Correio da Cidadania
Adital
Por Paulo
Metri
1. Os governos do PT foram os mais corruptos do Brasil
Algumas denúncias, lembradas porque povoaram as manchetes dos jornais, sem se garantir que eram corrupções, são os casos da Panair, Lutfalla, Delfim, mandioca, Jorgina de Freitas, anões do orçamento, SIVAM, Mesbla, Encol, de diversos bancos, como o Banestado, o Econômico, o Nacional, o Noroeste, o Santos, o Marka e o Fonte Cindam. Têm-se também os escândalos do BNH, Capemi, Transamazônica, IRB, fundos de pensão, Correios, Luiz Estevão, Celso Daniel, Toninho do PT, SUDAM, SUDENE, bingos, propinoduto, sanguessugas, gang dos fiscais de São Paulo, vampiros da saúde, os "mensalões” do PT, do PSDB mineiro e do DEM de Brasília e os recentes escândalos de Abreu Lima e da Siemens e Alstom. Esta lista não tem a pretensão de ser exaustiva.
Raymundo Faoro disse que "a corrupção é um vício herdado do mundo ibérico, resultado de uma relação patrimonialista entre Estado e Sociedade”. Isto não significa que a sociedade deve aceitar a corrupção como uma fatalidade histórica. Pelo contrário, cada vez mais, devem ser aprimorados os mecanismos de inspeção das aplicações públicas e penalizados os comprovados culpados de desvios, inclusive para inibir novas ocorrências. Esta lista e a citação de Faoro são trazidas para lembrar que a corrupção no nosso país, infelizmente, existe há anos e atravessou diversos governos.
No meu julgamento, as corrupções campeãs ocorreram no governo FHC e corresponderam às privatizações, inclusive com a aparência de serem transações justas. Para conseguir a proeza, precisou-se do rolo compressor da mídia do capital, a subordinação de um Congresso espúrio para a elaboração de leis prejudiciais à sociedade, o uso de força desmedida e leis draconianas para contenção dos movimentos sociais e, para culminar, tudo isto com o beneplácito de uma justiça injusta. Só a Vale, que valia no mínimo US$ 100 bilhões, foi passada para mãos privadas pela bagatela de menos de US$ 4 bilhões. As empresas de telefonia, que, segundo o ministro Sergio Motta, no início do processo de privatização, valiam em torno de US$ 40 bilhões, foram privatizadas por menos de US$ 20 bilhões. Ainda, neste governo, foram privatizadas todas as empresas rentáveis de distribuição de energia elétrica e algumas de geração, além de outras.
Assim, olhando a ordem de grandeza dos valores relacionados com supostos desvios dos governos FHC e petistas, pode-se constatar que, no período tucano, segundo as denúncias, se desviava do patrimônio público dezenas de bilhões de dólares. Por outro lado, na melhor estimativa, o tão badalado e nunca provado "mensalão” não chegou a desviar uma centena de milhões de dólares, ou seja, se tudo isto for verdade, os petistas trabalhavam no varejo, enquanto os tucanos atuavam no atacado.
2. O pibinho do governo Dilma
É verdade que o PIB deste governo não é dos mais altos. Mas a mídia do capital insiste em ressaltar o insucesso do PIB que, comparativamente com o de outros países, não é tão ruim assim. Entretanto, muito pior que isto é o fato que um grande aumento do PIB pode não acarretar aumento algum do bem-estar social, que deve ser o objetivo principal de qualquer governo. Então, as manchetes deveriam estar mais preocupadas com a melhoria do bem-estar social da população e, não, com o aumento do PIB.
Um país pode ter um alto PIB, graças à atuação de empresas estrangeiras, que remetem seus lucros para o exterior, e de uma oligarquia empresarial, que não está sendo obrigada a distribuir sua renda. Assim, o povo não irá usufruir do alto crescimento do PIB, por estar ocorrendo em paralelo um acréscimo da concentração de renda.
Contudo, a nossa mídia corrupta frisa diuturnamente sobre o desempenho do PIB e nada sobre a inserção social inusitada dos governos do PT. O candidato Campos, que serve como auxiliar da candidatura do Aécio, pois aumenta o número de discursos contra o governo Dilma, sem ter chance de sucesso próprio, alegou sem nenhuma base que o país estará pior ao final do segundo mandato da presidente. Tal afirmação está em total desacordo com a inserção social conseguida por ela no primeiro mandato. É curioso que este candidato esteve como aliado em cerca de 90% do governo Dilma e, agora, descobriu que ela não serve. Entre ele e o Aécio, viva o último, pois pelo menos é coerente. Foi oposição ao governo Dilma o tempo todo.
3. O governo é culpado da derrota no futebol
A presidente não escolhe a comissão técnica, não convoca os jogadores, não define a tática de cada jogo. Assim, como ela pode ser a culpada da seleção brasileira ter atuado mal? Esta acusação só pode ser para enganar as pessoas mais inocentes da nossa sociedade, o que é uma maldade, ou para atuar sobre os supersticiosos.
