A pressa de Janot em entregar Lula a Moro
Todos os processos que envolvem Lula, como os que tratam do apartamento no litoral paulista e do sítio de Atibaia, subiram para o Supremo a partir do momento em que ele foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil pela presidente afastada Dilma Rousseff. Embora impedida de exercer até à conclusão do processo de impeachment, ela continua sendo presidente e vinculada ao foro especial do STF. A posse de Lula foi barrada pela liminar do ministro Gilmar Mendes que o STF não julgou antes do afastamento de Dilma, e nem depois.
Lula passou a ser investigado também por suspeita de obstrução da Justiça a partir das conversas de Delcídio gravadas pelo filho de Nestor Cerveró, em que o ex-senador envolve, além de Lula, o empresário José Carlos Bumlai, que teria pago mesadas à família de Cerveró para evitar que ele firmasse acordo de delação premiada. Janot argumentou que, com a cassação do mandato, Delcídio perdeu o direito ao foro especial do STF, devendo seu processo, que envolve Lula, ser remetido para a vara de primeira instância chefiada por Sergio Moro. Lula, entretanto, deveria ter seus processos mantidos no STF enquanto persistir seu vínculo com Dilma, de quem é teoricamente ministro não empossado.
A “descida” do processo Delcídio-Lula-Bumlai para Curitiba facilita não apenas uma condenação mais rápida, que poderia torná-lo inelegível, como até mesmo uma prisão preventiva decretada por Moro.
As duas situações atendem aos que temem Lula candidato. Ele vem aparecendo com os melhores índices nas pesquisas sobre sucessão presidencial e externando, com ênfase crescente, sua disposição para ser candidato.
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