Política Nacional de Participação Social resgata o PT, democratiza o Brasil e enquadra os golpistas
Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
A
alta burguesia brasileira e seu tentáculo mais feroz e reacionário,
representado pela imprensa empresarial, mostraram-se, no dia 23 de maio,
inconformadas, pois furiosas, deveras, com a assinatura do Decreto
Presidencial nº 8.243, por parte da presidenta trabalhista, Dilma
Rousseff, política que recentemente derrotou o candidato conservador, o
tucano Aécio Neves, e, com efeito, vai governar o Brasil até janeiro de
2019.
O
histerismo em forma de “protesto” calculado e oportunista da direita
midiática, logo repercutido no Congresso Nacional pelos seus cúmplices
ideológicos manipuladores de suas notícias facciosas quando, não,
mentirosas, é resultado do total desprezo que a burguesia sente pela
opinião do povo brasileiro, porque historicamente sempre lutou contra o
desenvolvimento do Brasil, porque compartilha, há séculos, dos
interesses dos países que controlam o sistema de capitais em termos
mundiais.
O
documento assinado pela mandatária petista institui o Sistema Nacional
de Participação Social (SNPS) e a Política Nacional de Participação
Social (PNPS). A efetivação do decreto vai permitir um grande avanço
para a civilização brasileira, pois democratiza ainda mais a sociedade,
além de resgatar a história do Partido dos Trabalhadores que, no
primeiro Governo Dilma, afastou-se dos movimentos sociais, dos
sindicatos e do próprio PT, realidade esta que não ocorreu no Governo
popular e democrático de Lula.
Dilma
se dedicou, com maior ênfase, em tocar as obras de infraestrutura,
manter e expandir os programas de inclusão social e principalmente
tratar de questões econômicas e fiscais, a exemplo de superávit
primário, controle de inflação e câmbio flutuante, o famoso tripé tão a
afeição dos interesses dos governantes, que pode também se tornar um
tiro no pé, se tal trio for efetivado somente para atender às demandas
do grande empresariado e dos banqueiros, que têm como porta-vozes os
oligopólios privados de comunicação, absurdamente controlados no Brasil
por meia dúzia de famílias bilionárias e integrantes da plutocracia.
A
classe abastada que se incomoda com os impostos e cria o “impostômetro”
em São Paulo (só poderia ser lá), mas não se importa em também criar o
“sonegômetro”, a fim de mostrar e denunciar a sonegação — a sangria, e,
posteriormente, repercuti-la para o povo desta Nação altaneira, conforme
os nossos hinos, saber o quanto as “elites” brasileiras, tão cônscias
das “boas intenções” e mascaradas em suas honras roubam do Brasil, por
intermédio de remessas de lucros maquiadas, da sonegação de impostos e
do confisco ilegal do patrimônio estatal, a começar pela utilização
patrimonialista das instituições, órgãos e autarquias do Estado nacional
e da grilagem de terras públicas.
Realidades
essas inerentes ou peculiares às ações daqueles que controlam os
inúmeros mercados e atividades financeiras e querem o Estado subjugado
aos seus interesses. De acordo com a Receita Federal, os brasileiros
ricos têm depositado em paraísos fiscais, além de patrimônios móveis e
imóveis, a quantia estratosférica de R$ 1 trilhão. Ou seja, um terço do
PIB brasileiro, e essa gente ainda têm a desfaçatez de reclamar da vida,
além de sempre estar disposta a desestabilizar os governantes que não
conjugam com suas ideias, pensamentos e propósitos. Os magnatas
brasileiros são a quarta maior fortuna do planeta criminosamente
escondida em paraísos fiscais.
Depois
reclamam, por intermédio da imprensa familiar e sonegadora, do
crescimento econômico do Brasil e caem do pau no Governo petista. Um
berreiro calculado, hipócrita e de fundo arrivista, porque reage com
cólera à redução dos gastos com os juros da dívida pública, fato este
que deixa nu o mercado financeiro e os magnatas bilionários de todas as
mídias cruzada, pois, irrefragavelmente, a decisão de Dilma Rousseff
recalcula o superávit primário e revela, indelevelmente, que a imprensa
alienígena e de negócios privados não tem quaisquer compromissos com o
Brasil e seu povo, mas, evidentemente, com os rentistas e o sistema
financeiro.
