Me engana que eu gosto: os gringos querem comprar a Petrobrás, mesmo falida?
Apesar dos “prejuízos” reiterados e de
toda a propaganda negativa, a Petrobras é a grande cobiça do capital
internacional. Em tom de pilhéria, o Senador Roberto Requião alertou: “
Temos que avisar aos gringos, eles vão comprar uma empresa falida!”
A Petrobras está longe de ser uma
empresa falida. O pré-sal, que elevou as reservas da Petrobrás para mais
de cem bilhões de barris, garante o abastecimento do país, no mínimo,
nos próximos 50 anos. Que empresa dá esse retorno à nação? A Petrobras
responde, em média, por 13% do PIB. Além disso, a Petrobras responde
por 80% das obras do país. São milhões de empregos. Nos últimos anos o
Brasil se tornou o segundo maior parque de obras do planeta, só perdendo
para a China.
A sociedade assiste à disputa do
petróleo no mundo, através de guerras e derrubadas de governos, como
tentam fazer na Rússia, na Venezuela, no Brasil e já fizeram na Líbia e
no Iraque. Os EUA são os grandes saqueadores do petróleo mundial e são
capazes de tudo para somar hidrocarboneto a suas reservas para se
manterem como nação hegemônica no mundo.
No Brasil, nem foi preciso o recurso
extremo da guerra para usurpar nossas riquezas. Os ianques já contam com
seus representantes no Congresso Nacional e no Judiciário, na mídia- em
especial a Globo - além do seu braço partidário, o PSDB. Trata-se de
uma verdadeira quadrilha, disposta a entregar nosso petróleo.
O Congresso continua capitaneado pelo
presidente deposto, Eduardo Cunha, que atua nas sombras. A Globo apoiou
três golpes. O primeiro contra Getúlio Vargas; depois foi cumplice da
Ditadura Militar; agora, exerceu seu protagonismo no golpe contra o
governo Dilma. O pano de fundo, em todos esses momentos obscuros da
história, é sempre o interesse dos ianques no petróleo, sobretudo depois
da descoberta do pré-sal.
O PSDB tentou privatizar a Petrobrás
com apoio da Globo. Na época, uma campanha publicitária veiculada na
emissora comparava a Petrobrás a um paquiderme e chamava os petroleiros
de marajás. Capacho da Chevron, José Serra está prestes a derrubar a
Lei de Partilha. A lei já caiu no Senado e a qualquer momento será
votado no plenário da Câmara.
No âmbito do judiciário, a operação
Lava Jato, chefiada por Sérgio Moro, foi premiada pela Globo. Moro diz
combater a corrupção na Petrobras, mas se nega a investigar os podres
do período FHC, embora as denúncias tenham aparecido várias vezes em
delação premiada. O próprio FHC reconheceu, em seu livro “Diários da
Presidência”, que em seu governo havia corrupção na Petrobras.
Além de blindar FHC, Moro também não
investiga nenhum parlamentar tucano citado na Lava Jato. Ainda que
tenham sido várias vezes citados Antonio Anastasia, Aluysio Nunes, Aécio
Neves. Como acreditar na farsa do combate à corrupção de Moro?
Como se não bastasse, Moro convocou os
promotores americanos para fiscalizar a Petrobras, oficializando a
espionagem. Pelos relevantes serviços prestados, o juiz da Lava Jato foi
premiado pelo próprio governo americano e pelas revistas Fortune e
Time.
Se houvesse, de farto, interesse, seria
fácil resolver a crise da Petrobras e retomar o crescimento do país.
Bastaria o tesouro nacional aportar recursos para que a Petrobrás volte
ao patamar financeiro de outubro de 2014, quando começou a crise
internacional. Inclusive retornando aos cofres da empresa o investimento
feito pela Petrobras, que por cerca de seis anos, importou diesel e
gasolina, repassando o produto a preço subsidiado para não alimentar a
inflação e aliviar o bolso do contribuinte.
Entretanto, ao invés de oxigenar a
Petrobras, o governo interino de Michel Temer, sem nenhum voto, pretende
retomar a “Privataria Tucana”. De forma absurda, anuncia que vai usar
recursos do BNDES para facilitar a doação de nossas empresas, como
fizeram no passado com a Vale do Rio Doce, a maior mineradora de ferro
do mundo vendida a preço de banana. Agora a lista de privatização inclui
Petrobras, Eletrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil,
Correios...
No Governo de FHC, os petroleiros, com
apoio da sociedade, realizaram uma greve de 32 dias, barrando a
privatização. FHC não conseguiu doar a empresa, mas quebrou o
monopólio. Mais uma vez os petroleiros estão sendo empurrados a uma
greve nacional para barrar a entrega da Petrobras. Será que Temer vai
conseguir vender o Brasil?
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