Europa começa a acreditar em nova esquerda
Colunista do “Financial Times” admite: Podemos e Syriza têm
melhor proposta para crise financeira. Sondagens demonstram que dois
partidos podem governar
No Esquerda.net
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Wolfgang Münchau, um dos mais importantes colunistas do Financial Times, escreveu
na edição de 23/11 do jornal que é a esquerda radical que tem razão em
relação à dívida europeia. Para quem partilha a opinião, que ele
considera consensual, de que a Europa precisa de mais investimento
público e de reestruturar sua dívida, a única opção que se lhe apresenta
é apoiar o Die Linke na Alemanha, o Syriza na Grécia e o Podemos em
Espanha.
“Você pode não se considerar um apoiador da esquerda radical. Mas se vive na eurozona e apoia estas políticas, essa seria a única escolha”, escreveu Munchau.
Dos “partidos radicais que emergiram recentemente na Europa”, Münchau destaca o Podemos: “Pelo que li até agora, pode ser aquele que mais se aproxima, de todos os da eurozona, de apresentar uma abordagem consistente da gestão econômica pós-crise.”
O colunista cita Nacho Álvarez e a sua defesa da redução da dívida, combinando renegociação das taxas de juros, ampliação de prazos, redução do valor (haircut). Em relação ao euro, Álvarez não defende sair da moeda, mas afirma que não insistirá na permanência a qualquer custo. Para Münchau, esta parece uma “posição equilibrada”. Mas na Espanha, observa, “o establishment teme que esta agenda irá converter o país numa versão europeia da Venezuela”.
Para Münchau, “é uma grande tragédia o fato de serem os partidos da extrema-esquerda os únicos a apoiar políticas como a reestruturação da dívida. A subida do Podemos mostra a procura de uma política alternativa. Se os partidos estabelecidos não mudarem de posição, deixarão um grande espaço para o apoio ao Podemos e ao Syriza”.
“Você pode não se considerar um apoiador da esquerda radical. Mas se vive na eurozona e apoia estas políticas, essa seria a única escolha”, escreveu Munchau.
Elogio ao Podemos
Irónico, o colunista afirma que os partidos social-democratas podem
defender esta política quando estão na oposição, mas “logo que chegam ao
governo sentem a necessidade de se tornar respeitáveis”.Dos “partidos radicais que emergiram recentemente na Europa”, Münchau destaca o Podemos: “Pelo que li até agora, pode ser aquele que mais se aproxima, de todos os da eurozona, de apresentar uma abordagem consistente da gestão econômica pós-crise.”
O colunista cita Nacho Álvarez e a sua defesa da redução da dívida, combinando renegociação das taxas de juros, ampliação de prazos, redução do valor (haircut). Em relação ao euro, Álvarez não defende sair da moeda, mas afirma que não insistirá na permanência a qualquer custo. Para Münchau, esta parece uma “posição equilibrada”. Mas na Espanha, observa, “o establishment teme que esta agenda irá converter o país numa versão europeia da Venezuela”.
“Nada há de controverso na afirmação de que a dívida é insustentável”
Pelo contrário, afirma o colunista do conservador diário econômico:
“Nada há de controverso na afirmação de que a dívida é insustentável e
tem de ser reestruturada. Ou de que se o euro for trazer décadas de
sofrimento, é perfeitamente legítimo questionar as políticas e
instituições da eurozona”.Para Münchau, “é uma grande tragédia o fato de serem os partidos da extrema-esquerda os únicos a apoiar políticas como a reestruturação da dívida. A subida do Podemos mostra a procura de uma política alternativa. Se os partidos estabelecidos não mudarem de posição, deixarão um grande espaço para o apoio ao Podemos e ao Syriza”.
Sondagens dão vitória a Syriza e Podemos
No dia seguinte à publicação desta opinião do colunista do FT, as
sondagens vieram confirmá-lo. Na Grécia, o Siryza aparece em 1º lugar,
com 38,5%, com 11,5 pontos à frente da Nova Democracia. A manter-se este
resultado, e de acordo com as leis eleitorais da Grécia, o partido
liderado por Alexis Tsipras teria maioria absoluta garantida no
Parlamento. Na Espanha, o Podemos surge em 1º lugar, com 28,3%, seguido
do PP com 26,3% e do PSOE com 20,1%.
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