Em
contraponto aos desejos e interesses do País, a mídia radical e de
direita se mostra endiabrada e barulhenta quando se trata de defender
medidas que prejudicam a maioria da população, a exemplo de pregar,
sistematicamente, preceitos econômicos impopulares e socialmente
perversos, que, sem sombra de dúvida, levam à diminuição dos
investimentos em infraestrutura e programas sociais, bem como chancelam o
desemprego, o arrocho salarial e os cortes, no que concerne às
aplicações orçamentárias em educação, segurança, saúde e moradia,
pilares de qualquer sociedade que deseje ser humana, democrática e
civilizada.
Eis
o retrato 3 x 4 da Casa Grande, cujos inquilinos são adeptos do
patrimonialismo e fazem da corrupção seus autos de fé, a exemplo dos
bilionários e de seus executivos, que ora se encontram presos na Polícia
Federal por terem roubado a Petrobras, ou seja, o contribuinte
brasileiro. Por causa disto, a burguesia e os controladores de suas
mídias cruzadas e monopolizadas distorcem os fatos, as verdades, os
acontecimentos e passam a denominar de corrupto um Governo que investiga
e manda prender, porque, na verdade, as castas elitizadas querem a
União em suas mãos e, por seu turno, dar sequência à sua história de
espoliação e exploração sobre as camadas sociais mais simples e com
menos poder de barganha para defender e negociar seus interesses.
São
essas as causas do desespero e do ódio dos ricos e dos muito ricos, que
têm o apoio de coxinhas de classe média, instruídos e formados em
universidades, mas incrivelmente conservadores e rancorosos, porque
muitos deles deixam evidentes seus inconformismos e revoltas com a
ascensão social e econômica dos negros, dos índios, dos pobres, dos
nordestinos e dos nortistas, conforme se verifica, inquestionavelmente,
nas redes sociais.
Esse
povo pequeno burguês, empregado dos donos dos meios de produção,
transformou-se no lúmpen das camadas sociais mais altas, e, ignorante
sobre seu próprio papel na sociedade, até porque a pequena burguesia não
é considerada classe, alia-se ao que existe de pior em todas as
sociedades e civilizações: a exploração simples e pura do homem sobre o
homem, com a permissividade dos governos, que se tornam cúmplices da
Casa Grande, bem como luta, diuturnamente, para eleger o mandatário que
vai atender seus negócios e manter, a ferro e fogo, os muros visíveis e
invisíveis do apartheid social e racial, que acontece em todos os
países, sejam eles desenvolvidos ou não.
O
coxinhas são cúmplices da miséria humana e da violência nas cidades, e a
maioria tem consciência política e razão social sobre essas questões.
Eles não são ingênuos e nem ignoram os fatos, mas abraçam,
voluntariamente, os valores e os princípios da Casa Grande, a maior
culpada pelos conflitos sociais e guerras entre os países.
Repercutem
e defendem os interesses do establishment e, consequentemente, compram
gato por lebre, porque a alta sociedade — o high society — nunca vai
franquear seus salões, porque jamais vai abrir as portas a quem lhe
serve como subalterno. No máximo a classe média tradicional vai ser sua
empregada um pouco melhor remunerada e consumidora dos produtos e
serviços vendidos pelo empresariado. Ponto.
Como
fazer o povo brasileiro sair da condição de apenas eleitor de uma
democracia representativa, burguesa e tão subalterna aos interesses de
grupos econômicos que se aboletaram no Congresso Nacional? Porque se
trata de representantes eleitos pelo capital, em suas diferentes faces,
sendo que grande parte dos parlamentares atuam e agem para defender os
interesses de seus trustes diversificados em categorias empresariais
urbanas e rurais.
Como
dar voz e poder de decisão ao povo? Respondo: por intermédio de
plebiscitos e referendos, sendo que o plebiscito é mais abrangente,
porque o povo vota diretamente sobre determinado assunto, a exemplo da
reforma política, que a burguesia e a imprensa corporativa não querem
que seja aprovada, pois são contrárias ao fim do financiamento privado
aos partidos, que precisam de dinheiro para arcar com as despesas
provenientes das eleições, o que os levam a criar os caixas dois e, por
conseguinte, à corrupção. Sem dinheiro, não há eleição; e, sem eleição,
não se elege candidato algum. É como a história do ovo e da galinha...
