Ricardo Semler e a “santa hipocrisia” de FHC
Um artigo do empresário tucano Ricardo Semler publicado hoje na Folha repercute intensamente nas redes sociais.
Semler recrimina a “santa hipocrisia” com que tantos comentam o caso Petrobras.
Para ele, o que ocorrendo agora é motivo de celebração – nomear e punir empresas e executivos que há décadas corrompem, impunemente, a política nacional.
Semler refere-se com desgosto aos “envergonhados”, que fingem que os problemas da Petrobras só aconteceram depois que o PT chegou ao poder.
Ele não citou, mas ficou claro que ele falava de FHC, que afirmou sentir vergonha ao ver o que se passa na Petrobras.
Vergonha é uma pessoa dizer que sente vergonha de algo de que ela mesma se beneficiou. A este tipo de coisa, indignação simulada, você dá o nome de demagogia.
FHC, que começou tão bem na política, como um renovador de esquerda depois da ditadura, vai encerrando sua carreira como um demagogo, um hipócrita, um mistificador.
Que os petistas o detestem, é previsível: os anos trouxeram uma rivalidade destrutiva entre FHC e Lula.
Mas quando tucanos como Semler não seguram a irritação é porque algum limite foi rompido.
FHC virou uma paródia de si mesmo.
Ele parece ter perdido a noção das coisas. Poucos dias atrás, ele disse que não falava dos “amigos” quando lhe pediram uma palavra sobre a mídia.
FHC insultou, involuntariamente, a si próprio e aos “amigos”.
Um dos maiores editores de todos os tempos, se não o maior, o americano Joseph Pulitzer, dizia que a regra número 1 do jornalista é não ter amigos.
Não porque o bom jornalista deva ser misantropo, mas porque amizades interferem na maneira como você pratica o jornalismo.
O jornalista que tem amigos vai tratar de protegê-los.
Para que você tenha uma ideia da importância do mandamento de Pulitzer, foi exatamente graças aos “amigos” que FHC escapou incólume no escândalo da compra de votos no Congresso para a emenda da sua reeleição, no final da década de 1990.
A imprensa engavetou o assunto, e poupou o “amigo”.
A que preço? Publicidade governamental portentosa, financiamentos em bancos públicos a juros maternais, compras maciças de livros das empresas jornalísticas, vistas grossas para malandragens fiscais – tudo aquilo, enfim, que foi dar nas imensas fortunas pessoais dos donos da mídia.
Os “amigos” também jamais questionaram decisões nepotistas como a de entregar a estratégica Agência Nacional de Petróleo a seu genro, demitido tão logo acabou o casamento.
O papel de FHC na história foi-se apequenando miseravelmente.
Mesmo a estabilização – a todo momento citada por seguidores como sua grande contribuição ao país – é questionada em sua paternidade. Qual o papel de Itamar Franco no Plano Real? É tão insignificante quanto afirma FHC, ou houve uma usurpação de autoria aí?
A inflação, já que falamos nela, acabou quando a sociedade decidiu que já não a suportava mais. O resto foi consequência desse despertar.
O que aconteceu com a inflação parece estar prestes a ocorrer com FHC, como sugere a manifestação de Ricardo Semler.
Ninguém aguenta mais.
Semler recrimina a “santa hipocrisia” com que tantos comentam o caso Petrobras.
Para ele, o que ocorrendo agora é motivo de celebração – nomear e punir empresas e executivos que há décadas corrompem, impunemente, a política nacional.
Semler refere-se com desgosto aos “envergonhados”, que fingem que os problemas da Petrobras só aconteceram depois que o PT chegou ao poder.
Ele não citou, mas ficou claro que ele falava de FHC, que afirmou sentir vergonha ao ver o que se passa na Petrobras.
Vergonha é uma pessoa dizer que sente vergonha de algo de que ela mesma se beneficiou. A este tipo de coisa, indignação simulada, você dá o nome de demagogia.
FHC, que começou tão bem na política, como um renovador de esquerda depois da ditadura, vai encerrando sua carreira como um demagogo, um hipócrita, um mistificador.
Que os petistas o detestem, é previsível: os anos trouxeram uma rivalidade destrutiva entre FHC e Lula.
Mas quando tucanos como Semler não seguram a irritação é porque algum limite foi rompido.
FHC virou uma paródia de si mesmo.
Ele parece ter perdido a noção das coisas. Poucos dias atrás, ele disse que não falava dos “amigos” quando lhe pediram uma palavra sobre a mídia.
FHC insultou, involuntariamente, a si próprio e aos “amigos”.
Um dos maiores editores de todos os tempos, se não o maior, o americano Joseph Pulitzer, dizia que a regra número 1 do jornalista é não ter amigos.
Não porque o bom jornalista deva ser misantropo, mas porque amizades interferem na maneira como você pratica o jornalismo.
O jornalista que tem amigos vai tratar de protegê-los.
Para que você tenha uma ideia da importância do mandamento de Pulitzer, foi exatamente graças aos “amigos” que FHC escapou incólume no escândalo da compra de votos no Congresso para a emenda da sua reeleição, no final da década de 1990.
A imprensa engavetou o assunto, e poupou o “amigo”.
A que preço? Publicidade governamental portentosa, financiamentos em bancos públicos a juros maternais, compras maciças de livros das empresas jornalísticas, vistas grossas para malandragens fiscais – tudo aquilo, enfim, que foi dar nas imensas fortunas pessoais dos donos da mídia.
Os “amigos” também jamais questionaram decisões nepotistas como a de entregar a estratégica Agência Nacional de Petróleo a seu genro, demitido tão logo acabou o casamento.
O papel de FHC na história foi-se apequenando miseravelmente.
Mesmo a estabilização – a todo momento citada por seguidores como sua grande contribuição ao país – é questionada em sua paternidade. Qual o papel de Itamar Franco no Plano Real? É tão insignificante quanto afirma FHC, ou houve uma usurpação de autoria aí?
A inflação, já que falamos nela, acabou quando a sociedade decidiu que já não a suportava mais. O resto foi consequência desse despertar.
O que aconteceu com a inflação parece estar prestes a ocorrer com FHC, como sugere a manifestação de Ricardo Semler.
Ninguém aguenta mais.
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