O FHC de sempre, a favor da CPI da qual era contra

No final de seu governo, Fernando Henrique Cardoso leu uma biografia de Franklin Delano Rooseevelt e identificou pontos em comum entre eles: o que ele falava quase nunca era o que ele queria fazer.
Para ficar igual a Roosevelt só falou o detalhe menor: promover uma New Deal brasileira.
Lembra um pouco a conversa entre o então MInistro Marcílio Marques Moreira e o ex-embaixador Walter Moreira Salles para quem ele havia trabalhado:
-- Embaixador, tivemos uma carreira semelhante: fomos embaixadores nos Estados Unidos e, depois, Ministro da Fazenda.
E o dr. Walther:
-- É mesmo, Marcílio. Só falta agora você fundar um banco.


Do Estadão



Após se manifestar favorável à comissão parlamentar para apurar contratos da estatal, ex-presidente contradiz argumento utilizado por ele na semana passada.
 
Luciana Nunes Leal - Agência Estado

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a instalação de uma CPI para investigar contratos da Petrobrás nesta segunda-feira, 24. "Pensei que fosse mais simples e é mais complexo. Não acho que qualquer CPI seja para partidarizar", afirmou em entrevista depois de proferir aula inaugural de sociologia na PUC-Rio. Questionado se a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobrás, põe em xeque a imagem da presidente Dilma Rousseff como gestora, ele respondeu que "o PAC já basta para arranhar a imagem da presidente como gestora".

 
Na semana passada, dois dias após o Estado revelar que Dilma deu aval à compra da polêmica refinaria, o ex-presidente disse que não era um momento propício para abertura da CPI e que o caso já estava sendo investigado por outras autoridades. "Acho que o momento eleitoral não é o mais propício. Não sou favorável a partidarizar", disse o ex-presidente na época. Mas nesse domingo, 23, ele divulgou nota afirmando ser favorável à apuração do episódio pelo Congresso e disse ainda que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, deve conduzir o tema em nome do partido.
 
Além de FHC, o atual e o ex-governador de São Paulo, respectivamente Geraldo Alckmin e José Serra, também se manifestaram contra a instalação da comissão na semana passada. A mudança de posicionamento de FHC ocorre após o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, entrar em contato com os líderes do partido. Aécio é um dos principais articuladores da CPI no Congresso.
 
Energia. Fernando Henrique também aproveitou para atacar os problemas no setor energético do País e disse que, diante dos baixos níveis de água nos reservatórios e da possibilidade de falta de energia, o governo faça um apelo à população para que economize eletricidade. "Quando foi feito o racionamento, no meu governo, a população atendeu. O que custa pedir que todo mundo economize agora?". . O ex-presidente lembrou ainda o racionamento ocorrido durante seu governo: "Levei muito pau por causa do apagão, mas naquele tempo não tinha rede interligada nem termelétrica", justificou.