Eduardo e Aécio se unem na CPI e Dilma cai no Ibope
Manchete do nosso portal R7 na manhã desta quinta-feira:
"Desemprego atinge menor índice de fevereiro desde 2002"
Manchete da Folha:
"Oposição consegue apoio para criar CPI da Petrobras"
Quem lê as duas manchetes acima pode me perguntar o que uma tem a ver com outra. É simples: no mesmo dia em que o desemprego atinge seus índices mais baixos, a oposição consegue aprovar a CPI da Petrobras, com a ajuda de senadores da base aliada, única forma encontrada para desconstruir a imagem positiva do governo Dilma.
A aliança de Aécio Neves com Eduardo Campos para criar a CPI da maior estatal brasileira em pleno ano eleitoral já trouxe seus primeiros resultados. Após uma semana de bombardeio da mídia denunciando a estranhíssima compra da refinaria de Pasadena, entre outros malfeitos na administração da Petrobras, procurando envolver a presidente Dilma nos negócios mal explicados, já provocaram seus primeiros efeitos na pesquisa Ibope feita para a CNI e divulgada agora há pouco.
A aprovação do governo caiu sete pontos (de 43% para 36%), a aprovação à maneira de Dilma governar foi de 56% para 51% e o índice de confiança na presidente perdeu quatro pontos (de 52% para 48%).
E isso pode ser só o começo, pois a CPI do Senado ainda não foi instalada e talvez nem seja, pois sempre existe a possibilidade de retirada das assinaturas até que a proposta tenha sido lida em plenário pelo presidente Renan Calheiros, que parece não ter muita pressa.
Até o final da semana, Eduardo Campos e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, principal mentor de Aécio, eram contrários à criação da CPI, mas mudaram de ideia ao ver neste instrumento a melhor maneira de acuar o governo Dilma e abalar seus índices positivos em todas as pesquisas até aqui.
O apoio do PSB de Campos acabou sendo decisivo para a coleta de 28 assinaturas, uma a mais do que o mínimo necessário para a instalação de uma CPI no Senado. Como Aécio havia tomado a iniciativa de investigar a Petrobras no Congresso Nacional, Campos corria o risco de ficar a reboque na disputa para ver qual dos dois é mais oposição ao governo na luta por uma vaga no segundo turno.
Confesso que não é nada fácil escrever uma coluna política neste ambiente de fortes emoções em que o quadro se altera a cada dia. Após comemorar a vitória na aprovação do Marco Civil da Internet, a articulação política do governo simplesmente desapareceu e a oposição acabou conseguindo a adesão de oito senadores da base aliada que, novamente, se mostrou mais furada do que um queijo suíço.
Mal conseguiu controlar os rebeldes de Eduardo Cunha na Câmara, o governo agora vai ter que recompor sua base no Senado, em que cinco partidos (PMDB, PSC, PSD, PDT e PP) ajudaram a oposição a conseguir o número mínimo de assinaturas. Tirar alguma delas agora não será tarefa fácil e não sairá barato, como sabemos.
Vou parando por aqui, antes que surja algum outro fato novo, porque está na hora de ir para a fisioterapia, a tortura diária que enfrento há dois meses, enquanto os embates e atropelos de Brasília não me dão um dia de folga.
Diante disso, abstenho-me de fazer qualquer previsão sobre o que pode acontecer nas próximas 24 horas. Se nem o governo, a esta altura, sabe o que ainda vem por aí, como é que eu vou saber?
"Desemprego atinge menor índice de fevereiro desde 2002"
Manchete da Folha:
"Oposição consegue apoio para criar CPI da Petrobras"
Quem lê as duas manchetes acima pode me perguntar o que uma tem a ver com outra. É simples: no mesmo dia em que o desemprego atinge seus índices mais baixos, a oposição consegue aprovar a CPI da Petrobras, com a ajuda de senadores da base aliada, única forma encontrada para desconstruir a imagem positiva do governo Dilma.
A aliança de Aécio Neves com Eduardo Campos para criar a CPI da maior estatal brasileira em pleno ano eleitoral já trouxe seus primeiros resultados. Após uma semana de bombardeio da mídia denunciando a estranhíssima compra da refinaria de Pasadena, entre outros malfeitos na administração da Petrobras, procurando envolver a presidente Dilma nos negócios mal explicados, já provocaram seus primeiros efeitos na pesquisa Ibope feita para a CNI e divulgada agora há pouco.
A aprovação do governo caiu sete pontos (de 43% para 36%), a aprovação à maneira de Dilma governar foi de 56% para 51% e o índice de confiança na presidente perdeu quatro pontos (de 52% para 48%).
E isso pode ser só o começo, pois a CPI do Senado ainda não foi instalada e talvez nem seja, pois sempre existe a possibilidade de retirada das assinaturas até que a proposta tenha sido lida em plenário pelo presidente Renan Calheiros, que parece não ter muita pressa.
Até o final da semana, Eduardo Campos e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, principal mentor de Aécio, eram contrários à criação da CPI, mas mudaram de ideia ao ver neste instrumento a melhor maneira de acuar o governo Dilma e abalar seus índices positivos em todas as pesquisas até aqui.
O apoio do PSB de Campos acabou sendo decisivo para a coleta de 28 assinaturas, uma a mais do que o mínimo necessário para a instalação de uma CPI no Senado. Como Aécio havia tomado a iniciativa de investigar a Petrobras no Congresso Nacional, Campos corria o risco de ficar a reboque na disputa para ver qual dos dois é mais oposição ao governo na luta por uma vaga no segundo turno.
Confesso que não é nada fácil escrever uma coluna política neste ambiente de fortes emoções em que o quadro se altera a cada dia. Após comemorar a vitória na aprovação do Marco Civil da Internet, a articulação política do governo simplesmente desapareceu e a oposição acabou conseguindo a adesão de oito senadores da base aliada que, novamente, se mostrou mais furada do que um queijo suíço.
Mal conseguiu controlar os rebeldes de Eduardo Cunha na Câmara, o governo agora vai ter que recompor sua base no Senado, em que cinco partidos (PMDB, PSC, PSD, PDT e PP) ajudaram a oposição a conseguir o número mínimo de assinaturas. Tirar alguma delas agora não será tarefa fácil e não sairá barato, como sabemos.
Vou parando por aqui, antes que surja algum outro fato novo, porque está na hora de ir para a fisioterapia, a tortura diária que enfrento há dois meses, enquanto os embates e atropelos de Brasília não me dão um dia de folga.
Diante disso, abstenho-me de fazer qualquer previsão sobre o que pode acontecer nas próximas 24 horas. Se nem o governo, a esta altura, sabe o que ainda vem por aí, como é que eu vou saber?
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