Certamente aparecerá algum "coxinha" para chamar o Papa de "petralha".
Francisco: um passo a mais — em silêncio
Em sua viagem de maior carga emocional, Papa homenageia humilhados pelo capital e fustiga os que se aproveitam da desigualdade crescente. Como era de esperar, jornais calaram-se…
Por Mauro Lopes
Foi a visita com maior carga afetiva-emocional e aquela na qual ele mais explicitou, com palavras e gestos, o desejo de retorno da Igreja à originalidade dos primeiros tempos — uma Igreja pobre com os pobres.
O ato final da visita talvez não tenha sido compreendido em sua verdadeira dimensão: o Papa escolheu Ciudad Juarez, na fronteira entre o México e o Império e, num gesto profético de denúncia e desafio, abençoou as cruzes que simbolizam os milhares de mexicanos e mexicanas mortos durante o que parecia ser uma travessia para uma vida melhor.
O Papa, como o Cordeiro do livro do Apocalipse, o último da Bíblia, confronta-se com a Babilônia, a Roma dos tempos que escorrem. Não é à toa que fez, no México, a mais dura condenação aos ricos em seu tempo como Papa, ao dizer que eles prestarão contas sobre as fortunas construídas sobre o sangue e o suor e as lágrimas das pessoas; e, no avião de volta ao Vaticano, deixou claro que, para ele, Donald Trump não pode ser qualificado de cristão, por ser alguém que só tem projetos para construir muros a separar (como o muro entre os EUA e o México en Ciudad Juarez), muros de concreto e de ódio.
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