4. As vaias e os xingamentos recebidos pela presidente Dilma no Itaquerão mostram a revolta do povo contra ela
A suposição que os mal-educados do Itaquerão são uma amostra representativa da sociedade brasileira é interessante para as mentes corrompidas e corruptoras dos editores da mídia do capital, servindo para iludir os incautos, bombardeando-os com notícias falsas ou falsamente interpretadas. O intento desta mídia é que os menos esclarecidos politicamente irão decidir em quem votar a partir do que uma suposta maioria estaria preferindo, inclusive a partir das falsas teses disseminadas: um governo corrupto, que não faz o país crescer, dá azar no futebol etc. Obviamente, a suposta maioria não é, pelo menos de início, verdadeira, se tratando de uma "maioria inventada”, que se deseja transformar em maioria real. Ou seja, a mídia do capital conta em fazer uma espécie de "arrastão das intenções” e, desta forma, conseguir que o povo vote contra si próprio.
5. O viaduto que tombou em BH é culpa do governo federal e nada é comentado sobre o viaduto de Cubatão
Uma parte de um viaduto tombou em Minas Gerais, em 3 de julho, com grande estardalhaço na mídia do capital. Apesar de atribuírem, no primeiro momento, que se tratava de obra do governo federal, sua execução era, na verdade, de competência da prefeitura de Belo Horizonte. Em compensação, a notícia de uma viga do viaduto do anel viário de Cubatão, que desabou em 10 de julho, saiu escondida em páginas internas dos jornais do capital. A diferença de tratamento é porque esta obra é de responsabilidade do governo do estado de São Paulo.
Conclusão
A candidata Dilma tem também seus erros, mas em comparação aos dois extremos neoliberais, ela se torna a única opção para um eventual segundo turno. O que está ocorrendo nesta eleição, como em outras do passado, é uma enorme luta de classes. Tenho medo que os incluídos na sociedade durante os mandatos petistas não saibam bem porque tiveram suas vidas melhoradas. Os políticos sem ética, representantes do capital, para conquistarem votos, enganam eleitores, enxovalham reputações e fazem acordos prejudiciais à sociedade. Infelizmente, os políticos que querem expandir a inclusão social não têm a mesma facilidade de acesso ao povo, devido à dominação da mídia tradicional pelo capital. Enfim, a batalha midiática, que está sendo travada, é injusta para com o povo e o capital a está ganhando.
[Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia e colunista do Correio da Cidadania. Blog do autor: http://www.paulometri.blogspot.com.br/]
1. Os governos do PT foram os mais corruptos do Brasil
Algumas denúncias, lembradas porque povoaram as manchetes dos jornais, sem se garantir que eram corrupções, são os casos da Panair, Lutfalla, Delfim, mandioca, Jorgina de Freitas, anões do orçamento, SIVAM, Mesbla, Encol, de diversos bancos, como o Banestado, o Econômico, o Nacional, o Noroeste, o Santos, o Marka e o Fonte Cindam. Têm-se também os escândalos do BNH, Capemi, Transamazônica, IRB, fundos de pensão, Correios, Luiz Estevão, Celso Daniel, Toninho do PT, SUDAM, SUDENE, bingos, propinoduto, sanguessugas, gang dos fiscais de São Paulo, vampiros da saúde, os "mensalões” do PT, do PSDB mineiro e do DEM de Brasília e os recentes escândalos de Abreu Lima e da Siemens e Alstom. Esta lista não tem a pretensão de ser exaustiva.
Raymundo Faoro disse que "a corrupção é um vício herdado do mundo ibérico, resultado de uma relação patrimonialista entre Estado e Sociedade”. Isto não significa que a sociedade deve aceitar a corrupção como uma fatalidade histórica. Pelo contrário, cada vez mais, devem ser aprimorados os mecanismos de inspeção das aplicações públicas e penalizados os comprovados culpados de desvios, inclusive para inibir novas ocorrências. Esta lista e a citação de Faoro são trazidas para lembrar que a corrupção no nosso país, infelizmente, existe há anos e atravessou diversos governos.
No meu julgamento, as corrupções campeãs ocorreram no governo FHC e corresponderam às privatizações, inclusive com a aparência de serem transações justas. Para conseguir a proeza, precisou-se do rolo compressor da mídia do capital, a subordinação de um Congresso espúrio para a elaboração de leis prejudiciais à sociedade, o uso de força desmedida e leis draconianas para contenção dos movimentos sociais e, para culminar, tudo isto com o beneplácito de uma justiça injusta. Só a Vale, que valia no mínimo US$ 100 bilhões, foi passada para mãos privadas pela bagatela de menos de US$ 4 bilhões. As empresas de telefonia, que, segundo o ministro Sergio Motta, no início do processo de privatização, valiam em torno de US$ 40 bilhões, foram privatizadas por menos de US$ 20 bilhões. Ainda, neste governo, foram privatizadas todas as empresas rentáveis de distribuição de energia elétrica e algumas de geração, além de outras.
