O que não faltam são vendilhões da Pátria. Temos o ínclito FHC e seu pupilo Serra como dois bons exemplos.
Os vendilhões da Pátria
As Organizações Globo, na verdade, dona da quarta maior rede de televisão do mundo e que emprega 12 mil funcionários, tem um histórico intrinsecamente ligado ao capital estrangeiro, inclusive à Standard Oil, e ao petróleo. Para montar a TV Globo, que começou a funcionar um ano após o golpe militar de março de 1964, o seu proprietário, Roberto Marinho, associou-se ao grupo de comunicação norte-americano Time-Life, que injetou na empresa, em quatro anos, recursos da ordem de 6 milhões de dólares, o equivalente, de acordo com o câmbio da época, a 10 bilhões de cruzeiros. Com isso ele infringiu dispositivo constitucional que proíbe a participação de capital estrangeiro no setor de comunicação e provocou a ira, entre outros empresários do ramo, dos deputados Carlos Lacerda e João Calmon.
Marinho negou a interferência do grupo americano nas decisões da Globo e no conteúdo do seu noticiário, alegando que o seu contrato com o Time-Life era de assistência técnica, mas havia um poderoso chefão do grupo dando ordens dentro da empresa. E a Wordmark Encycloof The Nations classificou a Globo como "um órgão conservador subsidiado pelos Estados Unidos". Diante da ação de Lacerda e Calmon em defesa dos veículos nacionais e, inclusive, pela sua participação na CPI criada no Congresso para investigar a sociedade, o general Peri Bevilácqua, então ministro do Superior Tribunal Militar, declarou: "É fora de dúvida que essa intromissão e consequente influência alienígena sobre a opinião pública brasileira compromete a segurança nacional". Essas informações constam do livro "A História Secreta da TV Globo", tese de mestrado de Daniel Heiz, em 1983, na Universidade de Brasília.
A sociedade entre a Globo e o Time-Life também foi alvo de um manifesto dos proprietários de 13 jornais e do presidente da Abert (Associação Brasileira de Radio e Televisão) e de uma denúncia ao então presidente Castelo Branco, mas todas as tentativas para impedir a presença americana nas comunicações brasileiras resultaram em nada. E até hoje continua obscuro o processo pelo qual Marinho assumiu o controle integral da empresa, ressarcindo o grupo de comunicação norte-americano. Oficialmente ele pagou o Time-Life com empréstimos conseguidos junto a bancos nacionais, mas extra-oficialmente circula a história de que ele teria ressarcido os americanos mediante um artifício: teria publicado a falsa notícia de que a Petrobrás descobrira petróleo na Amazônia, as ações da estatal subiram de forma extraordinária e, então, ele teria pago o grupo com suas ações, através da Roma, sua empresa de títulos e valores. Se essa história é verdadeira ou não só Deus e os Marinho sabem.
O fato é que depois disso tudo Roberto Marinho se tornou o homem mais poderoso do país, a quem os governos submetiam nomes para compor ministérios. Tancredo Neves comemorou a sua eleição, pelo colégio eleitoral, num almoço íntimo, no mesmo dia, com o dono da Globo, a quem prometeu nomear Antonio Carlos Magalhães ministro das Comunicações, promessa cumprida pelo presidente José Sarney, que o substituiu. O economista Mailson da Nóbrega só foi nomeado ministro da Fazenda do governo Sarney depois de aprovado por Roberto Marinho. E Fernando Henrique Cardoso não tomava nenhuma medida sem antes consultá-lo. O metalúrgico Lula interrompeu esse processo de beija-mão e hoje paga um preço muito alto pela ousadia de eleger-se Presidente da República e de ignorá-lo. A caçada a ele, através dos mastins da Lava-Jato, já atinge as raias do absurdo.
Ninguém sabe que tipo de ligação os Marinho ainda mantém com grupos econômicos norte-americanos, mas a verdade é que a sua posição favorável à entrega das nossas riquezas naturais, em especial o petróleo, ao capital estrangeiro é antiga. Daí, provavelmente, a sua afinidade com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, apesar do esforço, só não conseguiu privatizar a Petrobrás porque não houve tempo: seu segundo mandato expirou e ele foi substituído por Lula, que interrompeu todos os processos de privatização. Ainda assim conseguiu quebrar o monopólio do petróleo, conquista do povo brasileiro no governo Vargas, e dividir a empresa em 40 subsidiárias para privatizá-la por partes, estratégia destinada a driblar a reação popular no caso de vendê-la por inteiro. Além disso, tentou mudar o nome da estatal para Petrobrax, de modo a torná-la mais palatável internacionalmente.
O mais grave, porém, foram as manobras para enfraquecê-la, inclusive com suspeitas de sabotagem, para justificar a privatização. Em apenas dois anos, durante o governo FHC, houve 62 acidentes, inclusive o naufrágio da plataforma P-36. O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) à época, Fernando Leite, Siqueira, disse em entrevista ao jornalista Palmério Dória, autor do livro "O Príncipe da Privataria", que suspeitava de sabotagem. Hoje o pretexto para privatizar a estatal é a corrupção, como se a empresa tivesse alguma culpa da ação criminosa de alguns dos seus diretores. O "Globo", em seu editorial no qual escancara todo o seu entreguismo, diz a certa altura que "sanear a Petrobras e desobrigá-la de estar à frente da exploração do pré-sal são movimentos evidentes para fazer a estatal sair da catalepsia empresarial". Catalepsia? Que catalepsia? A Petrobrás acaba de bater todos os seus recordes na produção de petróleo.
Os Marinho, na verdade, não conseguem mais enganar ninguém sobre as suas "boas intenções" ao defender a entrega do nosso petróleo ao capital estrangeiro, em apoio ao projeto de outro entreguista, o senador tucano José Serra. Em carta aberta aos donos da Globo, a petroleira Michelle Daher Vieira, que teve sua foto usada numa reportagem danosa à estatal, disse que "a Petrobras é um patrimônio brasileiro, maior que tudo isto que está acontecendo, que não pode ser destruída por bandidos confessos que posam neste jornal como heróis, por juízes que agem por vaidade e estrelismos apoiados pelo estardalhaço e holofotes que vocês dão a eles, pelo mercado que só quer lucrar com especulação e nunca constrói nada de concreto e por um jornal repulsivo como O Globo que não tem compromisso com a verdade nem com o Brasil". Ela não falou em nome dos petroleiros, mas com certeza manifestou o pensamento da grande maioria do povo brasileiro.
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