Acusados de corrupção conspiram contra Dilma, por Jasson de Oliveira Andrade
Existe uma
conspiração contra a presidenta Dilma. É o que afirma o jornalista
Ricardo Melo, em artigo na Folha, sob o título “Conspiração não entra em
recesso” e publicado em julho. O texto continua atual, pois ainda se
tenta a deposição dela. O próprio PSDB, que havia desistido do
impeachment, agora volta a falar nessa medida. Ele (partido) só pensa
nisso: querem a queda de Dilma. Deu na Folha (14/9): “Aécio e Alckmin
avisam aliados que são contra tucanos em eventual gestão (sic) do PMDB
[Temer no lugar de Dilma]”. Será que eles não estão indo depressa com o
andor? Além dos tucanos, o deputado Paulinho da Força é um dos mais
fanáticos defensores do impeachment. E participou e participa da
conspiração.
O jornalista afirma: “Esta Folha (14/07) noticiou um fato da maior
gravidade. Na residência oficial da Presidência da Câmara dos Deputados,
o chefe da Casa, Eduardo Cunha, dividiu o “breakfast” com o ministro do
Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o impagável (sic) Paulinho
da Força, do partido Solidariedade. Além de guloseimas habituais,
constou do cardápio nada menos que o impeachment da presidente Dilma
Rousseff. (...) Boquirroto como sempre, Gilmar confirmou o debate sobre o
assunto. “Ele (Cunha) falou dos problemas de impeachment, esses
cenários todos”. Perguntados pela reportagem, Paulinho da Força e o
presidente da Câmara tergiversaram, sem convencer. O texto afirma que o
deputado do Solidariedade especulou que a derrubada da presidente (pois é
disso que se trata) supõe um acordo entre Eduardo Cunha, o vice Michel
Temer, Renan Calheiros, chefe do Senado, e o presidente do PSDB, Aécio
Neves. (...) Se isto não é conspiração, é bom tirar a palavra do
dicionário. Que diabo pode representar a reunião entre o terceiro nome
da linha de sucessão do Planalto, um ministro da mais alta corte da
Justiça e um parlamentar adversário obsessivo (sic) do governo – os três
para discutir a deposição de uma presidente eleita?”
Adiante Ricardo Melo diz: “A presença de Paulinho da Força mostra-se tão
exótica quanto reveladora. Exótica porque se desconhece, pelo menos em
público, qual credencial do insignificante Solidariedade para participar
no colóquio. A contribuição mais relevante da legenda vem sendo a de
responder “impeachment” a qualquer questão do cenário político. (...)
Reveladora quando se sabe que o ex-sindicalista protagoniza vários
processos e membros de seu grupo estão enrolados até o pescoço na Lava
Jato. Detalhe: o partido destacou-se como o único a soltar nota de
solidariedade, sem trocadilho, ao pronunciamento destemperado de Eduardo
Cunha, após ser acusado de beneficiário da corrupção”. Depois desse
pronunciamento do deputado, em agosto, Cunha foi denunciado pelo
Procurador Geral da República por corrupção. Mesmo com essa denúncia,
dias depois, Cunha foi acolhido festivamente no Sindicato da Força
Sindical e saudado pelo Paulinho da Força!
Confirmando o que afirmou o jornalista Ricardo Melo, o Estadão (9/9),
noticiou em manchete: “Paulinho da Força vira réu em ação no Supremo”,
acrescentando: “Deputado que presidiu central sindical e hoje está à
frente de movimentos pelo impeachment de Dilma é acusado de ter se
beneficiado de desvios (sic) no BNDES”.
Dois “conspiradores” estão enrolados no Supremo. E o ministro Gilmar
Mendes vai julgá-los. Qual vai ser o seu voto? Já a Mônica Bergamo, em
sua coluna, noticia que a “conspiração” poderá ocorrer, graças a uma
manobra regimental de Cunha. Será? Como sempre digo: a conferir.
JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu
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