Bolsonaro afirma que Jean Wyllys fará “visita íntima” a Lula na prisão. E é aplaudido
Há alguns dias, veio à tona um trecho da série protagonizada pela atriz Ellen Page, Gaycation, no Rio de Janeiro. No episódio, a atriz tem um encontro para lá de “vergonha alheia” com Jair Bolsonaro, o expoente da extrema-direita brasileira que se tornou a liderança inconteste das manifestações contra o governo no último domingo. Como a atriz é uma celebridade e foi indicada ao Oscar por Juno em 2007, o deputado ganhou fama fora do país. Péssima, claro. Um mico internacional para o Brasil.
Na mais conceituada revista para o público gay nos Estados Unidos, The Advocate, Bolsonaro foi pintado como “o maior homofóbico do Brasil”. O confronto entre o líder bufão do protesto e a atriz de Hollywood é descrito pela publicação como “o mais desconfortável dos 45 minutos do episódio” –e isso que a maior atração do programa é a entrevista de Page com um ex-policial que afirma matar homossexuais em série. A conversa com o deputado é descrita ponto a ponto pela revista como algo bizarro, fora do tempo, com Bolsonaro inclusive dizendo gracinhas para a garota, ainda que ela tenha afirmado na cara dele, para começo de conversa, que é lésbica.
No sábado 12, o diário espanhol El Pais publicou um perfil de Bolsonaro chamando-o de “Donald Trump brasileiro”. Nos EUA como aqui, um representante da extrema-direita tenta chegar ao poder utilizando um discurso simplório, pouco articulado, que apela aos lados mais obscuros dos ditos “cidadãos de bem”: supremacia racial, intolerância religiosa, ódio aos pobres e homofobia. O jornal lembra que Bolsonaro só cresceu porque foi alimentado pela imprensa brasileira. “A mídia tem sido, efetivamente, um dos principais palanques de Bolsonaro”, diz o texto.
A repórter do El Pais destaca a “fama internacional” que o deputado do PSC ganhou ao ser entrevistado por Ellen Page, e conta que a atriz saiu de seu gabinete se lamentando, após enfrentar a tese de Bolsonaro de que é possível “curar” crianças da homossexualidade… batendo nelas.
Tem um vídeo em que o deputado expõe sua “pedagogia”:
No site The Intercept, Glenn Greenwald, o jornalista que revelou a espionagem norte-americana sobre cidadãos e outros governos ao mundo, o parlamentar brasileiro é descrito como “o mais misógino e detestável político eleito no mundo democrático”. A publicação conta como Bolsonaro chamou a colega Maria do Rosário, do PT, de “vagabunda”, e declarou que “não a estupraria porque não merece”. O deputado já foi condenado em segunda instância a pagar 150 mil reais de indenização à deputada.
O próprio Jair Bolsonaro rejeita a fama de homofóbico. “Essa coisa de homofobia é um rótulo que colocaram em mim. Não tenho nada contra homossexual, minha briga foi e continua sendo contra o material escolar (o kit anti-homofobia, que ele apelidou de “kit gay”). Nada contra homossexual, cada um é feliz do jeito que entender”, disse ao jornal Gazeta do Povo ao lançar sua pré-candidatura à presidência no Paraná, no início do mês.
Provavelmente Bolsonaro não deve considerar ser homofobia dizer que o ex-presidente Lula irá receber “visita íntima” do deputado federal Jean Wyllys, do PSOL, se for preso. Wyllys, assumidamente homossexual, é alvo cotidiano do deputado reaça. O blog publica com exclusividade um vídeo gravado na manifestação de direita em Brasília, no domingo, em que o deputado discursa em cima de um carro de som dizendo exatamente estas palavras. E é aplaudido pela plateia que pretende “melhorar” o Brasil tirando o PT do poder.
Como uma pessoa tão despreparada, intolerante e preconceituosa pode ser parlamentar? Não é quebra de decoro atingir assim um colega? Cadê a comissão de Ética da Câmara? Perceba que um assessor puxa o braço de Bolsonaro, dando um toque, quando ele repete a barbaridade. O trecho foi OMITIDO da publicação feita pelo valentão no Facebook.
Chama a atenção também o funcionamento da mente do deputado. Que tipo de pervertido pode passar os dias imaginando políticos adversários transando? Freud explica. E os seguidores de Bolsonaro? O problema deles é mesmo política ou é outra coisa? Quem, em sã consciência, pode pensar em entregar o Brasil a uma criatura retrógrada, arcaica dessas?
