As máscaras dos golpistas caíram
Por Antônio Escosteguy Castro, no site Sul-21:
Recentemente de passagem por Porto Alegre, quando veio para a abertura de um congresso de advogados trabalhistas, o ex-presidente da OAB Nacional, Cesar Brito, em entrevista ao Sul21 caracterizou estes tempos que vivemos como o tempo das “máscaras caídas”. “As pessoas têm se revelado exatamente como elas são, sem retoques. Você externa o que pensa, quem é homofóbico externa sua face homofóbica, quem tem seu ódio racial, externa seu ódio racial, e quem tem a coragem de resistir também externa sua forma de resistir”, disse ele. É uma imagem precisa dos tempos atuais. As pessoas, na profunda luta política e ideológica que se seguiu à reeleição de Dilma, desnudaram-se completamente. Agora sabemos quem é quem.
Mas esta bela e precisa imagem, se aplica, igualmente, ao Governo Temer, o governo golpista e interino que está há pouco mais de 30 dias no poder. Neste breve período nenhuma, mas literalmente nenhuma, das justificativas ou das bandeiras invocadas pelos golpistas conseguiu manter-se de pé.
Comecemos pela justificativa essencial: a existência de crime de responsabilidade para fundamentar juridicamente o impeachment. Desde o início poucos foram os juristas que defenderam a caracterização das pedaladas fiscais (praticadas por todos os presidentes e quase todos os governadores) como crime de responsabilidade. Mas quando Gilmar Mendes, numa recente entrevista na Suécia, afirma que não há crime provado contra Dilma, qualquer debate sério há de cessar. Se nem Gilmar Mendes acredita na tese…
Depois foi dito que o impeachment, na verdade, independentemente de crime (já que era um julgamento político) teria sido para moralizar a nação num momento terrível. Isto diziam todos os jornais, as revistas e TVs do país. Aí veio a gravação dos diálogos de Romero Jucá e ficou claro: o impeachment foi para afastar Dilma e parar a Lava-jato.
Ah, mas na verdade verdadeira, o impeachment fora para acabar com a corrupção que grassava no Governo do PT. Ocorre que em 30 dias , acusações de corrupção já derrubaram 3 ministros de Temer. Certamente um recorde mundial. Além disto, o PGR Janot pretende processar o Ministro da Educação, o conhecido Mendoncinha. A revista Carta Capital publicou nesta semana a longa folha corrida criminal do Ministro da Saúde, Ricardo Barros. E o Ministro da Casa Civil, o todo poderoso Eliseu Padilha, está sendo processado por improbidade administrativa, por ter mantido uma funcionária fantasma. E a Secretária das Mulheres …
Parafraseando um ex-presidente da República, nunca dantes na história deste pais houve um governo com tantos ministros processados por corrupção. E não vamos nem falar na acusação contra o próprio Presidente. Vamos relevá-la, por agora. Mas mesmo sem isto, quem acredita que a corrupção será combatida por um governo com tantos acusados de corrupção?
Mas na verdade verdadeira verdadeiríssima, o motivo para o impeachment seria consertar o caos econômico provocado pela irresponsabilidade fiscal do PT. Em menos de 15 dias de governo, Temer autorizou um reajuste para a elite do funcionalismo federal que custaria 58 bilhões aos cofres públicos. Aprovado o reajuste, o governo corrigiu o número: o impacto será de 67 bilhões. Nem bem isto foi deglutido e para obter o apoio dos governadores, Temer congelou o pagamento das dívidas dos estados, ampliando o rombo em mais 50 bilhões. Em 30 dias, o Governo do equilíbrio fiscal está apenas 120 bilhões mais longe dele.
Cesar Brito tem razão. As máscaras caíram. O golpe foi dado para obter o poder sem voto, sem precisar do povo, o sonho dourado de nossas elites. Não há crime algum, não se combate a corrupção nem se enfrenta a crise fiscal. O objetivo do golpe é revogar a CLT , acabar com os programas sociais, jogar as aposentadorias para a idade de Matusalém. O objetivo do golpe é apenas realizar o programa de governo que na Democracia as elites nunca conseguiriam efetivar. Simples assim.
