A criminosa estupidez de um boçal
''Eu quero todo mundo armado! Que o povo armado jamais será escravizado.'' - JMB
O tenente Bolsonaro, dando vazão a mais uma de suas obsessões, ampliou de quatro para seis o número de armas que cada pessoa pode ter. Algumas categorias, como agentes das Forças Armadas, policiais, magistrados e membros do Ministério Público, entre outras, podem ter até oito armas.
Com a inclusão destas duas últimas categoria o aumento do número de armamento em poder dos civis aumentou 65% em apenas dois anos. Segundo informação do jornal O Globo, civis agora podem comprar fuzis cujo uso era restrito às forças de segurança. O derrame entre a população nesse período foi de cerca de um milhão de armas e estas podem ser compradas pela internet para uso, teoricamente, em tiro esportivo e caça.
Mas a liberalização não para por aí. Sempre através de decretos que descaracterizam a Lei do Desarmamento, o laudo de capacidade técnica foi substituído por um simples "atestado de habitualidade" que pode ser emitido por clubes de tiro.
A situação é tão grave que as organizações Instituto Igarapé, Instituto Sou da Paz e Conectas Direitos Humanos se uniram para fazer uma denúncia, na última sexta-feira, 19 de março, junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça: “Apesar dos altos índices de violência armada, o governo brasileiro ampliou o acesso a armas e munições e reduziu a capacidade do Estado de controlar esses arsenais”.
Todas estas ações são condizentes com o dito na reunião ministerial de 22 de abril de 2020 na qual, aquele que senta no Planalto, afirmou que era necessário armar a população para “impedir uma ditadura no país”. Nessa reunião exigiu que o então ministro da Justiça, ex-juiz Sérgio Moro e o ministro da Defesa, General Azevedo e Silva, tomassem providências nesse sentido. “Eu quero todo mundo armado! Que o povo armado jamais será escravizado.”
Daniel Pereira Santos, comerciante de 24 anos, cuja família tem um supermercado em Itapema, cidade situada no litoral do norte de Santa Catarina, foi morto a tiros, no dia 22 de março, por um cliente. Motivo: ter se negado a atender três pessoas, entre as quais o assassino. Estes queriam entrar no supermercado sem máscara de proteção. O rapaz pediu também que se retirassem da porta do estabelecimento pois estavam provocando uma aglomeração. O caso ainda está sendo investigado para que se chegue à autoria.
Bolsonaro, com sua boçalidade, seu negacionismo científico e ético, sua amoralidade cada vez mais vicejante, está disseminando pelo país, de forma consciente e deliberada, armamento para quem, como ele, sofre de uma deficiência que só se satisfaz através das armas.
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