terça-feira, 22 de setembro de 2015

POLÍTICA - A crise política e os oportunistas.


Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, em seu perfil no Facebook

Eu já afirmei nesta página que a superação da crise política era necessária para o país enfrentar a crise econômica cíclica pela qual passa a economia brasileira. Mas estou ficando convencido do oposto.
Que é a recuperação econômica que poderá por um fim nesta crise, não porque devolva os índices de popularidade que a presidente perdeu, mas porque desarmará os políticos que, ou por estarem ameaçados pela operação Lava Jato, ou porque são oportunistas, ou por ambos os motivos, insistem em falar em impeachment. Falta a essas pessoas um mínimo de espírito democrático e republicano.
Os momentos de grandes dificuldade são aqueles nos quais a nação precisa se unir para enfrentá-las. Estamos em um desses momentos, e o que vemos é uma oposição que fala sempre em moralidade procurar se unir ao que há de pior dentro do PMDB.
É nas horas de crise que vemos a estatura dos homens públicos.
Mas como a crise econômica poderá arrefecer? Espero que a presidente logre o ajuste fiscal que demanda, mas o ajuste mais importante já foi feito – o do câmbio.
Quando há uma forte depreciação como aconteceu nos últimos meses, o efeito inicial é negativo, porque reduz a renda disponível das famílias, mas algum tempo depois o efeito positivo se manifesta na retomada dos investimentos da indústria, a recuperação do mercado interno por elas, e, em seguida, as empresas mais eficientes voltam a exportar – tudo isso significando a redução do desemprego.
Neste ano de 2015 a queda do PIB será grande, mas minha impressão é que as consultorias econômicas estão fazendo previsões para 2016 pessimistas demais, ignorando o efeito da depreciação cambial.

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