Recentemente de passagem por Porto Alegre, quando veio para a abertura de um congresso de advogados trabalhistas, o ex-presidente da OAB Nacional, Cesar Brito, em entrevista ao Sul21 caracterizou estes tempos que vivemos como o tempo das “máscaras caídas”. “As pessoas têm se revelado exatamente como elas são, sem retoques. Você externa o que pensa, quem é homofóbico externa sua face homofóbica, quem tem seu ódio racial, externa seu ódio racial, e quem tem a coragem de resistir também externa sua forma de resistir”, disse ele. É uma imagem precisa dos tempos atuais. As pessoas, na profunda luta política e ideológica que se seguiu à reeleição de Dilma, desnudaram-se completamente. Agora sabemos quem é quem.
Mas esta bela e precisa imagem, se aplica, igualmente, ao Governo Temer, o governo golpista e interino que está há pouco mais de 30 dias no poder. Neste breve período nenhuma, mas literalmente nenhuma, das justificativas ou das bandeiras invocadas pelos golpistas conseguiu manter-se de pé.
Comecemos pela justificativa essencial: a existência de crime de responsabilidade para fundamentar juridicamente o impeachment. Desde o início poucos foram os juristas que defenderam a caracterização das pedaladas fiscais (praticadas por todos os presidentes e quase todos os governadores) como crime de responsabilidade. Mas quando Gilmar Mendes, numa recente entrevista na Suécia, afirma que não há crime provado contra Dilma, qualquer debate sério há de cessar. Se nem Gilmar Mendes acredita na tese…
Depois foi dito que o impeachment, na verdade, independentemente de crime (já que era um julgamento político) teria sido para moralizar a nação num momento terrível. Isto diziam todos os jornais, as revistas e TVs do país. Aí veio a gravação dos diálogos de Romero Jucá e ficou claro: o impeachment foi para afastar Dilma e parar a Lava-jato.
Ah, mas na verdade verdadeira, o impeachment fora para acabar com a corrupção que grassava no Governo do PT. Ocorre que em 30 dias , acusações de corrupção já derrubaram 3 ministros de Temer. Certamente um recorde mundial. Além disto, o PGR Janot pretende processar o Ministro da Educação, o conhecido Mendoncinha. A revista Carta Capital publicou nesta semana a longa folha corrida criminal do Ministro da Saúde, Ricardo Barros. E o Ministro da Casa Civil, o todo poderoso Eliseu Padilha, está sendo processado por improbidade administrativa, por ter mantido uma funcionária fantasma. E a Secretária das Mulheres …
Parafraseando um ex-presidente da República, nunca dantes na história deste pais houve um governo com tantos ministros processados por corrupção. E não vamos nem falar na acusação contra o próprio Presidente. Vamos relevá-la, por agora. Mas mesmo sem isto, quem acredita que a corrupção será combatida por um governo com tantos acusados de corrupção?
Mas na verdade verdadeira verdadeiríssima, o motivo para o impeachment seria consertar o caos econômico provocado pela irresponsabilidade fiscal do PT. Em menos de 15 dias de governo, Temer autorizou um reajuste para a elite do funcionalismo federal que custaria 58 bilhões aos cofres públicos. Aprovado o reajuste, o governo corrigiu o número: o impacto será de 67 bilhões. Nem bem isto foi deglutido e para obter o apoio dos governadores, Temer congelou o pagamento das dívidas dos estados, ampliando o rombo em mais 50 bilhões. Em 30 dias, o Governo do equilíbrio fiscal está apenas 120 bilhões mais longe dele.
Cesar Brito tem razão. As máscaras caíram. O golpe foi dado para obter o poder sem voto, sem precisar do povo, o sonho dourado de nossas elites. Não há crime algum, não se combate a corrupção nem se enfrenta a crise fiscal. O objetivo do golpe é revogar a CLT , acabar com os programas sociais, jogar as aposentadorias para a idade de Matusalém. O objetivo do golpe é apenas realizar o programa de governo que na Democracia as elites nunca conseguiriam efetivar. Simples assim.
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