sexta-feira, 5 de março de 2021

"Vamos falar respeitosamente".

 Vamos falar respeitosamente, então.

 

Há 45 anos, o Estadão denunciou as mordomias no governo militar da “redentora”,

 

 

que veio, segundo diziam, salvar o Brasil da “ameaça comunista”.

 

Uma das sabe-se lá quantas mentiras assolaram o povo brasileiro.

 

Num ato sórdido de sedição, que enviaria, num País sério, os golpistas para a frente de um pelotão de fuzilamento, derrubaram o presidente João Goulart, tachado de comunista, e iniciaram uma ditadura assassina que nada ficou devendo à que disseram que fomos salvos.

 

De lá para cá, para quê serviram os militares?

 

De lá para cá, quais riscos o Brasil sofreu para justificar a existência dessas forças armadas?

 

Desde quando tivemos condições de enfrentar as potências estrangeiras armadas com mísseis, agora hipersônicos?

 

Quem nos ameaça, senão as eminências pardas fardadas, que chantageiam as instituições desde sempre para atender a interesses inconfessáveis?

 

Vamos lá, coronel: seja franco uma vez na vida.

 

Vocês sempre estiveram a serviço da maior ditadura do planeta, a casa grande, tida pelos néscios como a guardiã da democracia.

 

Vocês sempre traíram o Brasil.

 

Nunca se submeteram ao poder civil e nunca tiveram respeito para com presidentes que não rezavam na cartilha de vocês.

 

Depois do primeiro escândalo das mordomias, agora temos mais este, que deixa indene de dúvida a índole dos militares:

 

 

Desde quando esse deboche para com o povo vem ocorrendo?

 

Antes do governo Lula, coronel, os conscritos eram dispensados às 11:00 da manhã,

porque não havia dinheiro para o almoço da tropa.

 

Hoje estão gastando muito com cerveja, Heineken e Stella Artois, para atender o refinado paladar de figuras como este almirante pançudo:

 

Isso é porte de militar que se preze, que massacra os conscritos com exercícios brutais?

 

 

Esse infeliz deve ter morrido por fraqueza, por não se alimentar com as picanhas e os leites condensados que os comilões desfrutam sabe-se lá desde quando.

 

Além de tudo, não presigiam a indústria nacional de bebidas.

 

Eu sou mal educado, coronel, mas não sou parasita.

 

Vivo do meu trabalho como advogado e esclareço que não advogo nem para sindicatos, nem para facções criminosas.

 

E pago a pouca cerveja que tomo com o meu dinheiro, ganho honestamente.

 

O senhor deveria, por hombridade, reconhecer as realizações dos governos petistas, que foram pródigos com essas forças armadas infames, dispendiosas e inúteis que temos.

 

Aliás, o que essas forças armadas medíocres fizeram pelo Brasil?

 

O senhor vai citar a usina de Itaipu?

 

É um exemplo de que vocês, milicos, não possuem isenção para chamar ninguém de corrupto:

 

 

Não gostar dos ex-presidentes Lula e Dilma é um direito seu.

 

Mas desmerecê-los com ideologia de botequim e com deslavadas mentiras não são atitudes de quem quer ser respeitado.

 

Passe bem, coronel!

 

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Silvio Pinheiro.
Santos-SP.

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