe, o pior diretor da Veja. Se ele poderia atribuir a Roberto Civita a linha abjeta da revista, depois da morte do patrão essa desculpa deixou de existir.
Fora um editor inepto e mal-intencionado Eurípides será lembrado como o pai do boimate, a mistura de boi e tomate que a Veja publicou nos anos 1980 ao tomar como verdade uma piada de Primeiro de Abril de uma revista científica americana.
Foi ele que editou essa aberração.
O historiador e colunista britânico Paul Johnson disse que não há nada mais morto que um editor aposentado.
Há sim: um ex-editor canalha.
É como um time de futebol que troca o técnico diante da ameaça do rebaixamento.
O novo diretor, André Petry, embora com uma longa passagem pela Veja no passado, é menos comprometido com o jornalismo criminoso adotado pela revista na Era PT.
Para mudar alguma coisa verdadeiramente você teria que mudar os donos da Abril, os Civitas.
E mesmo assim seria virtualmente impossível reconquistar a credibilidade destruída semana após semana. Recuperar a credibilidade jornalística é como recuperar a virgindade.
Há aspectos financeiros e comerciais no movimento. A Veja de 2016 não tem mais nenhuma condição de pagar o salário de um diretor como Eurípides, promovido nos dias de fausto da Abril.
Também deve ser considerada a esperança de voltar a receber dinheiro do governo mediante publicidade. Depois da capa indecente pró-Aécio no fim de semana da eleição, o Planalto, com fabuloso atraso, parou de anunciar na Veja e na Abril.
Nenhuma empresa jornalística brasileira sobrevive sem o governo, tanto mais na Era Digital. É uma dependência visceral, coisa de bebê com mãe.
Recentemente, um representante da Abril foi a Brasília pedir – suplicar – pelo retorno das verbas suprimidas. A missão foi um fracasso, naturalmente. Como dar dinheiro a uma revista e a uma empresa tão empenhadas num golpe a qualquer preço?
É presumível que a Abril retorne em breve a Brasília para mais uma vez mendigar recursos públicos, mas agora com um “fato novo”, um gesto de boa vontade.
Para que haja alguma chance, por absurdo que seja dar nova oportunidade a uma empresa com uma folha de crimes de tal monta, a Veja teria que ser reinventada imediatamente.
Aí começam os problemas.
O que você faz com os leitores de hoje, que se habituaram a um jornalismo primitivo, manipulador, sob medida para analfabetos políticos ávidos por bater panelas, ir para a Paulista embalados em camisas da seleção e pedir coisas como a volta do regime militar?
O que você faz com símbolos editoriais de tudo isso, como Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes?
Há um toque de comédia em tudo isso. Eurípides vivia, pelas páginas da revista, anunciando a queda de Dilma.
Mas quem caiu foi ele.
Foi, de longe, o pior diretor da Veja. Se ele poderia atribuir a Roberto Civita a linha abjeta da revista, depois da morte do patrão essa desculpa deixou de existir.
Fora um editor inepto e mal-intencionado Eurípides será lembrado como o pai do boimate, a mistura de boi e tomate que a Veja publicou nos anos 1980 ao tomar como verdade uma piada de Primeiro de Abril de uma revista científica americana.
Foi ele que editou essa aberração.
O historiador e colunista britânico Paul Johnson disse que não há nada mais morto que um editor aposentado.
Há sim: um ex-editor canalha.
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