PF diz agora não ver evidência de participação de diretor da Petrobras em propina
A Polícia Federal (PF) admitiu em nota oficial que cometeu “erro” ao citar o nome do atual diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, nos interrogatórios feitos em Curitiba a presos da Operação Lava Jato, que apura denúncias relativas a Petrobras. Agora como é que fica? A mídia já levou a informação para suas manchetes, os jornais para as primeiras páginas…
“Não há, até o momento, nos autos, qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras”, disse a PF no desmentido. Em algumas partes divulgadas dos interrogatórios, constou o nome do Cosenza como beneficiário de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras.
O desmentido da PF foi dado em resposta a um questionamento da Justiça Federal do Paraná. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na 1ª instância, determinou que a PF esclarecesse se há prova concreta do envolvimento, como divulgado, do diretor no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
O objetivo do vazamento irresponsável
O juiz fez o questionamento depois da afirmação de pelo menos dois delegados PFs, que ouvem os depoimentos dos presos desde a última 6ª, de que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disseram, em seus depoimentos, que empreiteiras pagaram propina a Cosenza. Ante a inquirição do juiz, a PF responde agora que nenhum dos presos da operação implicou Cosenza nos fatos investigados. A resposta é assinada pelo delegado PF Márcio Adriano Anselmo.
Quem vai pagar agora, quem será punido pelo erro que atingiu e enxovalhou a honra da vítima, o diretor Cosenza? Ele ficou com a cabeça colocada a prêmio, grupos de pressão passaram a exigir sua demissão, quem é que repara tudo isso? E há reparo para a vergonha que ele passou?
No episódio, nada mais, nada menos do que a repetição do caso revista Veja com sua manipulação eleitoral criminosa às vésperas do 2º turno de 26 outubro pp. com a publicação de supostas declarações de Alberto Youssef que envolveriam os presidentes Lula e Dilma. Até os advogados de Yousseff reagiram na hora – a revista antecipou em um dia sua circulação para prejudicar a candidata Dilma – afirmando que acompanham os depoimentos e não ouviram seu cliente falar isso.
Vejam vocês, esses vazamentos, além de ilegais e de colocarem em risco a delação premiada, têm objetivo político. Visam claramente dirigir as investigações e as denúncias, poupando como sempre o tucanato e seus aliados. Como acontece com o sumiço das denúncias envolvendo senadores do PSDB e do DEM que supostamente teriam recebidos suborno para encerrar uma CPI da Petrobras…
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