Assim, olhando a ordem de grandeza dos valores relacionados com supostos desvios dos governos FHC e petistas, pode-se constatar que, no período tucano, segundo as denúncias, se desviava do patrimônio público dezenas de bilhões de dólares. Por outro lado, na melhor estimativa, o tão badalado e nunca provado "mensalão” não chegou a desviar uma centena de milhões de dólares, ou seja, se tudo isto for verdade, os petistas trabalhavam no varejo, enquanto os tucanos atuavam no atacado.
2. O pibinho do governo Dilma
É verdade que o PIB deste governo não é dos mais altos. Mas a mídia do capital insiste em ressaltar o insucesso do PIB que, comparativamente com o de outros países, não é tão ruim assim. Entretanto, muito pior que isto é o fato que um grande aumento do PIB pode não acarretar aumento algum do bem-estar social, que deve ser o objetivo principal de qualquer governo. Então, as manchetes deveriam estar mais preocupadas com a melhoria do bem-estar social da população e, não, com o aumento do PIB.
Um país pode ter um alto PIB, graças à atuação de empresas estrangeiras, que remetem seus lucros para o exterior, e de uma oligarquia empresarial, que não está sendo obrigada a distribuir sua renda. Assim, o povo não irá usufruir do alto crescimento do PIB, por estar ocorrendo em paralelo um acréscimo da concentração de renda.
Contudo, a nossa mídia corrupta frisa diuturnamente sobre o desempenho do PIB e nada sobre a inserção social inusitada dos governos do PT. O candidato Campos, que serve como auxiliar da candidatura do Aécio, pois aumenta o número de discursos contra o governo Dilma, sem ter chance de sucesso próprio, alegou sem nenhuma base que o país estará pior ao final do segundo mandato da presidente. Tal afirmação está em total desacordo com a inserção social conseguida por ela no primeiro mandato. É curioso que este candidato esteve como aliado em cerca de 90% do governo Dilma e, agora, descobriu que ela não serve. Entre ele e o Aécio, viva o último, pois pelo menos é coerente. Foi oposição ao governo Dilma o tempo todo.
3. O governo é culpado da derrota no futebol
A presidente não escolhe a comissão técnica, não convoca os jogadores, não define a tática de cada jogo. Assim, como ela pode ser a culpada da seleção brasileira ter atuado mal? Esta acusação só pode ser para enganar as pessoas mais inocentes da nossa sociedade, o que é uma maldade, ou para atuar sobre os supersticiosos.
4. As vaias e os xingamentos recebidos pela presidente Dilma no Itaquerão mostram a revolta do povo contra ela
A suposição que os mal-educados do Itaquerão são uma amostra representativa da sociedade brasileira é interessante para as mentes corrompidas e corruptoras dos editores da mídia do capital, servindo para iludir os incautos, bombardeando-os com notícias falsas ou falsamente interpretadas. O intento desta mídia é que os menos esclarecidos politicamente irão decidir em quem votar a partir do que uma suposta maioria estaria preferindo, inclusive a partir das falsas teses disseminadas: um governo corrupto, que não faz o país crescer, dá azar no futebol etc. Obviamente, a suposta maioria não é, pelo menos de início, verdadeira, se tratando de uma "maioria inventada”, que se deseja transformar em maioria real. Ou seja, a mídia do capital conta em fazer uma espécie de "arrastão das intenções” e, desta forma, conseguir que o povo vote contra si próprio.
5. O viaduto que tombou em BH é culpa do governo federal e nada é comentado sobre o viaduto de Cubatão
Uma parte de um viaduto tombou em Minas Gerais, em 3 de julho, com grande estardalhaço na mídia do capital. Apesar de atribuírem, no primeiro momento, que se tratava de obra do governo federal, sua execução era, na verdade, de competência da prefeitura de Belo Horizonte. Em compensação, a notícia de uma viga do viaduto do anel viário de Cubatão, que desabou em 10 de julho, saiu escondida em páginas internas dos jornais do capital. A diferença de tratamento é porque esta obra é de responsabilidade do governo do estado de São Paulo.
Conclusão
A candidata Dilma tem também seus erros, mas em comparação aos dois extremos neoliberais, ela se torna a única opção para um eventual segundo turno. O que está ocorrendo nesta eleição, como em outras do passado, é uma enorme luta de classes. Tenho medo que os incluídos na sociedade durante os mandatos petistas não saibam bem porque tiveram suas vidas melhoradas. Os políticos sem ética, representantes do capital, para conquistarem votos, enganam eleitores, enxovalham reputações e fazem acordos prejudiciais à sociedade. Infelizmente, os políticos que querem expandir a inclusão social não têm a mesma facilidade de acesso ao povo, devido à dominação da mídia tradicional pelo capital. Enfim, a batalha midiática, que está sendo travada, é injusta para com o povo e o capital a está ganhando.
[Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia e colunista do Correio da Cidadania. Blog do autor: http://www.paulometri.blogspot.com.br/]
Nenhum comentário:
Postar um comentário