quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Além de canalha, é mentiroso!

 

‘Moro parece não compreender’, diz jornalista apontando mentiras em livro

01/12/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
‘Moro parece não compreender’, diz jornalista apontando mentiras em livro

 O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e atual candidato à Presidência da República, Sergio Moro, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, nos tempos de sua gestão na pasta | Foto: Agência Brasil/C. Antunes


PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO

Suspeição e parcialidade passam longe do texto daquele que interferiu diretamente nas eleições ao tirar LULA do páreo, permitindo a eleição de Bolsonaro. “Trata o assunto como teoria da conspiração“, escreve Thiago Herdy sobre o “livro de memórias” do ex-juiz, “Contra o Sistema da Corrupção”, a ser lançado amanhã

De acordo com o jornalista Thiago Herdy, do UOL, o ex-juiz declarado incompetente, junto com sua 13ª vara de Curitiba, para julgar o ex-presidente LULA, “parece não compreender” sua condição de suspeição e parcialidade. Ainda que não tenha usado tais palavras, foi isso o que Herdy quis dizer ao se referir ao “livro de memórias” de Sergio Moro, “Contra o Sistema da Corrupção“, a ser lançado amanhã (2/11). O jornalista escreveu: “O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro parece não compreender direito a crítica que recebe pelo fato de ter se tornado ministro de um candidato beneficiado indiretamente pelas ações que ele empreendeu como juiz da Lava Jato“.

Moro trata o assunto como teoria da conspiração. Diz que não conhecia Jair Bolsonaro quando condenou Lula e o tirou do páreo eleitoral em 2017. Menciona até que tinha viagem marcada para o exterior em janeiro de 2019, portanto, não imaginava tomar posse em cargo público naquele mês“, revela Herdy, após leitura.

Ele repete por diversas vezes algo que parece ser verdade: decidiu entrar no governo para lutar por políticas públicas anticorrupção mais consistentes. Mas a questão que se coloca é: até que ponto uma visão ideológica mais à direita interferiu em seus gestos como juiz que investigava ações de dirigentes de um governo de centro-esquerda?”, questiona o jornalista.

” (…) Até aceitar assumir um cargo no governo federal, pouco se sabia sobre a visão de mundo de Sergio Moro, muito fechado em sua intimidade e cerimonioso nas relações. Ao aceitar o convite e permanecer por tanto tempo em um governo peculiar como o de Jair Bolsonaro, ele expôs um pouco mais de seu lugar no mundo“, escreve.

O jornalista mostra ainda, sobre os escritos do ex-ministro, que “na noite da eleição do ex-capitão, Moro, na época apenas um juiz, telefonou ao novo presidente. “Eu havia obtido o número do telefone dele e ligamos, eu e minha esposa, para cumprimentá-lo. Foi uma conversa rápida, até porque ele estava no meio das comemorações da vitória”.

“Nas entrelinhas de seu livro de memórias, o ex-ministro demonstra desapreço por Lula e seu Partido dos Trabalhadores, procedimento não reservado a outros políticos que bebiam da mesma água revelada pela Lava Jato, em especial do PSDB“, escreve Herdy, em demonstração da parcialidade do autor do livro.

O jornalista aponta também que a perseguição a LULA continua no livro ao revelar que, na peça, “declarações do ex-presidente são trazidas com leve ironia; manifestações em seu favor, ridicularizadas. Há destaque para petistas na lista da Odebrecht, mesmo que ela abrigasse gente de todas as cores”.

Herdy também aponta uma mentira de Moro, no livro, quando o ex-juiz sugere “que a divulgação de um anexo da colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci em 1º de outubro de 2018, na última semana antes do 1º turno, não tenha interferido na disputa presidencial. Ele diz que era preciso dar à defesa dos outros acusados a chance de se posicionarem em relação ao documento“.

Não é verdade. A ação já estava praticamente instruída, em fase de alegações finais, ou seja, novos elementos não poderiam ser trazidos e utilizados nesta fase por qualquer uma das partes, quando não haveria mais espaço para o contraditório“, corrige o jornalista. “Moro sabia que o documento era inédito e sabia como atuava a imprensa diante de documentos inéditos”.

Na semana anterior à divulgação do depoimento, Haddad pulara de 17% para 22% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro estacionara em 28%, segundo o Datafolha. O segundo turno já estava desenhado. Não dá pra saber ao certo se o juiz fala sério ao apresentar um terceiro argumento”, escreve Herdy no portal e transcrevendo, em seguida, o trecho escrito por Moro, a que se referiu:

“O candidato do PT a Presidência era Fernando Haddad e não Lula, e o nome do primeiro não era sequer mencionado no depoimento”.

O jornalista trata como “ficção” um testemunho de Moro “sobre a tarde de 16 de março de 2016, data em que ele atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e levantou o sigilo do áudio em que Dilma Rousseff (PT) conversa com Lula sobre medida adotada por ela para evitar sua prisão“. A seguir, Herdy transcreve o trecho:

“Eu tinha noção de que a divulgação dos diálogos do ex-presidente Lula traria forte repercussão, mas, honestamente, não imaginei que gerasse tanta controvérsia. No fim da tarde daquele dia 16, ao chegar em casa, peguei meu filho, ainda pequeno, e fui ao clube com ele para nos distrairmos. Nem acompanhei os noticiários”.

Quem esteve com Moro naquela noite sabe que a última frase deste registro é ficção”, pontua categoricamente o jornalista.

O ex-presidente LULA domina todas as pesquisas de intenção de voto para o pleito de 2022 e vence todos os candidatos no segundo turno.

Ainda que Sergio Moro esteja correndo contra o tempo, os dados dos levantamentos dos institutos mostram que o ex-ministro pode, no máximo, trocar de posição com Bolsonaro e assumir o segundo lugar, o que não altera o percentual que mantem LULA como favorito.

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