Contraditório em Pauta <contraditorioempauta@uol.com.br>
Prezados (as),
Qual a influência do puritanismo ideológico de esquerda numa eleição?
Total, pelo menos no Brasil. Ele é o caminho certo para a derrota ou, se preferir, para a vitória do adversário.
Demonstro conceitualmente:
- Quem vota é o eleitor, denominado brasileiro, cuja maioria é conservadora-religiosa circulando do centro até a extrema direita e que raciocina mais com os neurônios intestinais (Por necessidade mesmo) do que cerebrais. Não mais do que 20% é de perfil de esquerda, muitos deles, titubeantes. Uma chapa ideológica de esquerda puritana vence uma eleição com esse perfil do eleitorado? Não vence.
- A elite controla os poderes de Estado e da sociedade civil (Mídia, religiões, entidades e outras) e, poderosa, não permite uma vitória com perfil cabal de esquerda. Os mecanismos lícitos ou ilícitos do poder são colocados em ação, como já foram.
Alguém desafiaria: Prove essa teoria? A História prova:
- Todas as chapas ideologicamente puritanas de esquerda perderam as eleições nos últimos 70 anos: Lula com Bisol (PT) em 1989, Lula com Mercadante (PT) em 1994, Lula com Leonel Brizola (PTB) em 2006 e Haddad com Daniela D’Ávila (PCdoB) em 2018.
- Todas as chapas em composição com a centro-direita ganharam as eleições nos últimos 70 anos: Getúlio em acordo com o ademarismo (1950), Jango Goulart (PTB) elegeu-se, pelo voto, como vice de Juscelino Kubitschek (PSD) em 1955, Jango voltou a se eleger como vice de Jânio Quadros (PDC) em 1960, Lula com o empresário José de Alencar (PR conservador e liberal) em 2002 e 2006, Dilma com o mau caráter Michel Temer (PMDB em 2010 e 2014).
Desejam chapa puritana de esquerda em 2022? Desejam aglutinar os votos de esquerda que já são da esquerda? Tentem e verão o que ocorrerá. Uma tragédia sem fim para o Brasil e seu povo: Bolsonaro ou Moro até 2026, talvez, 2030.
Ideologia política se pratica no dia a dia, ano a ano. Eleição não é instrumento de diletantismo ou marketing ideológico; é estratégia de guerra para vencer ou, se preferir, derrotar o adversário. Eleição é estratégia racional, não puritanismo emocional.
César Cantu
São Paulo, 07.12.21
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