Assista:
O episódio completo de Gaycation sobre o Rio pode ser visto aqui.
Há alguns dias, veio à tona um trecho da série protagonizada pela atriz Ellen Page, Gaycation, no Rio de Janeiro. No episódio, a atriz tem um encontro para lá de “vergonha alheia” com Jair Bolsonaro, o expoente da extrema-direita brasileira que se tornou a liderança inconteste das manifestações contra o governo no último domingo. Como a atriz é uma celebridade e foi indicada ao Oscar por Juno em 2007, o deputado ganhou fama fora do país. Péssima, claro. Um mico internacional para o Brasil.
Na mais conceituada revista para o público gay nos Estados Unidos, The Advocate, Bolsonaro foi pintado como “o maior homofóbico do Brasil”. O confronto entre o líder bufão do protesto e a atriz de Hollywood é descrito pela publicação como “o mais desconfortável dos 45 minutos do episódio” –e isso que a maior atração do programa é a entrevista de Page com um ex-policial que afirma matar homossexuais em série. A conversa com o deputado é descrita ponto a ponto pela revista como algo bizarro, fora do tempo, com Bolsonaro inclusive dizendo gracinhas para a garota, ainda que ela tenha afirmado na cara dele, para começo de conversa, que é lésbica.
No sábado 12, o diário espanhol El Pais publicou um perfil de Bolsonaro chamando-o de “Donald Trump brasileiro”. Nos EUA como aqui, um representante da extrema-direita tenta chegar ao poder utilizando um discurso simplório, pouco articulado, que apela aos lados mais obscuros dos ditos “cidadãos de bem”: supremacia racial, intolerância religiosa, ódio aos pobres e homofobia. O jornal lembra que Bolsonaro só cresceu porque foi alimentado pela imprensa brasileira. “A mídia tem sido, efetivamente, um dos principais palanques de Bolsonaro”, diz o texto.
A repórter do El Pais destaca a “fama internacional” que o deputado do PSC ganhou ao ser entrevistado por Ellen Page, e conta que a atriz saiu de seu gabinete se lamentando, após enfrentar a tese de Bolsonaro de que é possível “curar” crianças da homossexualidade… batendo nelas.
Tem um vídeo em que o deputado expõe sua “pedagogia”:
No site The Intercept, Glenn Greenwald, o jornalista que revelou a espionagem norte-americana sobre cidadãos e outros governos ao mundo, o parlamentar brasileiro é descrito como “o mais misógino e detestável político eleito no mundo democrático”. A publicação conta como Bolsonaro chamou a colega Maria do Rosário, do PT, de “vagabunda”, e declarou que “não a estupraria porque não merece”. O deputado já foi condenado em segunda instância a pagar 150 mil reais de indenização à deputada.
O próprio Jair Bolsonaro rejeita a fama de homofóbico. “Essa coisa de homofobia é um rótulo que colocaram em mim. Não tenho nada contra homossexual, minha briga foi e continua sendo contra o material escolar (o kit anti-homofobia, que ele apelidou de “kit gay”). Nada contra homossexual, cada um é feliz do jeito que entender”, disse ao jornal Gazeta do Povo ao lançar sua pré-candidatura à presidência no Paraná, no início do mês.
Provavelmente Bolsonaro não deve considerar ser homofobia dizer que o ex-presidente Lula irá receber “visita íntima” do deputado federal Jean Wyllys, do PSOL, se for preso. Wyllys, assumidamente homossexual, é alvo cotidiano do deputado reaça. O blog publica com exclusividade um vídeo gravado na manifestação de direita em Brasília, no domingo, em que o deputado discursa em cima de um carro de som dizendo exatamente estas palavras. E é aplaudido pela plateia que pretende “melhorar” o Brasil tirando o PT do poder.
Como uma pessoa tão despreparada, intolerante e preconceituosa pode ser parlamentar? Não é quebra de decoro atingir assim um colega? Cadê a comissão de Ética da Câmara? Perceba que um assessor puxa o braço de Bolsonaro, dando um toque, quando ele repete a barbaridade. O trecho foi OMITIDO da publicação feita pelo valentão no Facebook.
Chama a atenção também o funcionamento da mente do deputado. Que tipo de pervertido pode passar os dias imaginando políticos adversários transando? Freud explica. E os seguidores de Bolsonaro? O problema deles é mesmo política ou é outra coisa? Quem, em sã consciência, pode pensar em entregar o Brasil a uma criatura retrógrada, arcaica dessas?
Assista:
O episódio completo de Gaycation sobre o Rio pode ser visto aqui.
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