Pois
é, meus camaradas, mas rapidamente repercuto esta pergunta: “O leitor
compreendeu o porquê de o capital financeiro, os capitães da indústria,
os empresários do agronegócio, os políticos conservadores do consórcio
PSDB-DEM-PPS-PSB e, principalmente, os magnatas bilionários de imprensa
se mostrarem, furiosamente, contra a instituição do Sistema Nacional de
Participação Social (SNPS) e a Política Nacional de Participação Social
(PNPS), bem como contrários aos referendos e plebiscitos?
É
que essa gente preconceituosa, elitista, sectária e inquilina da Casa
Grande, que trata o Brasil como um clube prive, não quer, nunca quis e,
se puder, jamais ouvirá a opinião do povo. Por isso que os afortunados
criam situações que propiciam a manipulação, a distorção das notícias e
das informações, de maneira seletiva, e, geralmente, retiradas de um
contexto mais amplo e, portanto, explicativo a quem não participa dos
bastidores da luta política, como é o caso da maioria do povo
brasileiro.
A
imprensa de histórico politicamente golpista e aliada dos trustes
internacionais desinforma propositalmente e, se possível, mente. Não
interessa a ela elaborar o verdadeiro jornalismo, que tem regras, como,
por exemplo, ouvir os dois lados para se chegar a alguma verdade sobre
os fatos, que se baseiam em versões. Não; de forma alguma. Os magnatas
bilionários de imprensa e seus coiotes de confiança aboletados nas
redações se dedicam a fazer política, uma política rasteira,
convenhamos, pois não oficial, mas oficiosa. Essa gente simplesmente não
quer o desenvolvimento do Brasil e a emancipação do povo brasileiro.
A
imprensa burguesa odeia a democracia e quando verifica a ascensão
social das camadas populares, trata logo de combater aqueles que
propiciaram tal processo, no caso, obviamente, os governos populares e
trabalhistas de Lula e Dilma, alvos de suas cóleras e de seus
preconceitos e intolerâncias raciais, de classe, de origem, de sexo e,
até mesmo, religião. “A burguesia fede; a burguesia quer ficar rica;
enquanto houver burguesia, não haverá alegria”, já dizia Cazuza, nascido
em “berço esplêndido”, mas, com efeito e por isto mesmo, sabia o que
estava a falar.
O
PT tem a obrigação de resgatar suas lutas históricas e a presidenta
Dilma Rousseff tem de voltar seus olhos para a militância, os movimentos
sociais, os sindicatos e a todos aqueles que votaram em sua pessoa e a
reconduziram à cadeira da Presidência da República. O PT tem de
enfrentar a oposição de direita e contrária aos interesses do Brasil em
todos os terrenos, seja aonde for, pois o povo brasileiro elegeu a
mandatária para governar e, consequentemente, determinar e definir o que
deve ser feito em benefício de todos os brasileiros, inclusive os que
não votaram na candidatura petista.
Urge
a aprovação de um plebiscito para a reforma política, bem como deve
haver mais celeridade para se efetivar, com a aprovação do Congresso
Nacional, o marco regulatório para as mídias — a Lei dos Meios. A
presidenta trabalhista também deveria, sobretudo, exigir da Secretaria
de Comunicação (Secom), da Presidência da República, que dissemine nos
veículos de comunicação, inclusive os privados, as obras do governo, as
prontas e as que estão em andamento, bem como repercuta os avanços
conquistados por meio de programas sociais e educacionais, além dos que
propiciam as pessoas se transformarem em pequenas empreendedoras.
A
Secom tem de entender que a imprensa familiar e politicamente golpista
não pode jamais falar sozinha, porque ela sabota a realidade e boicota a
verdade. Do contrário, os mandatários trabalhistas apenas terão a
oportunidade de se reportar ao povo de quatro em quatro anos, quando tem
acesso aos meios de comunicação por força da propaganda eleitoral.
Além
disso, torna-se necessário ao Governo Federal fortalecer seu sistema
midiático, e, para isso, tem de aumentar seu orçamento, realizar
concurso e fazer com que a mídia governamental seja disseminada em todo o
País, com a ampliação de canais em estados da Federação e regiões que
não têm acesso às informações e notícias do que é realizado pelo
Governo.
Cadê a Secom? Qual é seu papel? Pelo que vejo é o de apenas empregar pessoas e se ocupar com seu status. A Secom é inoperante. A Política Nacional de Participação Social resgata a história do PT, democratiza o Brasil e enquadra os golpistas, porque dá voz ao povo e o poder de determinar seu destino. É isso aí.
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