Jogo pesado no poder mundial
Autor: Adriano Benayon
Há enorme descompasso entre o modo de
operar das grandes potências, especialmente o das hegemônicas, e a
capacidade de entende-lo, por parte dos cidadãos dessas potências e
pelos das que estão à mercê delas.
2. Os centros de formação de opinião,
inclusive universidades cuidam, em geral, de manter inquestionada a
suposta boa-fé dos dirigentes das ditas potências, cumpridores das
diretivas dos potentados da oligarquia financeira, em busca do poder
absoluto.
3. Além disso, a ‘informação”,
disponível na grande mídia, seleciona, ao gosto dos oligarcas, as
notícias a ser divulgadas, e distorce as que não consegue ocultar por
completo.
4. Não bastassem as adulterações da
realidade, o sistema de poder trabalha, há mais de século, na adaptação
dos públicos-alvos para recebe-las e incorporá-las acriticamente. Para
tanto, abusam da psicologia aplicada e dos recursos tecnológicos
aplicados sobre os órgãos sensores.
5. Não se exclui que disso faça parte
inculcar o hábito dos jogos e mensagens eletrônicos, incutido, pelo
marketing, em crianças acima de dois anos (e até menos), fator de
condicionamento tendente a tornar o ser humano (?) capaz de reações
mentais ultra rápidas, mas pouco afeito aos raciocínios lógico e
analítico.
6. Ademais, o envolvimento do indivíduo
pelo universo virtual o isola do contato direto com outros, e ele só se
comunica através dos aplicativos dos meios eletrônicos.
7. Já nos anos 1960, intelectuais
franceses e de outros países assinalavam a despolitização da sociedade,
então já inundada de marketing e de alienação. Atualmente é possível que
mais gente se interesse por política, mas resta saber em que nível de
compreensão.
8. O fato é que a concentração
financeira e econômica continua a caminhar na direção do absurdo,
inclusive nos principais países desenvolvidos, com a possível exceção da
China, sem que as instituições ditas democráticas ofereçam chances às
grandes maiorias marginalizadas de sair dessa situação.
9. Joseph Stiglitz, Nobel e
ex-presidente do Banco Mundial, escrevera, em 2011, que os Estados
Unidos se tornavam um país “dos 1%, pelos 1% e para os 1%”. Então,
esses já recebiam quase 25% da renda nacional e controlavam 40% da
riqueza total do país. Essa concentração prossegue aumentando.
10. Conforme recente relatório do banco
Crédit Suisse, essa tendência é a mesma no âmbito mundial, os do 1% mais
ricos controlando 50% da riqueza total, algo inédito há um século.
11. Para uma ideia das transformações
estruturais desfavoráveis ao emprego e à distribuição minimamente
equilibrada da renda, dos anos 1950 aos tempos atuais, os lucros da
indústria manufatureira caíram de 60% dos lucros totais para 20%,
enquanto os do setor financeiro se elevaram de 10% para 30%.
12. O emprego na manufatura desceu de
30% para menos de 10%, e a finança permanece com 5% desde sempre. Ou
seja: cada vez menos empregos qualificados na economia. O grosso está
nos serviços de baixo componente tecnológico, e, nesse país símbolo da
riqueza e do poder ocidentais, um sexto dos residentes passa fome.
13. Há indústrias que não sofrem
recessão: a dos equipamentos e armas de guerra e as ligadas ao
terrorismo de Estado, espionagem e ingerência em outros países.
14. Os EUA prosseguem intervindo
militarmente em todos os continentes e promovendo agressões através de
mercenários e terroristas, como na Síria, ultimamente.
15. A Rússia tem sido o único país que -
embora prudentemente e só recentemente - se vem contrapondo com
efetividade ao bullying mundial exercido pela potência hegemônica.
16. Por isso, a Rússia tem sido agredida
diretamente e por satélites do império anglo-americano (União Europeia, a
Ucrânia e a Turquia), por sanções econômicas e atos de guerra, como a
derrubada, pela última, de avião militar sobre o espaço aéreo
fronteiriço com a Síria.
17. Além das ações bélicas, decisivas
para conter os terroristas do Estado Islâmica, apoiados, por debaixo do
pano, pelos EUA, Turquia, Arábia Saudita e outros, a Rússia tem exposto
provas desse envolvimento.
18. No cenário das hostilidades, a
Rússia acena com a exposição de fotos de satélite captadas quando da
implosão das Torres Gêmeas de Nova York, em 2001.
19. De há muito, a Associação dos
Arquitetos e Engenheiros pela Verdade e outras, cidadãos e cientistas e
norte-americanos – enfrentando fortes censura e pressões oficiais –
demonstram ter-se tratado de ato de terrorismo de Estado cometido para
intensificar o Estado policial e “justificar” as devastadoras
intervenções praticadas no Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria.
20. Evidente e provado está que as
estruturas de aços especiais daqueles prédios ruíram e pulverizaram-se,
em poucos segundos, e isso só pode ocorrer com dezenas de toneladas de
explosivos especiais introduzidos nessas estruturas. Terroristas da Al
Qaeda (colaboradores dos serviços especiais anglo-americanos),
supostamente sequestrando aviões, fizeram parte da encenação.
21. Dado, porém, o acobertamento dos
fatos, a iludir boa parte do público, a divulgação das fotos russas
mostraria de forma contundente a real face do império e poderia ter
consequências políticas no Ocidente.
22. Também no recente atentado em Paris,
tudo aponta para mais uma operação de falsa bandeira, para “justificar”
ataques aéreos franceses na Síria.
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