Do Portal Imprensa
Do Portal Imprensa, por Christh Lopes
A internet oferece uma infinidade de
oportunidades aos usuários. Por meio dela, podemos expressar ideias,
formar opiniões e dialogar com as pessoas. No entanto, este mesmo espaço
tem sido utilizado para divulgar informações falsas. Independentemente
dos motivos que levam ao seu compartilhamento na rede, a ideia do
jornalista Edgard Matsuki é desmentir tais notícias.
Em junho de 2013, ele desenvolveu o Boatos.org.
A página mostra que diversas histórias curtidas pelos internautas não
passam de meras criações. Ao fazer a cobertura de tecnologia para
grandes veículos de comunicação, Matsuki “via a necessidadede existir um
espaço que explicasse o volume das informações na internet e que seria
um tema de interesse”, conta.
“Podemos verificar alguns casos de
notícias que enganaram jornalistas que não conseguiram checar
corretamente uma informação”, completa. Entre eles, está a declaração do
jogador da seleção argelina Slimani de que o time iria doar o prêmio conquistado na Copa para palestinos de Gaza. O site foi o primeiro a desmentir a informação, divulgada em diversos veículos.
Tudo funciona como uma bola de neve. No
episódio do argelino, os portais brasileiros tinham como referência
jornais estrangeiros, que filtraram a notícia de sites de futebol, que
se basearam em um tuiteiro influente que, finalmente, descobriu a
informação por meio de um perfil falso do atleta no Twitter. “Se a fonte
da notícia fosse checada, não teríamos o problema”, diz Matsuki.
Crédito:Reprodução
Página ajuda a conferir notícias falsas nas redes sociais
Na avaliação do jornalista, a ânsia pela
informação rápida tem dominado as redações pelo dever de obter o furo
de reportagem sobre o fato “A primeira consequência é mais volume de
informação, mais cópia e menos apuração. A segunda são os boatos e as
barrigas”, revela.
Apuração reforçada
Para investigar as notícias que circulam
na internet, Matsuki reuniu estudantes e recém-formados em jornalismo
pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que já haviam
trabalhado com ele em outros projetos. No momento, a equipe conta com
oito profissionais dispostos a revelar o contexto por trás do que é
divulgado nas redes sociais.
Apesar de reconhecer o potencial dos
membros da iniciativa, ele revela que há recomendações para que sejam
verificados os dados de cada informação a ser analisada. “Vale
identificar sites que divulgam notícias falsas ou duvidosas. Acho que o
caso do Diário Pernambucano, que algumas vezes é confundido com o Diário de Pernambuco, é emblemático”.
“Não foram poucas as notícias desta
fonte divulgadas como verdade. Por fim, vale seguir sites como o
Boatos.org. Até porque, o desmentido está virando pauta no jornalismo”,
diz. A principal ferramenta para o trabalho de apuração pode ser mais
simples do que se possa imaginar.
O jornalista acredita que o Google pode
ser um ótimo aliado do repórter no processo de apuração de uma
informação para uma reportagem, pois nele podemos encontrar “fotos ou
datas de indexação das matérias. É possível fazer uma engenharia reversa
de uma história”.
Novos projetos em pauta
Atualmente, o portal se dedica
exclusivamente ao conceito inicial, mas em ano de eleições, a página
deve ganhar visibilidade, devido ao número de informações falsas
levantadas no período. “Estamos sempre de olho. Nós vamos desmentindo na
medida em que elas aparecerem", revela.
“Há apenas o cuidado de demonstrar que o
site não tem nenhum objetivo político”. Pelo trabalho desenvolvido
durante um ano de iniciativa, o reconhecimento chegou, mas de forma não
muito agradável. “Já fomos convidados para sermos parceiros de sites com
objetivos partidários, mas não aceitamos”, conta Edgard Matsuki.
Novas ferramentas para o Boatos.org
estão em pauta, como parcerias na mídia e vídeos produzidos pelo portal.
No entanto, o conteúdo das conversas não foram revelados. “Por
enquanto, estamos apenas na fase de negociações. Mas não há previsão
para as implementações”, conclui.
Recomendações
Apesar de tratar de diversos assuntos, o
jornalista diz que tem preferências sobre alguns temas, como supostos
crimes, política e religião. Em destaque, ele aponta as seguintes
matérias.
Entre os casos repercutidos pela mídia, vale conferir:
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