Lula: FHC pediu
grana na Presidência
O PiG fez que não viu
No lançamento do Memorial da Democracia nesta terça-feira (1), o Presidente Lula reforçou a importância das manifestações em um ambiente de liberdade política, mas voltou a ironizar os movimentos que organizam atos para pedir o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.
“As pessoas baterem panela é um ato democrático. O problema é para a empregada lavar a panela depois. Acender ou apagar a luz também é um direito legitimo. Mas nós temos que medir as consequências, se fazemos o que propusemos a fazer. E temos que medir a pressão para saber o porquê eles fazem pressão. A diferença das manifestações é que a gente ia para rua pedir democracia. E tem gente na rua que pede a volta dos militares. Com esses, nós temos que debater e lutar, pois eles colocam em risco a democracia”, afirmou.
Em São Bernardo (SP) para o evento, ao se referir indiretamente ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula ainda sugeriu a construção de um Museu da República, ideia que teve no fim do seu segundo mandato.
“Quando eu estava deixando a Presidência, eu comecei a pensar onde eu ia deixar as coisas que eu ganhava. É preciso criar o Museu da República, que reunisse os papeis e presentes dos presidentes ao fim do mandato. Eu me recusei a discutir qualquer coisa para depois do meu mandato. Eu ia esperar sair de lá. Tem gente que discutia financiamento para instituto enquanto ainda era presidente. A imprensa fez que não viu. Não foi o meu caso”, lembrou Lula sem citar o episódio em que FHC reuniu empresários e levantou cerca de R$ 7 milhões para o seu instituto.
Em seu discurso, o Presidente lembrou o período da ditadura militar no Brasil para enaltecer o Memorial da Democracia, um museu virtual.
“E a democracia não é algo simples de compreender. Nos anos 1973, quando vivemos o período mais duro da ditadura, era o momento de maior alforria dentro das fábricas. Era pleno emprego, a economia crescia e os trabalhadores pouco se preocupam [com a volta da democracia]. Os operários, então, não sabiam da luta que acontecia lá fora. A democracia precisa ser trabalhada. A democracia é que nem pai ou mãe. Só nos damos conta quando perdemos. Quando veio o regime militar, nós perdemos muito: ligas camponesas, líderes sindicalistas presos e trabalhadores demitidos. As pessoas não se lembram, por isso é preciso discutir democracia todos os dias dentro das nossas casas”, contou.
Leia outras frases:
Teríamos que criar no Brasil um Museu da República
A história do Brasil é cheia de lutas. E nós podemos contar a história da democracia no nosso país.
E a democracia não é algo simples de compreender. Nos anos 1973, quando vivemos o período mais duro da ditadura, era o momento de maior alforria dentro das fábricas. Era pleno emprego, a economia crescia e os trabalhadores pouco se preocupam [com a volta da democracia]. Os operários, então, não sabiam da luta que acontecia lá fora.
A democracia precisa ser trabalhada. A democracia é que nem pai ou mãe. Só nos damos conta quando perdemos. Quando veio o regime militar, nós perdemos muito: ligas camponesas, líderes sindicalistas presos e trabalhadores demitidos.
As pessoas não se lembram, por isso é preciso discutir democracia todos os dias dentro das nossas casas
A liberdade é tão extraordinária que não tem nada mais sagrado do que ela.
Falar da democracia, é necessidade de quem faz política nesse país e acredita.
O momento que estamos vivendo é delicado. Eu até trato isso como o momento da irracionalidade emocional da sociedade brasileira.
Se manifestar é um direito legítimo em um processo democrático.
Durante a campanha, eu e a Dilma dissemos que a democracia não é um pacto de silêncio, é a procura por mais direitos.
Não podemos estar nervosos porque tem gente fazendo manifestação contra nós. O que temos que fazer é medir a pressão se estamos merecendo ou não. Para não perdermos o foco.
Alisson Matos, editor do Conversa Afiada
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